FINANÇAS - Endividamento das empresas junto aos bancos deve aumentar
Só no segundo trimestre, elas devem aumentar em mais de 30% em razão dos efeitos econômicos da pandemia pela Covid-19. Mas existem R$ 1 trilhão de dívidas não-pagas aos bancos no Brasil que foram acumuladas ao longo dos últimos 15 anos. Em Goiânia, surge a primeira empresa do Centro-Oeste voltada ao mercado de aquisição de ativos estressados
Os cinco maiores bancos do País (Itaú; Bradesco; Santander; Banco do Brasil; Caixa Econômica Federal) reservaram mais de R$ 30 bilhões para cobrir potenciais perdas com devedores duvidosos no 1º trimestre de 2020. É o 2º maior valor já registrado num trimestre, segundo levantamento da Economática. O valor é R$ 10 bilhões maior do que igual período em 2019.
Esses montantes são registrados na chamada PDD (Provisão para Devedores Duvidosos) – uma espécie de “fundo” que os bancos deixam reservado para se proteger em caso de possíveis calotes de seus clientes. No 1ª trimestre, o Itaú Unibanco lidera como o banco com maior o provisionamento: R$ 10,8 bilhões. Em seguida aparecem Bradesco (R$ 7,3 bilhões), Banco do Brasil (R$ 6,6 bilhões), Santander (R$ 3,5 bilhões) e posteriormente Caixa Econômica Federal.
Devido a pandemia do COVID-19, o Banco Central estima queda de 5,12% do PIB brasileiro para o ano de 2020, conforme recente levantamento do Banco Central junto a economistas de várias instituições financeiras. Algumas destas possuem previsão mais alarmante, e estimam que a queda do PIB pode chegar a 8%.
“O provisionamento dos bancos no Brasil para Devedores Duvidosos deverá saltar para R$ 40 bilhões no 2º trimestre de 2020, uma vez que pequenas, médias e grandes empresas de todo o país estão entrando em colapso financeiro. A quantidade de pedidos de Recuperação Judicial no período de 12 meses entre julho/2020 a julho/2021 pode chegar a 5 mil empresas, o que continuará a impactar no provisionamento dos bancos” calcula Cidinaldo Boschini, especialista em Recuperação Judicial de empresas, sócio-diretor da Cronos Capital.
Atentos a essa movimentação de mercado, Cidinaldo Boschini e um grupo de sócios fundaram a primeira empresa de investimentos do Centro-Oeste especializada na negociação e compra de ativos estressados, créditos não performados (Non Performing Loan - NPL) junto a instituições financeiras privadas, a Cronos Capital.
O foco da Cronos Capital é a compra de créditos não performados (dívidas) de instituições financeira privadas, que tenham alguma garantia, de preferência de bem imóveis. “O nosso objetivo é gerar valor, tanto os bancos privados que receberão parte de um crédito tido como perdido, como para o devedor pessoa física ou pessoa jurídica que tem uma nova chance de renegociar seu débito e se reestruturar financeiramente, assim como pagar a Cronos Capital com um imóvel”, diz Cidinaldo.
Com apenas 12 meses de operações, a Cronos Capital já realizou negócios de mais de R$ 40 milhões e a previsão é quase que triplicar esse valor nos próximos 12 meses. “Esperamos chegar até o fim do ano de 2020 com carteira superior a R$ 100 milhões de ativos estressados. As operações são feitas com capital próprio”, revela Cidinaldo.
O tamanho do mercado de dívidas em aberto no Brasil – de pessoas físicas e empresas no Brasil – é estimada em cerca de R$ 600 bilhões, mas, se considerados os débitos acumulados nos últimos 15 anos, chega a quase R$ 1 trilhão, segundo dados do Banco Central.
*Time Multidisciplinar*
Com sede em Goiânia-GO, a empresa atua em todo Brasil e possui parceria com as maiores empresas deste mercado de NPL. Cidinaldo Boschini revela que apesar do grande potencial, ainda é pequeno no Brasil o número de empresas especializadas na compra de crédito não performado, especialmente com foco em ativos imobiliários. “Também compramos imóveis de pessoas físicas ou jurídicas que estejam com dificuldades financeiras e precisam de liquidez”.
A opção em trabalhar com a compra de dívidas que tenham imóveis como garantia se dá pela expertise acumulada pelos sócios da Cronos. Além de Cidinaldo Boschini, que é empreendedor serial e especialista em Recuperação Judicial de empresas, onde já renegociou mais de R$ 15 bilhões de dívidas ao longo dos últimos 15 anos; integram o corpo societário da empresa Pedro Toledo França que juntamente com Thiago Castro, fazem parte da 2º geração do grupo familiar Joule, onde possuem participação em projetos imobiliários como o Hospital Órion, shopping centers, incorporações e loteamentos e, por fim, Felipe Pinho, outro player experiente do setor imobiliário, conselheiro do Secovicred, 2º geração da Tropical Urbanismo, tendo seu grupo familiar desenvolvido diversos projetos imobiliários no Centro-Oeste, como o Hospital Órion, shoppings centers, incorporações e loteamentos.
“Investir nesse segmento de ativos estressados requer um conjunto complexo de habilidades e estratégias. Fazemos uma avaliação profunda de cada ativo, análise esta jurídica, mercadológica, econômica e financeira. Possuímos um entrosamento e confiança muito grande dentro da sociedade, uma vez que já possuíamos outros negócios desenvolvidos em conjunto, o que faz toda a diferença em nosso negócio”, conta Pedro França, um dos sócios da Cronos.
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