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Brasil enfrenta grande lacuna na cobertura de desastres naturais, ao lado de países como China, Índia e Itália

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  /Cqcs/Adriane Sacramento
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Segundo o estudo “Lacuna de Proteção para Catástrofes Naturais: Estudo de Caso sobre os Eventos no Rio Grande do Sul durante o Outono de 2024”, da Susep, o Brasil está entre os países com as maiores lacunas de proteção contra catástrofes naturais, ao lado de nações como China, Índia e Itália. A pesquisa destaca que a lacuna de proteção no Rio Grande do Sul, por exemplo, pode chegar a 93%.

De acordo com Nelson Fontana, corretor, advogado, diretor da Fontana Corretora, professor da ENS e Diretor do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor-SP), a oferta de proteção contra riscos catastróficos à população deve ser mais automática e simplificada. “Qualquer pessoa que contratar um seguro patrimonial deveria ter proteção para incêndio, raio, explosão, vendaval, furacão, inundações e alagamentos e granizo”, pontua. “Para isso, existem resseguradores especializados que podem proteger as carteiras das seguradoras, permitindo que elas massifiquem a venda dessas proteções”, acrescenta.

Como comparação, o estudo da Susep revela que, em um evento similar ao furacão Katrina, ocorrido nos Estados Unidos em 2005, as perdas seguradas teriam chegado a US$ 60 bilhões, frente a US$ 175 bilhões de perdas econômicas, resultando em uma lacuna de proteção de 65% em relação aos seguros privados.

A lacuna significativa de cobertura no Brasil cria uma oportunidade clara de expansão, principalmente para segmentos ainda pouco protegidos, como famílias de baixa renda, microempresas e produtores rurais. O estudo da Susep evidencia que, ao melhorar a inclusão securitária, há um espaço considerável para a evolução da indústria de seguros no país, com grande potencial de mitigação de riscos e aumento da resiliência da população.

Fontana acredita que, enquanto se oferecer estes riscos catastróficos como opcionais, sujeito a cobrança adicional de prêmios, reduzir a lacuna de proteção será uma tarefa complicada. “Temos que simplificar para popularizar o seguro patrimonial. Só assim conseguiremos aumentar a penetração dos seguros patrimoniais e proteger a população que está exposta às catástrofes”, reforça.

Para o superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, o estudo servirá como base para subsidiar a Autarquia em discussões que já estão em andamento, como os diálogos no âmbito do Grupo de Trabalho que discute a Política Nacional de Acesso ao Seguro. Segundo ela, o país tem grande potencial de crescimento para o mercado de seguros. “O seguro precisa ser conhecido e, portanto, acessado pela população, reduzindo essa lacuna de proteção identificada pelo estudo. Precisamos de estratégias para alcançar e mobilizar esta grande capacidade de mercado que nós temos”, afirmou, em comunicado.

Até 20 de setembro, os pedidos de indenização de seguros devido às enchentes de abril e maio no Rio Grande do Sul ultrapassaram R$ 6 bilhões. Esse montante é fruto de mais de 57,9 mil solicitações, conforme informações da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).


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