Um mercado consumidor altamente exigente, com amplo acesso a informações, requer cada vez mais das empresas que sejam economicamente, socialmente e ambientalmente sustentáveis. Para gerir de forma harmoniosa esses três aspectos, mantendo competitividade de mercado, a solução para muitas companhias tem sido a adoção de uma governança corporativa. Hoje, quase 70% das empresas de mercado aberto aderem às práticas recomendadas pelo Código Brasileiro de Governança Corporativa, segundo a pesquisa “Pratique ou Explique 2024: Análise dos Informes das Companhias Abertas Brasileiras”, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), e divulgada em novembro.

Criado há quase dez anos, o Código traz os princípios, fundamentos e as práticas recomendadas para a governança corporativa, que é um sistema formado por regras, estruturas e processos de gestão com o objetivo de agregar valor sustentável para a organização, para os sócios e a sociedade. Para o consultor empresarial e Presidente do Conselho de Administração e de Família do Grupo Soares do Grupo Soares, Marcelo Camorim, as empresas que não souberam gerir de forma eficiente e equilibrada seus resultados econômicos, seus processos internos e efetivamente contribuir para a sociedade, podem estar fadadas ao fracasso.“É um caminho sem volta. Quem não se enquadrar, buscar o equilíbrio, contribuindo positivamente para a sociedade e para o meio ambiente, sucumbe”, descreve o especialista

Marcelo Camorim, que já implementou a governança corporativa em várias empresas, de diversos segmentos, elenca três dos principais benefícios dessa prática, o primeiro deles é o da transparência. “Controles internos eficientes, sejam de ouvidorias, de departamentos de compliance ou da própria rotina administrativa e contábil, sempre trazem o ganho da transparência, seja junto aos fornecedores, aos bancos, órgãos públicos, aos sócios e aos colaboradores. Uma gestão transparente, clara facilita a tomada de decisões e evita muitos problemas futuros. Uma empresa sem transparência não é mais nada hoje”, enfatiza o consultor.

Em segundo, Camorim cita a perenidade ou a durabilidade do negócio, para ter essas duas coisas a empresa precisa sempre se mostrar relevante para o mercado, mas também para a sociedade de maneira geral. De acordo com o consultor, como a governança corporativa requer que os gestores estejam continuamente atentos às demandas de mercado e sociais, isso faz com que a marca seja sempre relevante.“É necessário ter responsabilidade social, ambiental e governança, o famoso ESG. Uma companhia que adere hoje a esse modelo, pode ser garantia de que vai permanecer no mercado e na vida das pessoas por longo tempo”, defende.

Por fim, segundo Camorim, a empresa que adota a governança corporativa terá previsibilidade e caminhará com mais tranquilidade num mercado cada vez mais dinâmico. “O modelo mostra onde você quer chegar, como chegar e, principalmente, corrige rotas. Se estiver caminhando em outra direção, não aquela projetada, o próprio sistema mostra como acertar e voltar à rota programada, sem grandes perdas”.

Exemplo de sucesso

Há cinco anos à frente do conselho administrativo e conselho familiar do Grupo Soares, Marcelo Camorim fala um pouco do sucesso alcançado pelo conglomerado empresarial com a implantação da governança corporativa. “Iniciamos o sistema de governança corporativa no Grupo e isso trouxe ainda mais serenidade, transparência e credibilidade junto ao mercado. O próximo passo é consolidar esse modelo, através da tecnologia e capacitação dos colaboradores”, explica Camorim.

A holding goiana foi criada após o sucesso da rede de lojas de materiais de construção Irmãos Soares, que atualmente opera 17 lojas em Goiás e Minas Gerais. O grupo empresarial reúne segmentos de varejo, incorporações, fundos de investimentos, fundos de venture capital , agronegócio, e o Instituto Elon Soares, que abrirá suas portas em 2025.