Escolhas na incorporação de tecnologias traz desafio para sustentabilidade da saúde suplementar
Tema foi um dos mais debatidos no 27 º Congresso Internacional UNIDAS, que teve como tema "Inovação impulsionando o propósito das autogestões"
A incorporação de novas tecnologias é, hoje, um dos maiores desafios para o sistema de saúde. Ao mesmo tempo em que novas terapias aparecem, proporcionando avanços significativos para doenças complexas, a quantidade de novos medicamentos e a mudança no ritmo de incorporação traz um desafio de sustentabilidade para as autogestões e a saúde suplementar como um todo.
O tema foi amplamente debatido no 27º Congresso Internacional UNIDAS, em diferentes painéis. “Entendemos que, embora a tecnologia seja essencial para melhorar a eficiência e o cuidado ao paciente, sua adoção requer planejamento estratégico e atenção à sustentabilidade. “Por isso, o assunto foi um dos principais destaques da programação”, explica Amanda Bassan, gerente executiva da UNIDAS – União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, responsável pela promoção do evento que reuniu cerca de 2 mil participantes em Florianópolis entre os dias 27 e 28 de novembro de 2024.
O custo da inovação - No painel de abertura, “Como o uso da tecnologia pode tornar nosso mercado mais eficiente: desafios e oportunidades para a sustentabilidade do setor”, Jorge Aquino, que estava como Presidente Substituto da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), ressaltou a dificuldade das autogestões na incorporação de algumas inovações, dado que a carteira das autogestões é, na média, mais envelhecida que os demais segmentos da saúde suplementar, o que acarreta num maior custo assistencial. "Novas tecnologias podem gerar custos elevados, e precisamos pensar estrategicamente sobre como e quando implementá-las para que elas não se tornem um fardo financeiro para o sistema", explicou. Para ele, as autogestões são fundamentais na análise de custo efetividade e esse controle é essencial para manter a sustentabilidade das operadoras.
Marcos Novais, diretor executivo da Abramge – Associação Brasileira de Planos de Saúde, reforçou a importância de avaliar o impacto real de cada tecnologia antes de incorporá-la. “Não podemos simplesmente adotar todas as inovações disponíveis. É necessário um olhar crítico para entender quais realmente trazem benefícios ao setor sem comprometer sua viabilidade financeira”, afirmou.
Integração público-privada na incorporação de novas tecnologias - Outro ponto discutido foi o impacto direto das tecnologias no paciente e na experiência de cuidado. Francisco Balestrin, presidente da FESAÚDE e do SindHosp, argumentou que é essencial colocar o paciente no centro das decisões tecnológicas. “Quem incorpora tecnologia não é apenas o setor privado, mas o país como um todo. Precisamos reavaliar modelos assistenciais tendo o paciente no centro, para garantir que as inovações realmente melhorem a saúde pública e privada de forma equilibrada”, destacou. Cesar Higa Nomura, Presidente do Conselho de Administração da Abramed, complementou: “Não há como frear o avanço tecnológico, mas é preciso garantir que ele seja usado de maneira sensata, no momento certo e com um objetivo claro: melhorar a qualidade do cuidado.”
Sobre a UNIDAS
A UNIDAS - União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde - é uma entidade associativa sem fins lucrativos, representante das operadoras de autogestão do Brasil - segmento da saúde suplementar em que a própria instituição é a responsável pela administração do plano de assistência à saúde oferecido aos seus empregados, servidores ou associados e respectivos dependentes. Atualmente, a UNIDAS congrega cerca de 4 milhões de vidas e mais de 100 filiadas nos Estados e no Distrito Federal.
Ciente do seu compromisso de discutir a saúde suplementar, a entidade tem como objetivo fortalecer a competitividade das autogestões, levar soluções e conhecimento para as instituições e atuar permanentemente junto às agências reguladoras – Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ao Ministério da Saúde, ao Congresso Nacional, entre outras instâncias governamentais. Anualmente, dois grandes eventos são promovidos – o seminário e o congresso, ambos com o intuito de difundir conhecimento, promover a troca de informações e incentivar o debate sobre gestão de saúde.
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