Apenas 20% da Área Cultivável no Brasil Possui Seguro, Estima CEO da Sancor

Em março, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pediu ao governo federal a suplementação de R$ 2,1 bilhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) 2024. Atualmente, o investimento previsto é de R$ 964.5 milhões, menos de um terço do necessário pelo setor.

Neste sentido, o CEO da Sancor Seguros no Brasil, Edward Lange, destacou que apenas 20% da área cultivável no país possui seguro. O executivo demonstrou que na Argentina as coberturas chegam a 60%. “O produtor não pode deixar de ter seguro. A sinistralidade no Brasil atingiu 100% nos últimos 5 anos”, disse ao estimar que este índice é de 58% em terras argentinas.

A declaração do executivo aconteceu durante o 3º evento do Ciclo de Palestras promovido pelo Sindicato das Seguradoras do Paraná e Mato Grosso do Sul (Sindseg PR/MS). A entidade celebra ao longo do ano seu centenário, com uma série de ações especiais junto ao mercado segurador do Paraná e Mato Grosso do Sul.

Durante o encontro, Lange reiterou a importância do desenvolvimento de técnicas cada vez menos danosas ao meio ambiente. “É preciso aperfeiçoar as técnicas de plantio, manejo adequado e evitar perdas, tanto na lavoura, como no transporte”, afirmou.

Seguro Garantia: Alternativa ao Depósito ou Carta Fiança

Ainda durante o painel promovido pelo Sindseg PR/MS, o CEO da Junto Seguros, Roque de Holanda Melo, destacou a quantidade de obras paradas no Brasil. Especialmente no âmbito federal. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), este número chega a 8,6 mil em um total de 21 mil obras existentes. “Em comparação com os últimos três anos, a porcentagem de obras paralisadas aumentou de 29% em 2020 para 41% em 2023. Se o Seguro Garantia tivesse sido aplicado nesses contratos, provavelmente, os números seriam diferentes”, ponderou Roque de Holanda Melo.

Contudo, o CEO da Junto destaca que a adesão ao Seguro Garantia cresce a cada ano. Em 2023, por exemplo, a companhia arrecadou R$ 700 milhões em contratos de seguro. “A Junto oferece 38 modalidades em que o seguro pode ser utilizado”, revelou Melo ao lembrar da existência de 20 milhões de CNPJs ativos no país. Entretanto, “apenas 300 mil empresas utilizam o Seguro Garantia em seus negócios”. “É um universo muito grande a ser explorado”, completou.

Seguros Pessoais: mais de R$ 15,1 bilhões em benefícios aos segurados em 2023

Dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) indicam que os seguros pessoais pagaram R$ 15,1 bilhões em benefícios à população segurada, aumento de 5,7% em relação ao ano anterior. A maior alta foi no segmento de Viagem (58,6%), seguido de seguros dotais (18,8%) além de doenças graves / terminais (17,6%). “Apesar de todas as adversidades do país, o mercado de seguros é otimista em relação ao futuro. O Brasil é um país de oportunidades”, analisou Ricardo Iglesias Teixeira, CEO da Centauro-ON.

Teixeira ainda indicou números relevantes sobre o segmento, ainda conforme o levantamento da Fenaprevi com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). “O setor arrecadou R$ 62,5 bilhões em contratos de seguro em 2023. 48% correspondem aos seguros de vida (individuais e coletivos), seguro prestamista (27%) e acidentes pessoais (13%)”, apresentou.

Comenda Medalha Centenária, a mais alta honraria do Sindseg PR/MS

Ao final do evento, os três CEOs foram agraciados com a Comenda Medalha Centenária, a mais alta honraria do Sindseg PR/MS. O Presidente da entidade, Altevir Prado, que fez as entregas, junto com membros da sua diretoria, destaca que a noite foi “acadêmica”, em razão do grande volume de informações repassadas pelos palestrantes, de forma simples e didática. “Eles se prepararam para este momento, trouxeram informações relevantes do mercado. Foram verdadeiras aulas, que estimulam a busca pelo conhecimento e pela exploração desse mercado. O Sindseg PR/MS cumpriu com a parte formativa e informativa das pessoas neste evento. Saio muito satisfeito”.