Como se preparar financeiramente para os gastos de fim de ano?
Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP® e especialista em finanças comportamentais, fornece dicas sobre como economizar no fim de ano e se preparar para os gastos de início de ano como IPTU, IPVA e férias
Com a aproximação das festas de fim de ano, o impulso de presentear familiares e amigos pode se tornar um problema ocasionando em possíveis dívidas. Segundo Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP® e especialista em finanças comportamentais, a chave para evitar gastos excessivos no Natal está no planejamento e na racionalidade. “Tenha listas para tudo na sua vida: desejos, compras... Isso vai evitar que você compre por impulso, se arrependa depois ou pague mais caro por algo”, orienta.
Ele destaca que estabelecer limites de gastos é fundamental para evitar desequilíbrios no orçamento: “Nunca gaste mais do que você ganha, nem mesmo nas férias. Se ultrapassar o limite, pense em qual alternativa terá para cobrir esse rombo. Nada de gastar o 13º ou o bônus de forma antecipada”.
Além disso, Patzlaff sugere refletir sobre o significado dos presentes. “Nem sempre o presente mais caro é o mais valorizado. Às vezes, um cartão escrito à mão ou uma tarde com seus pais sem celular tem mais valor. Experiências feitas de coração podem ser mais valiosas que a ostentação”, afirma. Para quem busca economia sem perder a qualidade, ele recomenda pesquisar preços, comparar valores em lojas físicas e online, e evitar compras impulsivas influenciadas por estratégias de marketing. “Deixe o item no carrinho por 24 horas antes de finalizar a compra. Isso ajuda a avaliar se a aquisição é realmente necessária”, sugere.
Para aqueles que ainda não se planejaram, o especialista sugere organizar os gastos de última hora com atenção ao orçamento. “Liste os presentes e some os valores. Isso pode assustar e ajudar a frear os gastos”, explica. Ele também destaca a importância de evitar compras de última hora, que muitas vezes vêm acompanhadas de contagens regressivas para promoções. “Esse senso de urgência só aumenta a probabilidade de gastar mais do que deveria”, alerta.
Segundo Jeff, economicamente, vale parcelar as compras se não tiver um desconto maior para pagar no PIX. “Mas se você for desorganizado financeiramente, sugiro pagar tudo à vista para evitar se enrolar nas parcelas. Como isso nem sempre é possível, ter um apoio profissional que ajude a lidar com parcelas é essencial”, diz.
Além dos gastos do fim de ano, também é importante pensar a longo prazo, o que é essencial para evitar crises financeiras. “Mais do que se preparar para o fim do ano, se prepare para a vida. Não somos mais crianças querendo sentar na janela do avião. Precisamos gastar menos do que ganhamos e investir mensalmente”, enfatiza Patzlaff. Ele sugere começar poupando pequenas quantias todos os meses, desenvolvendo o hábito de investir em objetivos de curto, médio e longo prazo. “Isso permitirá que você faça escolhas inteligentes e evite que um impulso destrua um sonho ou até mesmo sua aposentadoria”, diz.
Quando o assunto são viagens de janeiro, a organização prévia faz toda a diferença. “Você já deveria ter comprado e separado o dinheiro da viagem. Quanto mais se organizar com antecedência, mais viagens conseguirá fazer”, recomenda. Para economizar, ele sugere comparar preços em aplicativos e avaliar os custos totais dos destinos, considerando hospedagem e alimentação, além de passagens: “Cuidado com os golpes. O barato pode sair caro.”
Por fim, ao dividir o orçamento entre presentes, viagens, festas de Réveillon e outras despesas, a recomendação é simples: “O ideal é que você viva com 50% da sua renda, use 30% para lazer e invista os outros 20%. Dentro dos 30% entram todos os gastos de final de ano. Se essa conta não fechar, seja pé no chão e evite começar o próximo ano no cheque especial”, aconselha. Para despesas fixas como IPTU, IPVA e matrículas escolares, a solução está na disciplina. “Faça caixinhas mensais para essas despesas. Assim, terá liberdade de escolher pagar à vista com desconto ou parcelar mantendo o dinheiro aplicado”, comenta.
Para o começo de ano e gastos como IPTU, IPVA e matrícula escolar, Jeff recomenda analisar se vale a pena pagar antecipado ou não. “Guarde parte do salário e do 13º salário que acabou de entrar para ter a opção de escolher entre pagar à vista com desconto ou parcelado mantendo o dinheiro aplicado ou garantindo outros desejos seus. Separar dinheiro mensalmente para estas contas que você sabe que virão funciona. Então, faça caixinhas, tanto de desejos quanto de gastos que virão”, indica.
Patzlaff reforça que o planejamento financeiro é uma ferramenta de empoderamento e liberdade. “Ter dinheiro significa poder fazer escolhas, seja investir sem sofrimento, realizar desejos ou até viajar em dólar. Não é sobre ostentação, mas sobre garantir que você tenha recursos para viver o que realmente importa para você”, ressalta.
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