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Eventos extremos expõem a necessidade cada vez maior de digitalização no setor de Seguros

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Eventos extremos expõem a necessidade cada vez maior de digitalização no setor de Seguros

Antonio Darcio Valerio Filho*

Dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) apontam que o número de pedidos para pagamento de indenizações de seguros relacionados à tragédia no Rio Grande do Sul chegou a R$ 3,885 bilhões em 19 de junho. Na ocasião, haviam sido realizados 48.870 pedidos de sinistros. A tendência é de aumento nos próximos meses – estimativas apontam que os pedidos devem atingir patamares superiores a R$ 7 bilhões –, se configurando como o maior caso de acionamento de segurados decorrente de um evento único no Brasil.

Esse evento vivido pelos gaúchos já traz como consequência um olhar mais amplo do consumidor para o mercado de seguros, aumentando cada vez mais a procura por proteção do seu patrimônio e, por consequência, impacto no mercado segurador para se adaptar a essa nova demanda.

O setor financeiro tem passado por uma intensa digitalização nos últimos anos e espera-se que essa transformação melhore a experiência do cliente, aumente a eficiência operacional, com resultados financeiros melhores. No mercado de seguros era esperado que essa transformação na direção de uma maior digitalização ocorresse nos próximos anos com o avanço do Open Insurance, porém eventos como esse tendem a ser cada vez mais frequentes.

Por isso, há um impulso por uma rápida transição de processos tradicionais e baseados em papel nas seguradoras para plataformas digitais, além de atualização dos sistemas legados com utilização de tecnologia em nuvem, permitindo testar novas tecnologias com suporte de Inteligência Artificial (IA) e uso dos dados de maneira mais intensa.

Vale um aparte aqui: a pressão que as fintechs exerceram de forma positiva aos bancos não se viu na área de seguros quando pensamos nas insurtechs – tentativas ocorreram e ainda ocorrem, porém não há ainda um modelo que possa se colocar como ameaça às maiores seguradoras do país e seus legados bastante conhecidos. Ao invés disso, algumas insurtechs têm sido inseridas nos ecossistemas de algumas das grandes seguradoras, acelerando a modernização e não necessariamente atuando como concorrentes.

Há no país um potencial ainda inexplorado pelo setor, já que a penetração de seguros pode ser considerada baixa. Se anteriormente existia pouca motivação para movimentos em favor de uma modernização e digitalização dos serviços, o mercado segurador se vê diante de desafios de amplitudes nunca antes vistas. Há pouca ou quase nenhuma personalização, sem legados modernizados e, consequentemente, sem produtos personalizados que levem a novos produtos digitais e que permitam a atração de novos clientes.

Aprendendo com outras indústrias, essa transformação forçará todos os participantes do ambiente segurador a lidar com volumes imensos de dados que precisam ser transformados em informação, seja para tomadas de decisão ou melhor atendimento do cliente. Neste cenário, o uso da IA será indispensável para auxiliar nas jornadas de atendimento ao cliente, prevenção de fraudes, produtividade das equipes de backoffice, além de gerar oportunidades para o desenvolvimento de novos negócios.

Fora do Brasil, a gama de ofertas de seguros é infinitamente superior ao que é visto aqui, onde o brasileiro ainda não vê, em sua maioria, a contratação de um seguro como algo positivo. Entretanto, mesmo no ambiente corporativo a necessidade de uma apólice não pode ser mais vista como trivial. Segundo a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), 81% das indústrias foram afetadas pelas enchentes, um número muito expressivo na quinta maior economia do país.

De acordo com especialistas, eventos climáticos como os vistos nos últimos 12 meses no RS (antes da tragédia mais recente, o estado já havia sido assolado por fortes chuvas em enchentes em 2023) serão mais e mais frequentes. Neste sentido, a digitalização e a transformação tecnológica no mercado de seguros devem levar, por exemplo, ao uso de ferramentas sofisticadas que ajudem na medição de riscos de forma preditiva. Neste aspecto, a IA já é apontada como uma enorme aliada em potencial.

Além disso, a tecnologia pode ser aliada também em inovações que ataquem os diversos processos burocráticos que envolvem desde a contratação de um seguro, até o processo de acionamento de um sinistro. Bancos que ofertam apólices aos seus correntistas caminham neste sentido, e tal concorrência não deve estar fora do radar de modernizações propostas às seguradoras brasileiras.

Eficiência operacional. Este é um lema que une os desafios de bancos e seguradoras, mas os primeiros estão passos além dos segundos. Padronizar, automatizar e digitalizar processos que, ainda hoje, são humanos é o passo a ser dado pelo mercado de seguros. Contudo, é preciso entender que, ainda que urgente, é um movimento de médio e longo prazo, com alterações de todo o processo de backoffice, notoriamente sensível, e ida de ecossistemas completos para o ambiente de cloud.

São esses movimentos que, adiante, permitirão uma ação e cobertura ainda mais vigorosas e presentes em eventos como os do RS. E, como tudo aquilo que envolve a vida cotidiana das pessoas, há pressa.

*Antonio Darcio Valerio Filho é Business Vice President da GFT Technologies no Brasil


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