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Coronavírus: pacientes considerados curados podem apresentar sequelas, alerta especialista

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Bruna Gabriela Ziekuhr
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Coronavírus: pacientes considerados curados podem apresentar sequelas, alerta especialista

Além dos pulmões, coração, musculatura esquelética, articulações e o sistema vascular podem ser afetados por semanas a meses.

Mesmo após a recuperação da Covid-19, para algumas pessoas o diagnóstico de cura não quer dizer que a doença ficou para trás. Isso porque alguns pacientes podem apresentar sequelas do Coronavírus em outros órgãos, além dos pulmões, como sistema vascular, coração, musculatura esquelética e articulações, conforme aponta a médica pneumologista do Hospital Dia do Pulmão, centro de referência na área respiratória de Blumenau, Santa Catarina, Dra. Caroline Uber Ghisi.

“Estudos e pesquisas realizadas nos últimos meses mostram que essas sequelas podem durar por semanas a meses, portanto, ainda não é possível dizer se elas são temporárias ou permanentes. Outro fator importante é que esses efeitos da doença, geralmente, aparecem nos pacientes que tiveram casos moderados a graves da Covid-19”, diz.

A pneumologista também alerta para a necessidade de acompanhamento do que ela chama de “síndrome pós Covid-19”, ou seja, quando a doença pode deixar sintomas mesmo após os dias de isolamento obrigatório. Um exemplo disso é a pesquisa publicada no Journal of the American Medical Association (JAMA) que avaliou 143 pacientes na Itália e, destes, apenas 12,6% foram internados na UTI, e 87,4% afirmaram que tiveram algum sintoma da doença cerca de dois meses após a cura.

“O Coronavírus atua por meio de uma inflamação generalizada no organismo, portanto, além dos pulmões, ele pode afetar outros órgãos, como a musculatura esquelética, o músculo cardíaco e os vasos sanguíneos. Quando os pulmões estão inflamados, o paciente apresenta tosse e sensação de falta de ar, porque a inflamação impede que o oxigênio atravesse a parede dos pulmões e chegue à corrente sanguínea, para ser então distribuído ao organismo. A inflamação da musculatura esquelética pode provocar dor muscular e fadiga. Por sua vez, a inflamação do tecido cardíaco gera um quadro que denominamos miocardite pós viral, onde o paciente sente falta de ar aos esforços. Por fim, caso o sistema vascular sofra com a inflamação, o risco de tromboses torna-se maior. O problema é que, mesmo depois da alta hospitalar, algumas pessoas podem permanecer com inflamação vigente e diversos dos sintomas citados anteriormente. Inclusive alguns pacientes caracterizados como casos leves inicialmente também podem evoluir com estes sintomas, e todos eles têm tratamento”, destaca.

A médica revela que a inflamação não é algo que desaparece de um dia para o outro, a melhora é lenta e gradual, muitas vezes. “Para entender melhor a lógica do processo de desinflamação, gosto de fazer um comparativo com a pele, um órgão fácil de visualizar. Imaginemos aquelas vezes em que ocorreu um pequeno acidente e fez-se uma ferida na pele. Quando o tecido está inflamado, ele não volta ao normal em pouco tempo, pode ficar dias se recuperando, até que a pele volte ao seu padrão normal, e mesmo assim, uma pequena cicatriz é formada no local. A inflamação em órgãos internos ocorre de forma semelhante. Os pulmões se desinflamam de forma muito lenta, em alguns pacientes em fase pós-covid este processo pode durar até três meses. E isso vale também para os outros órgãos citados, como a musculatura esquelética e o músculo cardíaco. Porém, podemos acelerar este processo de melhora com medicações adequadas, recuperando a respiração, a disposição e a qualidade de vida do paciente em um período muito mais curto. Evitando, inclusive, a tão temida formação de cicatrizes – fibroses – nos pulmões. Assim, caso um paciente continue apresentando tosse e falta de ar após o término do isolamento da Covid-19, é essencial que ele procure um médico pneumologista”, aponta Dra. Caroline.

Problemas de coagulação

A inflamação dos vasos sanguíneos em decorrência da Covid-19 provoca a hipercoagulabilidade, condição onde existe o risco muito elevado de formação de coágulos nos vasos, também conhecidos como trombos. “Eles se formam e impedem que a circulação do sangue ocorra de forma adequada. Se o paciente desenvolve um trombo, ele pode migrar pela circulação e parar em outros locais, como na circulação pulmonar e cerebral. Quando ele chega até a circulação pulmonar, o sangue que passa pelos pulmões não consegue ser oxigenado, assim, surgem sintomas como muito cansaço, falta de ar para pequenos esforços e dor no peito. Este é o quadro clínico que chamamos de TEP, o tromboembolismo pulmonar e que, caso não tratado, pode levar a óbito. Esta condição clínica sempre merece atenção e cuidado médico”, comenta a médica.

Quando o trombo, por sua vez, migra para vasos cerebrais, podemos ter um quadro de AVC, o acidente vascular cerebral, popularmente chamado de “derrame cerebral”. “Neste cenário, a circulação vai deixar de passar de forma adequada em alguma parte específica do cérebro, que pode ser responsável por alguma função importante no organismo. Por exemplo, existe uma região cerebral responsável por interpretar a visão. Se algum trombo migrar até esta parte, o paciente pode perder a capacidade de enxergar. Além disso, dependendo da área acometida, pode haver perda de força em braços e pernas, dor de cabeça intensa, ou até mesmo paralisia facial. Por isso é tão importante que pacientes que sentem sintomas mesmo após o término da Covid-19 procurem um médico pneumologista”, conclui a Dra. Caroline Uber Ghisi.

Sobre o Hospital Dia do Pulmão

O Hospital Dia do Pulmão (HDP) atua em Blumenau desde 1982, com prestação de serviços voltados ao diagnóstico e tratamento de doenças respiratórias. Destacam-se nesta trajetória pioneira, a introdução da fisioterapia respiratória e pneumologia pediátrica.

Além de atendimento nas áreas de pneumologia, alergologia, otorrinolaringologia e cirurgia torácica, o Hospital Dia do Pulmão conta com serviço de Pronto Atendimento, consultórios, exames e tratamentos que permitem o atendimento, diagnóstico e tratamento sequencial nas dependências do HDP.

Essa abordagem permite conduzir 99.39% dos pacientes na estrutura do Hospital Dia do Pulmão, o que permite a desospitalização do atendimento. Somente 0,61% dos pacientes atendidos pelo HDP são encaminhados para os hospitais convencionais.

No início deste ano, o HDP reestruturou o Setor de Pronto Atendimento, separando os atendimentos os pacientes adultos e pediátricos.

Outro diferencial da área de imunizações é a estrutura física e pessoal dentro de parâmetros sanitários e técnicos internacionais, passando pela monitorização do transporte, conservação (central de refrigeração com sistema de backup que inclui gerador de energia) e manuseio por equipe certificada e treinada especificamente nesta atividade.

Recentemente a ativação da consultoria de Vacinas, que permite análise via WhatsApp das carteiras de vacinações, orientações e até agendamentos como o diferencial que caracteriza o HDP ao longo dos seus 38 anos.


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