Como aproveitar o fim de ano para planejar projetos culturais e captar recursos
Especialistas dão dicas sobre organização, acessibilidade e sustentabilidade para quem deseja conquistar patrocinadores
Planejar um projeto cultural exige mais do que criatividade: organização e sensibilidade para atender às necessidades das empresas são essenciais para o sucesso. Elementos como acessibilidade, sustentabilidade e alinhamento com os interesses dos patrocinadores também são cruciais para obter apoio financeiro. O final e o início do ano podem ser períodos estratégicos na estruturação das propostas.
As especialistas Andréa Vilaça, artista visual, instrutora e produtora de artes, e Violetta Samo, gestora cultural, designer de propostas de patrocínio e captadora de recursos, compartilham lições baseadas no longa-metragem Um Corpo e Um Sonho, projeto da Alfa Centauri Filmes aprovado pela Lei do Audiovisual, da Ancine.
De acordo com Andréa, o período de transição entre o fim e o início do ano é ideal para organizar a documentação, reunir a equipe e estruturar o portfólio. "Tenha tudo pronto, currículo ilustrado do time, com imagens dos principais trabalhos, e uma apresentação clara dos objetivos e contrapartidas do projeto", afirma.
Já Violetta ressalta que estar preparado permite abordar os patrocinadores nos momentos mais oportunos, quando estão planejando suas ações para o próximo ano.
Adaptação do projeto
Segundo Violetta, que também atua como captadora de recursos no longa-metragem, o maior objetivo é estabelecer uma mediação inteligente que gere impacto cultural significativo para o país, conectando valores empresariais ao projeto. Ela destaca que a tradução do conteúdo técnico para uma linguagem atraente e acessível é essencial para criar essa conexão.
Além disso, o ideal para a gestora cultural seria iniciar a abordagem aos patrocinadores em outubro, reservando os últimos dois meses do ano para negociações. "Elabore cartas de anuência, articule contrapartidas e tenha flexibilidade para atender novas demandas. Dezembro é o limite para correr atrás de patrocinadores com qualidade", orienta.
Acessibilidade e sustentabilidade
Acessibilidade e sustentabilidade são critérios prioritários nos editais e cada vez mais valorizados por patrocinadores. Em Um Corpo e Um Sonho, temas como inclusão de pessoas com deficiência (PcD) e práticas sustentáveis estão no centro do projeto.
"Audiodescrição, legendas e rampas de acesso não são extras, mas requisitos obrigatórios que precisam estar previstos na planilha orçamentária", alerta Violetta.
Outra dica de ouro é que projetos alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas ganham relevância. "O planeta está pedindo socorro, e as empresas que querem melhorar sua imagem têm abraçado projetos com essa visão", diz a gestora cultural.
Filmes como Um Corpo e Um Sonho vão além do entretenimento, tratam de questões sociais e ambientais. Esse alinhamento com valores e causas relevantes é uma vantagem competitiva para conquistar empresas que buscam projetos com impacto real.
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