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Transformação digital e os impactos na saúde marcam os debates do 1º dia do 13º Seminário UNIDAS

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Walquene Sousa
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Presidente da entidade aponta a necessidade de mudanças no modelo de atendimento e define o evento como prático, apresentando cases e experiências ao setor

O tema saúde nunca esteve tão em alta junto à sociedade. Equilibrar a demanda do público que abraçou de vez a saúde digital e que exige, cada vez mais, rapidez do setor é o grande desafio para a saúde suplementar. Com este cenário, a UNIDAS - Autogestão em Saúde - deu início, nesta terça-feira, 26, à 13ª edição do Seminário UNIDAS, desta vez na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Na ocasião, o presidente da entidade, Anderson Mendes, fez a abertura do evento, dando início ao debate sobre a “Integralidade do Cuidado e Saúde Digital”. O encontro, que seguirá ainda nesta quarta-feira, 27, ocorre em formato híbrido e conta com recorde de inscritos - mais de 500 estão presencialmente em Belo Horizonte acompanhando o evento.

O presidente da UNIDAS, Anderson Mendes, apontou em seu discurso de abertura que a referência de saúde, ainda hoje, é o médico, o consultório e o hospital, mas que é necessário ampliar estes modelos de atendimento à saúde. “Necessitamos de mudanças e de coragem para mudar. Precisamos colocar a experiência acima de tudo. E é isso que trazemos aqui hoje. Este será um Seminário de cases, do diferente, de visões práticas. Espero que todos os participantes possam beber desta fonte”, disse Mendes, que estava ao lado de José Antônio Diniz, presidente do Conselho Deliberativo da entidade.

Inovação em Saúde - A primeira mesa de debates do evento teve como tema “Inovação em Saúde para maior eficiência do setor”. A moderação foi de Fernando Uzuelli, Head do Rita Saúde – Centro de Saúde Digital do Grupo Sabin, enquanto a palestra foi ministrada por Istvan Camargo, Head do Skyhub no Grupo Sabin e Senior Advisor no Kortex Ventures. Ele explicou que modelo de inovação no Brasil segue o mercado global em termos de prestação de cuidado. “Não é mais possível fazer saúde sem pensar em um atendimento com cuidado integral”. Para o executivo, ter um bom prontuário médico já é um passo gigantesco para a integralidade nos dados. "O cuidado remoto associado ao modelo de atendimento integrado traz grande redução de custo ao sistema. Os cálculos apontam uma redução de cerca de U$ 600 por mês por paciente com a integralidade das operações. Mas é preciso ter um contato disponível aos pacientes 24 horas por sete, de forma a permitir um ganho de autonomia e independência. Para nós, a meta deve ser um registro eletrônico único, mas ter um bom prontuário médico já ajuda muito, senão o paciente fica sem vínculo e solto no sistema”, conclui.

“Saúde Digital” foi o assunto debatido por Jihan Zoghbi, presidente e fundadora da Drº TIS, e Joel Rennó Jr, CEO da Memed. A moderação ficou a cargo de Fernando Domingues, cofounder da Conexa Saúde e da Cannect Life, e Roberto Botelho, Board Member da Conexa.

O cofounder da Conexa Saúde e da Cannect Life explicou que a empresa identificou um gap muito grande na telemedicina e, daí, surgiu a solução da startup. “Nosso produto está integrado, acompanhando toda a jornada do paciente por meio de um só aplicativo, e isso é importante, pois deixa a experiência do paciente muito mais prática e fácil”, ressalta. Já Jihan Zoghbi contou que sua paixão era a área de exatas, mas resolveu atuar em pesquisas. “Meu irmão teve câncer aos 29 anos e comecei a trabalhar no setor de saúde para acompanhar a evolução da doença dele. Percebi então que muitas coisas eram feitas lá fora, porém, no Brasil ainda não. Se democratizarmos a tecnologia a favor da saúde, ela se torna útil para todos”, afirmou.

Na sequência, o tema “Transformação Digital e os Impactos na Área da Saúde” foi apresentado por Regiane Relva Romano, head de Inovação da VIP-Systems. Andrea Borb, gerente de unidade da Cassi-RJ, foi a mediadora da apresentação introduzindo a importância da democratização do acesso aos avanços tecnológicos. Ela reforçou o contexto da aceleração do desenvolvimento tecnológico em tempos de coronavírus, dizendo que a necessidade fez com que o mundo fosse transportado para a telemedicina, entre outras funcionalidades do mundo virtual, obrigando que todos repensem o consumo com responsabilidade e sustentabilidade.

Porém, também ressaltou a importância de entender o “novo paciente”, que estará mais exigente e será o centro das atenções, mudando a cadeia da saúde. “É o que chamamos de ‘neocliente’. Ele é moderno e multifuncional e quer velocidade, informações e mobilidade - até mesmo para ser atendido dentro de casa. Não tem jeito, é preciso inovar para atendê-lo”, afirmou. “O problema não é a tecnologia, mas o que vamos fazer com ela. Inovações não são mais o futuro, e sim o presente. Isso vai mexer com a indústria, que terá que fazer manutenção preditiva e fazer a Indústria 4.0/5.0. Integração entre o físico e o digital e a integração de tudo isso com o ser humano”, complementou. A executiva também lembrou que, apesar de todo processo de transformação digital, o foco ainda deve estar nas relações com as pessoas. “Estamos no meio de uma revolução. Mas, se quiserem ter sucesso, foquem nas pessoas. A tecnologia é meio e não fim”, finalizou.

“Saúde Digital no Mercado Analógico” foi o tema do painel seguinte, discutido por Leandro Fonseca, executivo do Setor privado da Saúde e ex-presidente da ANS, e Maurício Nunes da Silva, diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde. A moderação foi realizada por Celso Dias Lopes, diretor executivo da Notredame.

De acordo com Leandro Fonseca, o setor de saúde tem acompanhado o avanço tecnológico. “Ouso dizer que este período da pandemia marca o fim da idade contemporânea e o começo da digital. Acredito muito que, hoje, a gente vive um momento histórico incrível e os historiadores no futuro olharão para este período e dirão que houve uma enorme disruptura. Healthtechs e empresas incumbentes estão promovendo uma série de inovações tecnológicas em diversas frentes. Quem conseguir surfar a onda da era digital vai se diferenciar.”

Maurício Nunes da Silva iniciou sua fala explicando sobre a missão da ANS. Segundo ele, “o principal insumo do regulador são as informações estruturadas e, a partir disso, conseguimos pensar em produtos adequados. É importante também ter um beneficiário consciente, sabendo como este setor funciona. Temos algumas propostas legislativas que, do ponto de vista social, são inquestionáveis, porém, como fica a sustentabilidade deste setor? Sustentabilidade em relação àquele que de fato paga, que é o contratante. Precisamos trazer o consumidor para este debate, assim teremos um olhar diferenciado”, destacou.

Palestras patrocinadas: a programação do dia contou, ainda com um debate patrocinado pela Janssen com o tema “A Integralidade no Cuidado e Saúde: Paciente no Centro”. Com as participações de Andrea Bonvini (Nutricionista e Doutora em Ciências pela USP, com ênfase em Imunologia de Doenças Crônicas não Transmissíveis), Gislene Padilha (Enfermeira Oncológica e Membro da Oncology), Juliana Dibai (CEO da EEJ Auditoria e Consultoria em Saúde) e Kelly Cristina Rodrigues (CEO e Fundadora da Patient Centricity Consulting) foi abordada a necessidade da oferta de uma vivência única aos pacientes. Segundo dados, 41% dos americanos escolhem uma instituição de saúde pela experiência. O debate ainda trouxe a voz que o paciente adquiriu nos últimos anos com o impulsionamento dos meios digitais e, especialmente, as redes sociais, as quais trazem a ele mais opções de escolha. Por isso, a importância de se olhar o paciente por três pilares: segurança e qualidade assistencial, atenção centrada no paciente e excelência na jornada. “Quando cuidamos da doença, podemos ganhar ou perder. Mas quando cuidados do paciente, sempre vencemos”, destaca Kelly Rodrigues.

A integralidade do cuidado passa ainda pelo comportamento alimentar e à atenção para que o paciente tenha adesão ao tratamento a partir de uma comunicação eficaz. Quando se fala sobre a saúde mental, pontualmente, o grande desafio é fazer com que a pessoa possa conviver com o processo depressivo, entendendo como lidar no dia a dia com os seus gatilhos. “O custo do tratamento ruim é maior do que o adequado. A gente sempre olha quanto estamos gastando com o paciente, mas não pensamos quanto economizaríamos se estivéssemos dando o melhor suporte a ele”, aponta Juliana Dibai.

Serviço

13º Seminário UNIDAS – Integralidade do Cuidado e Saúde Digital

26 e 27 de abril de 2022

Teatro do Ouro Minas Palace Hotel, em Belo Horizonte.

Realização: UNIDAS - União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde

Mais informações, acesse: https://13seminario.unidas.org.br/

Sobre a UNIDAS

A UNIDAS - União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde é uma entidade associativa sem fins lucrativos, representante das operadoras de autogestão do Brasil - segmento da saúde suplementar em que a própria instituição é a responsável pela administração do plano de assistência à saúde oferecido aos seus empregados, servidores ou associados e respectivos dependentes. Atualmente, a UNIDAS congrega cerca de 4 milhões de vidas e mais de 100 filiadas nos Estados e no Distrito Federal.

Ciente do seu compromisso de discutir a saúde suplementar, a entidade tem como objetivo fortalecer a competitividade das autogestões, levar soluções e conhecimento para as instituições e atuar permanentemente junto às agências reguladoras – Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ao Ministério da Saúde, ao Congresso Nacional, entre outras instâncias governamentais. Anualmente, dois grandes eventos são promovidos – o seminário e o congresso, ambos com o intuito de difundir conhecimento, promover a troca de informações e incentivar o debate sobre gestão de saúde.


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