Brasil,

É bom para o varejo se for bom para o Brasil

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Paulo Viarti
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Em 2004, Nova Iorque ainda se ressentia dos atentados terroristas às torres gêmeas, que não cortavam mais o céu de Manhattan, quando um grupo de grandes empresários brasileiros esteve na cidade para a tradicional NRF, maior feita de varejo do mundo. Aquele evento, que culminou num jantar entre este grupo de empresários, mudaria, para sempre, o varejo brasileiro.

Até então, falar em união entre os varejistas era utópico, afinal, como concorrentes poderiam se unir se um queria vencer o outro, vender mais do que o outro. No entanto, foi exatamente com este propósito, de união, que surgiu o IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo). E lá se vão 20 anos de sua criação, completados agora, em 2024. Se aquele grupo começou pequeno, já somos 69 empresas que, juntas, representam R$ 700 bilhões em vendas, sendo 20% de vendas on-line, geram mais 4 milhões de empregos e possuem mais de 37 mil lojas e 886 centros logísticos de distribuição nas mais diversas áreas: alimentação, perfumaria, material de construção, farmácias, livrarias, móveis e eletro, supermercados, vestuário e peças automotivas.

Aquele sonho, que começou tímido, se fortaleceu, e o IDV, hoje, tornou-se a mais representativa entidade do varejo formal brasileiro, sendo “protagonista das mudanças estruturais do Brasil, promovendo o desenvolvimento sustentável do varejo e contribuindo para a melhoria da vida das pessoas”. Este é o nosso propósito.

Ao longo desses últimos 20 anos, o IDV obteve uma série de conquistas para o varejo e, claro, para o Brasil. Afinal, uma de nossas crenças é exatamente essa: é bom para o varejo se for bom para o Brasil. Talvez uma das mais importantes sejam as reformas estruturais, tanto a trabalhista quanto a previdenciária, fundamentais para modernizar o ambiente de trabalho e fomentar a produtividade. O IDV trabalhou incansavelmente para que ambas fossem aprovadas, tendo participado de diversas reuniões em Brasília com representantes dos três poderes, executivo, legislativo e judiciário, dando sugestões de melhorias em ambos os textos dessas reformas.

Outra reforma importante, em tramitação no Congresso Nacional, é a tributária, na qual nossa equipe de tributaristas, ligados às empresas associadas, buscam garantir que as mudanças na legislação levem sempre em consideração o impacto que causarão no varejo, mas, principalmente, nos consumidores, que são os grandes protagonistas do setor varejista.

Também participamos da construção de uma plataforma que tanto empresas quanto consumidores podem acessar para resolver seus conflitos de relações consumeristas, resultando no Consumidor.gov. Desde o início, em 2014, incentivamos nossos associados a aderirem à plataforma, pois ela reduz a distância entre empresas e consumidores, trazendo benefícios e evitando ações judiciais.

Aliás, o IDV se tornou a voz mais ouvida do varejo em Brasília e foi, inclusive, um dos responsáveis pela criação de uma secretaria de comércio no governo federal para tratar de assuntos exclusivos dos varejistas. Nada mais justo para o setor que é o maior empregador privado do país.

Durante o recente período de pandemia, nossos associados fizeram um pacto de não demitir ninguém, e ajudamos a envolver toda a sociedade civil para que as vacinas chegassem mais rapidamente às pessoas. Com lojas fechadas, fizemos todos os esforços para que os impactos negativos fossem os menores possíveis.

Outro tema que sempre esteve em nosso radar são os custos das operações com cartões de crédito, no qual tivemos importante papel para a implementação de medidas que reduziram esses custos, beneficiando varejistas e, claro, consumidores.​

Neste ano, uma de nossas mais fortes atuações foi o apoio à criação do Programa Remessa Conforme, e continua sendo com relação à taxação das plataformas internacionais, pois não é possível uma empresa de fora vender no Brasil sem pagar impostos como as empresas aqui instaladas. A adoção do imposto de importação de 20% foi um primeiro passo, mas sabemos que a alíquota precisa ser ainda maior para reduzir a desigualdade tributária entre as empresas que operam no Brasil e os varejistas internacionais, principalmente da Ásia. Ainda estamos na metade do caminho na busca pela isonomia tributária.

Como varejistas, sempre apostamos em dias melhores, principalmente com o aumento da massa salarial, o crescimento da renda per capta, a melhora na oferta de crédito, a queda no desemprego, a tendência de redução na taxa de juros, a inflação controlada e a redução da sonegação, mas, para isso, precisamos de estabilidade econômica e segurança jurídica.

Ao defender e promover a formalização, contribuímos para a crescimento do país, a geração de empregos formais e renda, que resultam em crédito para a população. Toda esta nossa atuação demonstra o papel central do IDV na transformação do varejo brasileiro e na criação de um ambiente de negócios mais justo e eficiente​, sempre em prol de um Brasil melhor para todos.

Em apenas 20 anos fizemos muito pelo varejo, mas queremos fazer muito mais nos próximos 20 anos, relembrando sempre que somente será bom para o varejo se for bom para o Brasil.

Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV – Instituto para Desenvolvimento do Varejo


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