Ritmo de internações cai, mas hospitais continuam em colapso com falta de medicamentos e estrutura para atendimento Covid-19
A taxa de ocupação dos leitos de UTI para pacientes Covid-19 segue alta, mas o ritmo de internações diminuiu consideravelmente. Segundo pesquisa do SindHosp- Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo 79% dos hospitais estão com ocupação de suas UTIs acima de 80%. No entanto, apenas 17% dos hospitais informam que houve aumento de internações de pacientes Covid-19 nos últimos 10 dias. Na pesquisa anterior, 65% dos hospitais afirmavam que houve aumento de internações (10 de abril) enquanto na pesquisa de 26 de março, 99% dos hospitais relatavam crescimento das internações.
33% dos hospitais afirmam que a taxa de ocupação dos leitos de UTI está entre 91% e 100%. 4% estão com mais de 100% de ocupação. Em relação à pesquisa anterior (10 de abril), 65% dos hospitais afirmavam que a taxa de ocupação dos leitos de UTI estava entre 91% e 100%.
Para o presidente do SindHosp, o médico Francisco Balestrin, houve uma descompressão no ritmo de internações dos hospitais por conta da diminuição de circulação das pessoas nas últimas semanas, mas a falta de vacinas preocupa. “Com menos vacinas, haverá mais demora para vacinarmos toda a população. E nossos hospitais continuam no limite e sem condições de receber mais pacientes. Precisamos de tempo para reorganizar o sistema de saúde, repor estoques e organizar a mão de obra”, destaca.
A pesquisa
A pesquisa ouviu 98 hospitais, com 9.338 leitos clínicos e 4.242 leitos de UTI de 13 dos 17 Departamentos Regionais de Saúde do Estado, sendo que 38% dos hospitais são da capital.
Estoque de kit intubação
5% dos hospitais afirmam possuir estoque para menos de uma semana;
32% informam ter estoque para uma semana
7% para 10 dias;
28% para 15 dias;
26% para até um mês;
2% para mais de 1 mês
Estoque de oxigênio
22% dos hospitais afirmam ter estoque de oxigênio para menos de uma semana;
5% têm estoque para uma semana;
30% para até 10 dias; 4% para até 15 dias;
28% para até um mês;
11% para até mais de 1 mês
Problemas no combate à pandemia
64% citam o cancelamento de cirurgias;
54% falta de profissionais da saúde;
53% falta de médicos;
49% dizem que o número de pacientes com Covid-19 é superior à capacidade de atendimento (fila de espera);
57% o afastamento de profissionais por problemas de saúde;
Receita cai
69% dos respondentes constataram cancelamento de 80% das cirurgias eletivas e 79% dos participantes observaram queda na receita na ordem de até 20%. No entanto, 86% posicionaram não ter queda nos atendimentos de emergência/PS nos casos não relacionados à Covid-19 nos últimos 10 dias.
Tendências
A pandemia trouxe a incorporação de novas tecnologias como a telemedicina/teleconsulta. A pesquisa levantou que 69% dos serviços de saúde consultados dispõem desses serviços.
Outra modalidade de atendimento estimulada na pandemia é o serviço de homecare e de hospitais de transição. 81% dos hospitais afirmam estimular a desospitalização de pacientes com Covid-19 para homecare ou hospitais de transição.
Para Balestrin, os hospitais de transição e o serviço de homecare vêm contribuindo para a continuidade dos atendimentos de pacientes Covid-19 e também para a liberação de leitos dos hospitais, sendo importantes serviços inclusive para o tratamento de sequelas pós-Covid-19.
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