Encontros de agosto na Casa Museu Ema Klabin abordam escravidão indígena, imagens da memória nacional, populações amazônicas e ancestralidade

A Casa Museu Ema Klabin, no Jardim Europa, em São Paulo, traz neste mês de agosto uma programação de palestras que revelam desde a história pouco conhecida da escravidão dos povos originários, até questões arqueológicas que oferecem uma nova perspectiva sobre a Amazônia e suas populações indígenas. Além disso, a casa museu retoma a série de encontros Arte-Papo, que há mais de uma década promove diálogos entre o público e artistas contemporâneos. O Arte-Papo de agosto será com as artistas Aline Motta e Lubi Prates.

A programação segue o tema curatorial da casa museu proposto para 2024, que é Novo Mundo: territórios e identidades. O tema consiste em uma reavaliação de nossos conceitos acerca do Continente Americano, buscando novas leituras e perspectivas sobre a geografia, as diversas populações e suas manifestações culturais.

Para participar tanto dos encontros presenciais como dos online, o público deve se inscrever pelo site da Casa Museu Ema Klabin. Os encontros online serão realizados pela via plataforma Zoom, com tradução e interpretação em Libras.

Os eventos são contemplados pelo Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais, PROMAC, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, com patrocínio da Marsh McLennan. A casa museu conta ainda com apoio da Klabin S. A.​

Confira:

Escravidão indígena e resistência das “cativas litigantes”

No dia 3 de agosto, sábado, das 15h às 17h, a Casa Museu Ema Klabin sediará a palestra Escravidão indígena e resistência das “cativas litigantes”, que promete lançar luz sobre um aspecto pouco conhecido da história brasileira: a escravidão de indígenas na Amazônia Portuguesa. O encontro ministrado pela historiadora Luma Ribeiro Prado irá demonstrar que a escravidão no Brasil não se restringiu à migração forçada dos povos africanos. Mulheres e homens indígenas foram, em grande número, escravizados e igualmente resistiram ao cativeiro. Este encontro será seguido por um bate-papo com o público e sessão de autógrafos de seu livro recém-lançado pela Editora Elefante: Cativas litigantes: demandas indígenas por liberdade na Amazônia portuguesa (1706-1759).

Imagens persistentes: tensões entre arte contemporânea e memória nacional

No dia 8 de agosto de 2024, das 19h às 21h, será realizada a palestra online Imagens persistentes: tensões entre arte contemporânea e memória nacional. O encontro será conduzido por Ana Paula Rocha, curadora-adjunta da exposição Rio de Janeiro, XIX-XXI, em cartaz na Casa Museu Ema Klabin, e doutoranda em Sociologia e Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A palestra abordará o papel da arte na construção e contestação da memória nacional, explorando como artistas contemporâneos reinterpretam acervos históricos à luz dos debates sociais atuais.

Populações amazônicas e contextos arqueológicos

No dia 28 de agosto, das 19h às 21h, será realizada a palestra online Populações amazônicas e contextos arqueológicos, ministrada pelo doutorando em Arqueologia pelo Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da Universidade de São Paulo, Thiago Kater. A palestra busca demonstrar que muitos pressupostos tradicionais sobre a Amazônia refletem mais o olhar colonial do que a verdadeira trajetória histórica e ecológica da região. A discussão visa ampliar os olhares e percepções sobre a importância das contribuições indígenas tanto na história quanto na ecologia do bioma.

Arte-Papo online com Aline Motta e Lubi Prates

No dia 17 de agosto, das 11h às 13h, o Arte-Papo receberá a artista visual e escritora Aline Motta, reconhecida por suas obras que reconfiguram memórias afro-atlânticas, e a poeta Lubi Prates, que se dedica a ações que combatem a invisibilidade de mulheres e negros. No bate-papo, elas abordam de que maneira as temáticas da travessia, da água e da ancestralidade permeiam suas poéticas e processos criativos.

Serviço
Palestra presencial - Escravidão indígena e resistência das “cativas litigantes” - Luma Ribeiro Prado
sábado, 3 de agosto
das 15h às 17h
gratuito, com sugestão de contribuição voluntária
100 vagas por ordem de inscrição: https://emaklabin.org.br/palestras/palestra-presencial-escravidao-indigena-
e-resistencia-das-cativas-litigantes
Rua Portugal, 43, Jardim Europa, São Paulo

Palestra online: Imagens persistentes: tensões entre arte contemporânea e memória Nacional - Ana Paula Rocha
quinta, 8 de agosto
das 19h às 21h
95 vagas por ordem de inscrição
tradução e interpretação de libras

Palestra online - Populações amazônicas e contextos arqueológicos - Thiago Kater
quarta, 28 de agosto
das 19h às 21h
95 vagas por ordem de inscrição: https://emaklabin.org.br/palestras/palestra-online-populacoes-amazonicas-e-
contextos-arqueologicos
plataforma Zoom
tradução e interpretação de libras

Encontro online - Arte-Papo com Aline Motta e Lubi Prates
sábado, 17 agosto
das 11h às 13h
95 vagas por ordem de inscrição: https://emaklabin.org.br/arte-papo/encontro-online-arte-papo-com-aline-motta-
e-lubi-prates
plataforma Zoom
tradução e interpretação de libras

Todos eventos gratuitos, com sugestão de contribuição voluntária*

Sobre a Casa Museu Ema Klabin

A residência onde viveu Ema Klabin de 1961 a 1994 é uma das poucas casas museus de colecionador no Brasil com ambientes preservados. A Coleção Ema Klabin inclui pinturas do russo Marc Chagall e do holandês Frans Post, obras do modernismo brasileiro, como de Tarsila do Amaral e Candido Portinari, além de artes decorativas, peças arqueológicas e livros raros, reunindo variadas culturas em um arco temporal de 35 séculos.

A Casa Museu Ema Klabin é uma fundação cultural sem fins lucrativos, de utilidade pública, criada para salvaguardar, estudar e divulgar a coleção, a residência e a memória de Ema Klabin, visando à promoção de atividades de caráter cultural, educacional e social, inspiradas pela sua atuação em vida, de forma a construir, em conjunto com o público mais amplo possível, um ambiente de fruição, diálogo e reflexão.

A programação cultural da casa museu decorre da coleção e da personalidade da empresária Ema Klabin, que teve uma significativa atuação nas manifestações e instituições culturais da cidade de São Paulo, especialmente nas áreas de música e arte. Além de receber a visitação do público, a Casa Museu Ema Klabin realiza exposições temporárias, séries de arte contemporânea, cursos, palestras e oficinas, bem como apresentações de música, dança e teatro.

O jardim da casa museu foi projetado por Roberto Burle Marx e a decoração foi criada por Terri Della Stufa.

*Como em todos os nossos eventos gratuitos, convidamos quem aprecia a Casa Museu Ema Klabin e pode contribuir para a manutenção das nossas atividades a nos apoiar com uma doação voluntária via pix: 51204196000177.