Implementação de Inteligência Artificial para criação de novos serviços e produtos ainda é um desafio para a maioria das empresas; confira dicas de como começar
A aplicação de inteligência artificial (IA) está transformando o cenário de desenvolvimento de produtos e serviços de maneira inédita, trazendo um potencial enorme de inovação e eficiência para diversos setores. Segundo a consultoria PwC, a IA poderá contribuir com até US$ 15,7 trilhões para a economia global até 2030, impulsionada pelo crescente interesse e adoção dessas tecnologias. Além disso, um levantamento apresentado pela IBM em 2022 mostrou que 41% dos profissionais de TI no Brasil afirmaram que suas empresas estão treinando os colaboradores para trabalhar em conjunto com novas ferramentas/softwares de automação e IA. No entanto, a transição para um uso mais abrangente e maduro ainda está em curso.
“Estamos num processo de amadurecimento, transitando de early adopters para a maioria média. Ainda não estamos utilizando a IA em toda a sua escala potencial,” explica Lucas Alencar, cofundador do Adopets e Head de Produtos. A expectativa de que a IA resolva todos os problemas de forma milagrosa é um equívoco comum, segundo ele. Em vez disso, é essencial compreender os sistemas existentes e identificar melhorias operacionais específicas onde a IA pode ser aplicada para maximizar a eficiência e a inovação.
Lucas Alencar, cofundador do Adopets e Head de Produtos | Créditos: Divulgação
Os novos modelos de IA e a vasta quantidade de dados disponíveis estão amadurecendo. Este amadurecimento é crucial para utilizar essas ferramentas de forma mais inovadora e eficaz. “Erros frequentes nesse processo ocorrem porque muitas empresas veem a IA como uma solução completa que resolve tudo, quando na verdade, a IA precisa ser implementada de forma estratégica e segmentada,” afirma o especialista.
A chave para uma implementação bem-sucedida é focar em pequenas melhorias que podem ser aplicadas em grande escala. Por exemplo, um sistema simples de modelagem de IA para tratar a ingestão de dados pode aumentar significativamente a eficiência ao segmentar informações específicas. “Quando olhamos para a AI através da aplicação de funcionalidades individualizadas de escopo específico empoderadas por novos modelos, conseguimos uma forma mais madura e eficiente de usá-la e obter seus benefícios.”
Na organização, o CIO, ou Chief Innovation Officer, é a posição que desempenha um papel vital ao integrar a IA em todos os processos, otimizando operações internas e melhorando a experiência do cliente. “Esse impulso de inovação deve ser conduzido por diversas áreas da empresa, incluindo operações, produtos e inovação, para uma compreensão e aplicação mais ampla da IA,” comenta Alencar.
A IA também está transformando as posições dentro das empresas. Profissionais como engenheiros de IA estão se tornando essenciais para construir e integrar modelos nas operações. Além disso, a engenharia de dados e a ciência de dados são fundamentais para alimentar esses sistemas com informações precisas e estruturadas.
Segundo o especialista, para utilizar a IA no desenvolvimento de novos produtos, a visão estratégica da empresa deve ser clara e focada em agregar valor e alcançar objetivos específicos. “A implementação da IA deve ser seguida de uma avaliação detalhada dos resultados para identificar melhorias contínuas”.
Uma das maiores vantagens que essa tecnologia proporciona é a capacidade de personalização, permitindo que empresas ofereçam serviços e produtos ultrapersonalizados, criando assim uma relação mais próxima e eficaz com os consumidores.
Passo a passo para começar testar a implementação de Inteligência Artificial na criação ou aprimoramento de produtos e serviços
1. Avaliar a visão estratégica e as necessidades da empresa
Identifique as necessidades da empresa, que pode ser aumentar a receita ou a base de clientes, ampliar o portfólio, fidelizar. Entenda como o consumidor interage com seu produto e ajuste a visão estratégica para maximizar o valor oferecido ao cliente em cada serviço ou produto.
2. Definir foco e objetivo
Determine o objetivo específico a ser alcançado e escolha um foco que agregue mais valor. Priorize as ações de acordo com as necessidades da organização e dos clientes, considerando a viabilidade técnica e de recursos humanos.
3. Implementar, avaliar e melhorar soluções
Coloque a solução em funcionamento e avalie seu desempenho detalhadamente. Use os dados obtidos para identificar melhorias e ajustar o foco conforme necessário, integrando novas informações e modelos para aperfeiçoar continuamente o produto.
Sobre Lucas Alencar
Lucas Alencar, 27 anos, é um apaixonado por tecnologia e por sua capacidade de transformação social. Head de produtos e cofundador da Adopets, é um dos selecionados na prestigiosa lista Under 30 da Forbes. Determinado, fez disso sua missão. Ele é um empreendedor social. Nascido em Belém, no Pará, Lucas teve a sua virada de chave ao conquistar uma bolsa de estudos para cursar Ciência da Computação nos Estados Unidos. No hemisfério norte, o paraense superou diversos desafios e fez conexões que o levaram a criar o Adopets em 2016, startup que atua na causa animal e que já foi responsável pela adoção de mais de 500 mil animais por meio de dois softwares que otimizam e desburocratizam processos de adoção, presentes hoje no Canadá, Estados Unidos e Nova Zelândia.
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