Setor de seguros deve crescer 10,1% em 2025, com destaque para inovação e aumento na arrecadação
A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) prevê que o setor de seguros cresça 10,1% em 2025, considerando um PIB de 2,5%. Para 2024, a estimativa é de alta de 11,6%, com arrecadação de R$ 747,3 bilhões, R$ 77,8 bilhões acima de 2023. Os números, que incluem seguros, previdência aberta, capitalização e saúde suplementar, foram apresentados durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 12 de dezembro.
Puxando a alta da arrecadação, o segmento de Cobertura de Pessoas deve crescer 15,6% em 2024 e 9,5% em 2025, respectivamente. Os produtos que integram Danos e Responsabilidades, que também contribuíram para o aumento na arrecadação, tem crescimento projetado de 7,1% até dezembro deste ano e 8,2% no decorrer de 2025. Já a Capitalização deve crescer 6,6% este ano e 5,5% no ano que vem.
“São números positivos que consolidam uma trajetória desde a pandemia. O setor de seguros vem crescendo acima de 10%, uma taxa de 2 dígitos desde 2021. O resultado disso é o investimento das empresas em tecnologia”, disse Oliveira, durante coletiva de imprensa. De acordo com o 1º Estudo sobre a Inovação no Mercado de Seguros, Saúde Suplementar, Previdência Complementar e Capitalização no Brasil, realizado pela CNseg, 71% das empresas afirmaram que aumentaram seus investimentos na área de inovação em 2024. A expectativa é que o montante investido nessa área chegue a R$ 19,6 bilhões.
O seguro de automóveis deve registrar um aumento de 2,1% em 2024, com uma projeção mais forte de 4,3% para 2025. Já o seguro rural deve crescer 0,5% neste ano, com uma expectativa de 6% para o próximo ano. A saúde também apresenta crescimento estável, com uma projeção de 10,9% de arrecadação tanto para este ano quanto para o próximo. A CNseg também estima que o setor de seguros terá uma participação de 6,4% no PIB nacional até o final do próximo ano, 0,1 p.p. a mais que o resultado estimado para este ano.
Para o presidente da CNseg, os valores pagos em indenizações destacam a relevância do setor de seguros para a economia do país. Segundo Oliveira, em 2023 foram R$ 467 bilhões em indenizações; no ano passado, até setembro, o montante foi de R$ 376 bilhões, crescimento de cerca de 8%. “São valores que representam quase 4% do PIB. Imagina o que seria da economia, que está crescendo 3,5%, se você tirasse esses 4%. Essa é a função do seguro, manter a roda da economia funcionando”, disse.
Produtos em destaque
Em 2024, o seguro de automóveis segue como destaque no mercado, impulsionado pelo aumento de 18,8% nos emplacamentos em setembro e de 14,1% no acumulado do ano, segundo a Fenabrave. Apesar dos números positivos, os resultados não se refletem totalmente nos indicadores devido a fatores como preços mais baixos, baixa expectativa de aumento na frota segurada, crescimento das vendas diretas para locadoras e a concorrência com APVs. “É um mercado que está passando por várias mudanças e que tem uma participação maior de carro elétrico”, comentou o presidente da CNseg.
Os seguros residencial, condomínio e habitacional também ganharam força neste ano, acompanhando o crescimento de 23% nas vendas de imóveis novos entre janeiro e agosto, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras (ABRAINC). O seguro residencial, impulsionado pela pandemia, atraiu mais consumidores pela oferta de assistências agregadas. Já o aumento nos seguros residencial (+20,6%) e condomínio (+28,4%) também reflete maior preocupação com riscos climáticos.
A previdência complementar aberta segue em expansão, impulsionada pela queda no desemprego e o aumento da renda, protegendo 15 milhões de famílias, especialmente da classe média (41% dos planos são da classe C). Estudos indicam um futuro desafiador: em 2060, haverá mais beneficiários do que contribuintes. Além disso, o ITCMD pode impactar significativamente as famílias em momentos de crise.
Enchentes no Rio Grande do Sul
O total de pedidos de indenizações de seguros devido às enchentes no Rio Grande do Sul atingiu cerca de R$ 6,1 bilhões. Foram registrados 57.638 avisos de sinistro desde o início de maio, com destaque para os seguros Residencial e Habitacional, que somaram 29.831 registros, e Automóvel, com 18.097.
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