Agenda Tarsila Indica eventos em diferentes cidades
De música clássica a exposições, a plataforma traz dicas de atividades em homenagem ao modernismo por todo o país
Em celebração aos cem anos da Semana de Arte Moderna de 1922, a Agenda Tarsila, lançada em setembro de 2021, já conta com mais de 800 eventos que celebram um dos momentos mais importantes da arte no Brasil. A plataforma conta com entrevistas, vídeos exclusivos, linha do tempo especial sobre os modernistas e eventos culturais para quem deseja se aprofundar ainda mais no tema. São eventos em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Campos do Jordão, Piracicaba, Taubaté, Santos e São Paulo.
A partir desta quarta-feira, dia 29, o Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro apresenta a exposição “Portinari Raros”, com aproximadamente 50 obras pouco vistas ou nunca antes expostas de Candido Portinari. A curadoria é de Marcello Dantas e a mostra apresenta a enorme diversidade da obra de um dos mais importantes artistas brasileiros de todos os tempos, revelando suas várias linguagens, como a única cerâmica produzida por Portinari em toda a sua vida. Além de um dos estudos sobre o painel Guerra e Paz, instalado na ONU, e pinturas e desenhos em diversas técnicas, como também figurinos das mais diferentes manifestações artísticas.
Para completar, a instalação digital Carroussel Raisonnée, levará o público a uma viagem por todas as 4.932 obras catalogadas de Portinari. Os trabalhos serão apresentados em sequência cronológica, em uma projeção com mais de oito horas de duração, mostrando a enorme diversidade de estilos de sua produção artística.
Na próxima sexta e sábado, dias 1 e 2, a Fundação Clóvis Salgado apresenta no Palácio das Artes de Belo Horizonte, “Instrumental Villa-Lobos”, que conta com a participação de músicos mineiros interpretando ao vivo obras do compositor modernista, entre eles estão: Fernando Araújo, Renata Xavier, Celso Faria e Patrícia Valadão. Serão interpretadas as obras O canto do Cisne Negro, Bachianas Brasileiras, os Prelúdios I, II, III, IV e V, além de outros clássicos.
O Festival de Inverno de Campos do Jordão, que acontece de 2 a 31 de julho, celebra o centenário da Semana de Arte Moderna. A 52ª edição terá 84 concertos, sete palcos, sendo que cinco na cidade e dois na capital, na Sala São Paulo, e terá diversas atrações nacionais e internacionais. A Agenda Tarsila entrevistou o coordenador artístico e pedagógico do Festival, Fabio Zanon, que fala um pouco sobre as atrações para o público durante o mês de julho. Este ano, terá muito Villa-Lobos, além de obras de compositores do modernismo internacional dos anos 1920 e 1930, como Stravinsky, Prokofiev, Bartók, Martinu e César Franck, menciona Zanon.
No lado formativo do Festival, há o módulo pedagógico que receberá 142 alunos e 52 professores, que vivenciarão mais de mil horas-aula durante julho. Segundo Zanon, a maior parte dos estudantes são de projetos sociais em áreas de risco de várias partes do país ou de igrejas, principalmente a Protestante que mantêm educação musical. Eles terão aulas todas as manhãs e ensaiarão com orquestra todas as tardes. “É um intensivão, vale por praticamente um ano letivo com tudo concentrado em um mês”, comenta.
A partir desta quarta-feira, dia 29, a Pinacoteca Benedito Calixto, em Santos, recebe a exposição “De 22 a 22 - 100 anos da Semana da Arte Moderna Brasileira”. Organizada pelo Grupo Artilharia, a mostra traz 36 artistas de várias cidades brasileiras que trabalham com diferentes técnicas e estilos, para discutir como a Semana de 22 repercutiu até os dias atuais na produção artística nacional e saber qual o tema mais abordado e suas influências. Na data, será lançada a quinta edição da Revista Artilharia e, o curador de arte Oscar D’Ambrosio, fará uma palestra no dia 2 de julho sobre o assunto.
O Museu Histórico e Pedagógico Monteiro Lobato, localizado em Taubaté (SP), abre a exposição “Os 2 em 22” a partir da próxima sexta-feira, dia 1 de julho. Ela traz a São Paulo da virada do século 20, que começa o processo de industrialização, se moderniza rapidamente e a burguesia intelectual passa a ser importante e influi no destino do país. Com base no texto de Lobato Acerca da Exposição de Malfatti, que também ficou conhecido como Paranóia ou Mistificação, e todas as suas interpretações e polêmica, precursora do que viria a acontecer em fevereiro de 2022, traz a mostra que utiliza algumas salas do Sítio do Picapau Amarelo, para expor em cavaletes reproduções das obras que naquele momento o escritor considerava a melhor arte produzida no Brasil.
Enquanto outra sala é ocupada pelas obras desprezadas por ele, como as de Anita e Tarsila do Amaral. A sala é ambientada como um tribunal e o grupo de monitores atores do Sítio promoverão uma leitura do texto de Lobato em contraponto a textos de apoiadores e defensores da arte moderna. O visitante será o jurado e será levado a refletir sobre a questão.
A São Paulo Big Band apresenta “Brasil 1922 a 2022” no Teatro São José, em Piracicaba, no sábado, dia 2 de julho, em duas apresentações, com entrada gratuita. O projeto é uma viagem pela história até os dias de hoje em um espetáculo que traz obras de Pixinguinha, Villa-Lobos, Raul Seixas, Chico Buarque, Legião Urbana entre outros, enquanto um telão apresenta uma linha do tempo com imagens e fatos que influenciaram gerações nos mais diversos cenários, como moda, arquitetura, artes plásticas, além de fatos históricos, filmes, cinema e literatura. A direção geral e artística é de Antônio Ribeiro, que também idealizou o espetáculo. A proposta da São Paulo Big Band é retratar a evolução da música e da arte.
Já no Museu Afro Brasil, foi estendida até o dia 3 de julho, próximo domingo, a exposição “Esse Extraordinário Mário de Andrade” de curadoria de Emanoel Araújo e da equipe da Instituição, que traz diferentes aspectos da atuação de Mário de Andrade, como cronista, poeta, romancista e pesquisador, além de crítico de arte e de literatura, musicólogo e fotógrafo. Um dos destaques é a Missão de Pesquisas Folclóricas, expedição organizada por Mário de Andrade para investigar as manifestações culturais presentes em diferentes regiões do Brasil.
Sobre a Agenda Tarsila
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo lançou, em setembro do ano passado, a Agenda Tarsila, um braço fundamental do projeto “Modernismo Hoje”, concebido pela pasta para celebrar o legado da Semana de Arte Moderna de 1922. A iniciativa é um guia especial e único sobre a temática. Além de acompanhar a programação, o público poderá conferir a história do movimento modernista, curiosidades, galerias de fotos, entrevistas exclusivas com familiares, artistas contemporâneos e pesquisadores dos principais personagens que lançaram tendência no Movimento Modernista. O projeto também disponibiliza conteúdo nas redes sociais (Instagram, Twitter, Facebook, TikTok e Youtube) com diversas novidades envolvendo o centenário. Toda a gestão e produção da Agenda Tarsila é realizada pela Organização Social Amigos da Arte.
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