Manejo de plantas daninhas no algodão é difícil e requer atenção
Pesquisador da Fundação MT orienta o cotonicultor sobre as melhores práticas
Controlar as plantas daninhas não é tarefa fácil e no cultivo de algodão isso não é diferente. Espécies como o Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), Buva (Conyza spp.), Capim-amargoso (Digitaria insularis), Trapoeraba (Commelineae spp.), Erva–de-Santa-Luzia (Chamaesyce hirta), Vassourinha-de-botão (Spermacoce verticillata L.) e a Corda-de-viola (Ipomea spp.) são as que mais tiram o sono do cotonicultor, principalmente com o aumento de incidência a cada safra.
Com o intuito de levantar informações atuais sobre o assunto, a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) desenvolveu projetos de pesquisa, nas últimas três safras, sobre o manejo de plantas daninhas no sistema soja-algodão, em diferentes locais de MT. Alguns desses dados serão apresentados no próximo mês, durante o XV Encontro Técnico Algodão, realizado pela instituição, e que acontecerá de 28 a 30 de agosto, no Gran Odara Hotel, na capital Cuiabá.
Difícil manejar
De acordo com o pesquisador da Fundação MT, doutor em Fitotecnia, Lucas Heringer Barcellos, o Capim-pé-de-galinha e a Vassourinha-de-botão são as plantas daninhas no algodão com maior dificuldade de controle. “Estas apresentam características morfofisiológicas que lhes conferem vantagem competitiva à cultura. Mostram também rápido crescimento nas condições edafoclimáticas do Cerrado e ainda grande quantidade de sementes”, explica.
Contudo, o principal fator que confere a dificuldade de controle delas, no caso do Capim pé-de-galinha, é porque este apresenta resistência a diversos herbicidas, como o Glifosato e os inibidores da Acetil-CoA carboxilase. Já a Vassourinha-de-botão é tolerante ao Glifosato, que é uma das mais relevantes opções hoje no mercado de herbicidas. “Por isso, com o avanço das plantas daninhas nas lavouras, está cada vez maior a exigência de que o produtor realize um planejamento eficaz de controle”, diz Barcellos.
Se não for bem feita a tarefa de casa, a matocompetição gera perdas diretas, podendo comprometer a produção em áreas onde não se tem controle efetivo. “E ainda perdas por danos indiretos, depreciando a qualidade da fibra do algodão e hospedando pragas e doenças, ou seja, aumentando ainda mais o problema”, explica o pesquisador.
Para ajudar o cotonicultor, o especialista destaca quais são as principais ações para o sucesso no manejo, como integrar métodos de controle. “Além disso, conhecer a infestação e as espécies das plantas daninhas presentes na área. Planejar-se para o manejo. Começar a dessecação desde a entressafra (agora) e ainda rotacionar os talhões que irão receber algodão”, finaliza.
O evento
O Encontro Técnico Algodão tem o objetivo de disseminar dados de pesquisa de diferentes instituições, apresentar o posicionamento da Fundação MT, promover o diálogo sobre os gargalos da cotonicultura, debater aspectos da safra e planejar a próxima. São três dias nas modalidades híbrida e presencial, com muitas informações para a classe produtora e profissionais do setor se atualizarem. As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas em: https://www.fundacaomt.com.br/eventos/xv-encontro-tecnico-algodao-095a
Fundação MT: Criada em 1993, a instituição tem um importante papel no desenvolvimento da agricultura, servindo de suporte ao meio agrícola na missão de prover informação técnica, imparcial e confiável que oriente a tomada de decisão do produtor. A sede está situada em Rondonópolis-MT, contando com três laboratórios e casas de vegetação, seis Centros de Aprendizagem e Difusão (CAD) distribuídos pelo Estado nos municípios de Sapezal, Sorriso, Nova Mutum, Itiquira, Primavera do Leste com ponto de apoio em Campo Verde e Serra da Petrovina em Pedra Preta.
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