IoT no campo: como a tecnologia está ajudando a revolucionar o agronegócio do Brasil
Por Romulo Cioffi, Vice-Presidente de Operações do Grupo Squadra
Veículos autônomos, redes complexas com dispositivos interagindo de forma automática e sistemas inteligentes ajudando a predizer cada passo das operações. Se você acha que estamos falando de uma fábrica ou cidade do futuro, saiba que não é nada disso. Essas são apenas algumas das inovações que estão levando o agronegócio a uma verdadeira revolução digital nos últimos anos, transformando completamente a produção.
A inovação no campo, portanto, é uma grande notícia. Ainda mais quando destacamos a importância do setor agro para a economia de nosso País. Hoje, o segmento é responsável por movimentar cerca de R$ 1 trilhão por ano, o que representa mais de 20% de todo o Produto Interno Bruto nacional. Além disso, quase 40% dos empregos criados no Brasil têm relação direta ou indireta com a indústria do campo.
Isso significa que a utilização cada vez mais efetiva da tecnologia é um caminho prático para impulsionar os resultados do segmento e, consequentemente, da indústria brasileira como um todo. Mais do que isso: em tempos como os atuais, diante da crise aberta pela pandemia do coronavírus, a modernização e globalização da economia agropecuária pode representar uma chance prática para sustentar a retomada real da atividade interna.
Para isso, no entanto, é preciso que as soluções mais inovadoras – como as aplicações de Internet das Coisas (IoT – de Internet of Things, em inglês) – cheguem de forma efetiva aos mais diversos elos da cadeia de produção agroindustrial. Simplificar o acesso às novidades e permitir que elas sejam, de fato, otimizadas para atender a rotina dos produtores são dois passos essenciais para gerar valor real a partir da inovação.
Não por acaso, segundo dados do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), as aplicações de Internet das Coisas deverão gerar até US$ 132 bilhões à economia do Brasil, sendo o campo um dos maiores focos desse investimento – ao lado de verticais como saúde, cidades e fábricas.
Mas o que, afinal, esse conceito tecnológico agrega para o campo? A resposta é simples: o uso de recursos de IoT no campo permitirá cada vez mais a automação de diversas etapas cotidianas do trabalho – como por exemplo, a colheita, o plantio, o manejo do gado e o comércio de carne – reduzindo desperdícios e maximizando os resultados. Com essa tecnologia será possível, entre outras medidas, conectar várias soluções utilizadas para monitoramento do campo, ampliar o uso de sensores de georreferenciamento que permitam, por meio de Inteligência Artificial, sugerir decis&otil de; es es pecíficas para o produtor e muito mais.
Como resultado, a real expansão das ferramentas de Internet das Coisas nas fazendas e pastos irá abrir caminho para que os gestores sejam capazes de analisar e aprimorar rapidamente as condições de solo e estágios da produção, entre outros fatores, e implementar um novo modelo de rastreabilidade dos produtos. Desse modo, podem reduzir os custos, antecipar a tomada de decisões, otimizar os investimentos e, ainda, garantir mais segurança aos compradores.
Para os clientes, por sua vez, a implementação de tecnologia inteligente nas lavouras significará uma nova era de confiança em relação aos produtos – será mais fácil saber que tipo de defensivo agrícola foi usado, de onde veio o produto, qual o caminho logístico percorrido até o mercado. Além disso, o uso de informações precisas e em tempo real resulta em um imenso benefício sustentável, pois possibilita o uso mais racional e eficiente de insumos, água e até mesmo de áreas para plantio.
Em um momento marcado pelas oscilações e mudanças, garantir maior acesso e conhecimento dos produtos à tecnologia é um fator chave para impulsionar o que chamamos, hoje, de agricultura 4.0 – elevando a inteligência das operações como um todo. É preciso usar a TI como ferramenta para mitigar ameaças e agilizar a conquista de novas oportunidades para que toda a cadeia do agronegócio seja cada vez mais produtiva.
Atualmente, esse movimento já existe e deve ser ressaltado. Por isso, é fundamental trabalhar para aproximar quem desenvolve novas soluções tecnológicas de quem gerencia as atividades agroindustriais. Incentivar a conexão entre empresas e produtores é o próximo passo para elevar a qualidade do negócio agropecuário brasileiro. Acho que ninguém duvida que o agronegócio brasileiro já é uma potência mundial e com a tecnologia pode ir muito além.
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