Brasil,

Um novo recorde de 142 catástrofes naturais acumula 108 bilhões de dólares em perdas seguradas em 2023, de acordo com Swiss Re Institute

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Ana Paula Joaquim
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- Perdas globais seguradas por catástrofes naturais ultrapassam 100 bilhões de dólares pelo quarto ano consecutivo em 2023, sendo o terremoto na Turquia e na Síria o desastre mais caro (perdas seguradas estimadas em 6.2 bilhões de dólares)

- A frequência de eventos é o principal impulsionador de perdas acumuladas, com tempestades convectivas severas (SCS - sigla em inglês para catástrofes naturais) representando um recorde histórico de 64 bilhões de dólares em 2023; 85% destas perdas tiveram origem nos Estados Unidos, enquanto apresentaram crescimento mais rápido na Europa.
- Com a intensificação dos riscos induzidos pelas mudanças climáticas, é provável que as perdas aumentem no futuro, tornando as medidas de adaptação essenciais para reduzir o potencial de perda.

Um terremoto devastador na Turquia e na Síria, tempestades convectivas severas (SCS) e inundações urbanas em grande escala foram os principais eventos que impulsionaram as perdas seguradas por catástrofes naturais que alcançaram 108 bilhões de dólares em 2023, reafirmando a tendência de crescimento anual de 5-7% nas perdas seguradas globais desde 1994. O Swiss Re Institute estima que as perdas seguradas podem dobrar nos próximos dez anos à medida que as temperaturas aumentam e os eventos climáticos extremos se tornam mais frequentes e intensos. Portanto, medidas de mitigação e adaptação são essenciais para reduzir o risco de catástrofes naturais.

Perdas globais seguradas por catástrofes naturais ultrapassaram o crescimento econômico global nos últimos 30 anos. De 1994 a 2023, as perdas seguradas ajustadas pela inflação decorrentes de catástrofes naturais foram em média 5,9% ao ano, enquanto o PIB global cresceu 2,7%. Em outras palavras, nos últimos 30 anos, o peso das perdas relativas comparadas ao PIB duplicou.

Jérôme Jean Haegeli, Swiss Re's Group Chief Economist, afirma: "Mesmo sem uma tempestade histórica da escala do furacão Ian, que atingiu a Florida no ano anterior, as perdas globais por catástrofes naturais em 2023 foram graves. Isto reafirma a tendência de perdas nos últimos 30 anos que tem sido impulsionada pelo aumento de ativos em regiões vulneráveis a catástrofes naturais. No futuro, contudo, devemos considerar a intensificação dos riscos relacionados ao clima. Tempestades mais violentas e inundações maiores alimentadas pelo aquecimento do planeta deverão contribuir mais para as perdas. Isto demonstra quão urgente é a necessidade de ação, especialmente quando se leva em conta a inflação estruturalmente mais elevada que fez com que os custos pós-catástrofe disparassem."

Moses Ojeisekhoba, Swiss Re's CEO Global Clients & Solutions, comenta: "À medida que os perigos climáticos se intensificam devido às alterações do clima, a avaliação de riscos e os prêmios de seguro têm de acompanhar o cenário de risco em rápida evolução. Olhando para o futuro, devemos nos concentrar na redução do potencial de perdas.

O ano de 2023 foi o ano mais quente já registrado e o início de 2024 segue o exemplo. Manter o seguro patrimonial sustentável e acessível requer um esforço concertado por parte da indústria privada, do setor público e da sociedade em geral – não apenas para mitigar os riscos climáticos, mas para se adaptar a um mundo de condições climáticas mais intensas."

Terremoto foi o desastre mais caro, enquanto SCS bateu recorde de perdas seguradas em 2023

A catástrofe natural mais destrutiva do ano foi o terramoto na Turquia e na Síria, em fevereiro, com perdas seguradas estimadas em 6,2 bilhões de dólares.

O ano de 2023 também foi marcado por uma alta frequência de eventos, já que 142 catástrofes naturais seguradas estabeleceram um novo recorde. A maioria foi de gravidade média, resultando em perdas de 1 a 5 milhões de dólares. Houve pelo menos 30 eventos deste tipo em 2023, muito mais do que a média dos dez anos anteriores (17). Desses eventos, 21 foram tempestades convectivas severas (SCS), um novo recorde. O número destes eventos de gravidade média cresceu 7,5% desde 1994, quase o dobro do aumento de 3,9% nas catástrofes em geral.

Depois dos ciclones tropicais, as tempestades severas estabeleceram-se como o segundo maior perigo gerador de perdas devido às exposições causadas pela urbanização e pelo crescimento econômico e populacional. As tempestades de granizo são, de longe, o principal contribuinte para as perdas seguradas de SCS – termo genérico para uma série de perigos, incluindo tornados, ventos em linha reta e grandes pedras de granizo – responsáveis por 50-80% de todas as perdas seguradas causadas. SCS são eventos climáticos frequentemente observados que se desenvolvem quando o ar quente e úmido sobe da superfície da Terra para as camadas superiores da troposfera, levando à formação de nuvens altas, relâmpagos e trovões. Enquanto isso, parcelas de ar frio chegam à superfície da Terra, trazendo fortes rajadas de vento, chuva ou até mesmo granizo.

As perdas seguradas globais de SCS acumularam um novo recorde de 64 bilhões de dólares a nível mundial em 2023, 85% originadas nos Estados Unidos. As perdas seguradas relacionadas a SCS registaram o crescimento mais rápido na Europa, ultrapassando 5 bilhões de dólares em cada um dos últimos três anos. O risco de granizo, em particular, está aumentando principalmente na Alemanha, Itália e França.

Definindo prêmios como incentivos para medidas de adaptação

O aumento das exposições devido ao crescimento econômico e populacional, urbanização e acumulação de riquezas permanecem como a principal força por trás do aumento das perdas relacionadas a SCS e os efeitos das mudanças climáticas são suscetíveis de exacerbarem a tendência. Outro fator é a mudança nas vulnerabilidades de exposição, como o rápido crescimento das instalações de sistemas de energia solar nos telhados.

O primeiro passo para reduzir os danos é diminuir o potencial de perda por meio de medidas de adaptação, como a aplicação de códigos de construção de barreiras de proteção contra inundações e desencorajar o assentamento em áreas propensas a perigos naturais. Além disso, uma colaboração com seguradoras, associações de seguros e o setor público permite uma troca de dados que é fundamental para a mitigação de riscos compartilhados.

Acesse o estudo completo em inglês, neste link

Sobre o Grupo Swiss Re

O Grupo Swiss Re é um dos principais provedores mundiais de resseguros, seguros e outras formas de transferência de riscos baseada em seguros. Com 160 anos de experiência, a companhia aplica novas perspectivas, conhecimento e capital para antecipar e gerenciar riscos – de catástrofes naturais a mudanças climáticas e do envelhecimento da população aos crimes cibernéticos. Com o propósito de ajudar o mundo a se tornar mais resiliente, sua equipe trabalha com excelência técnica e de atendimento, desenvolvendo soluções inteligentes e personalizadas para clientes no mundo inteiro. O Grupo Swiss Re está organizado em três Unidades de Negócios, cada uma com estratégia e objetivos diferentes, que contribuem para a missão geral do Grupo.


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