O Musical da Passarinha ganha temporada digital no Teatro Sérgio Cardoso com tradução em libras e legendagem
Com trama poética e delicada, espetáculo infantil trata de temas como encontros e despedidas, realização de sonhos e a descoberta da própria voz. Para contar a história, o elenco estudou formas de tornar as artes cênicas mais acessíveis e inclusivas
Pensado para discutir e promover o acesso de todas as pessoas – com ou sem deficiência – ao teatro, o Teatro Sérgio Cardoso, equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerido pela Amigos da Arte, exibe temporada digital de O Musical da Passarinha. O espetáculo conta com texto, letras e direção geral de Emílio Rogê e arranjos e direção musical de Eric Jorge, que assina as músicas ao lado de Kiko Pessoa. As sessões virtuais acontecem entre 17 de abril e 1º de maio, domingos, 16h, com transmissão pelo site da Sympla. Todas as sessões contam com tradução em Libras e legendagem.
O Teatro Sérgio Cardoso se empenha em oferecer ao público uma programação inclusiva e acessível - para isso, oferece a modalidade digital, permitindo que parte das peças exibidas no espaço seja acessada de qualquer lugar; e também obras exibidas com Libras e audiodescrição, como O Musical da Passarinha. O espaço já exibiu temporadas de outras peças com mais de 30 sessões em Libras e audiodescrição. Com o objetivo de criar alternativas mais acessíveis na arte e em suas diversas formas de expressão, a tendência é que em 2022 essas ofertas sejam ampliadas tanto no módulo presencial quanto digital.
“Em O Musical da Passarinha, estamos contando uma história que leva em consideração a vontade de chegar ao maior número de crianças possível, pensando em suas singularidades e necessidades. Foi preciso inventar uma nova gramática teatral, em que nenhum sentido seja destacado em detrimento de outro. Como cantar para quem não ouve? Aprendemos Libras! Como mostrar a encenação para quem não vê? Estamos conhecendo e entendendo a audiodescrição. Assim, formatamos o texto para todas essas linguagens, que, para nós artistas, são pouco conhecidas. E é nosso dever aprendê-las”, conta Rogê.
O professor de Libras, inclusive, tornou-se parte do elenco. Harry Adams é um ator surdo, muito apaixonado pelas artes cênicas, que tem sido fundamental no processo de criar um espetáculo totalmente inclusivo. Juntam-se a ele os atores e atrizes Júlia Sanchez, Ananza Macedo, Stacy Locatelli, Felipe Hideky, Luísa Grillo e Daniel Costa.
Na trama, o público conhece personagens delicados e sonhadores: a menina Rita deseja conhecer o teatro, mesmo vivendo em uma cidade onde não existe o palco; sua mãe Carmen gostaria de voar; e seu melhor amigo Miguel, que é surdo, quer dançar. Certo dia, algo milagroso acontece, e esse trio recebe a visita de uma cantora de ópera. Depois desse encontro, a vida ganha outros contornos e voos, convidando os espectadores a descobrir e a imaginar novas possibilidades.
Por meio de uma narrativa delicada, o musical evoca questões sobre a acessibilidade no teatro. Afinal, quais elementos básicos são necessários para que uma peça aconteça? O ponto de partida para a construção do espetáculo foi uma reflexão do escritor português José Saramago (1922-2010): “e se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?”.
Ao mesmo tempo, O Musical da Passarinha é uma declaração de amor ao teatro. “Eu acredito muito nessa linguagem, que mudou os rumos da minha vida. Falar de teatro com as crianças é falar de uma esperança crítica. Uma reflexão sobre quem somos e o que podemos ser. Quero que elas desejem de coração estar no teatro, sentindo-se em casa dentro dele, sem qualquer tipo de exclusão”, completa Rogê.
E, em um país onde apenas 23,4% das cidades possuem teatros, sendo que a maioria delas fica na região Sudeste – de acordo com dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais divulgada pelo IBGE em 2015 –, é preciso discutir essas questões. Emílio Rogê está interessado em atrair as pessoas para esse lugar. “Quero que todos e todas enxerguem o teatro como esse espaço anárquico das vozes que vão ser ouvidas e enxergadas, cada uma a sua maneira. É um tempo de narrativas singulares, mas que se nutrem em comunidade”, afirma.
EMÍLIO ROGÊ
Mineiro, natural de Luz, Emílio Rogê está em São Paulo desde 2016. Seus últimos trabalhos incluem a direção de movimento do musical Bertoleza (Prêmio APCA de Melhor espetáculo do ano - 2020), da Gargarejo Cia Teatral, que cumpriu temporada no SESC Belenzinho. A direção, ao lado de Luiza Gottschalk, de [ENTRE] (2019) - peça percurso que cumpriu temporada na Escola Estadual Alarico Silveira. Na Cia. de Teatro Os Satyros (2017/2018), dirigiu e assinou a dramaturgia do espetáculo infantil Hora de Brincar e foi coreógrafo dos espetáculos Pink Star e Cabaret Trans Peripatético. Foi também assistente do diretor Rodolfo García Vázquez nos espetáculos O Incrível Mundo dos Baldios, Pink Star e Cabaret dos Artistas. Pelo núcleo experimental Satyros LAB dirigiu Sonho de uma noite de verão, espetáculo em que assinou também a coreografia.
ERIC JORGE
Compositor, arranjador e operador de mesa, atua como educador e profissional da música há mais de 10 anos. Formado em Música e Musicoterapia, concluiu o curso de sonoplastia na SP Escola de Teatro e participou, como diretor musical, do espetáculo Bertoleza, que recebeu o APCA de melhor espetáculo de 2020. Atualmente, está se especializando em engenharia de mixagem e masterização.
SINOPSE
A história da Passarinha acontece em uma pequena cidade do interior que não tem teatro. Lá mora uma menina que quer muito conhecer essa arte, uma mulher que tem o nome de ópera e sonha em voar e um menino surdo que quer dançar. Um dia, quase que por milagre, eles recebem a visita de uma cantora de ópera. Depois dessa visita-ave-música, a vida ganha outros contornos, outros voos.
Passarinha te convida a descobrir e imaginar. Descobrir, por exemplo, o espaço entre a palavra, o som e o silêncio. E imaginar respostas, porque Passarinha traz boas perguntas.
O teatro é assim, feito também de milagres e perguntas. Vem descobrir.
FICHA TÉCNICA
Texto, letras, coreografia e direção geral: Emílio Rogê
Direção audiovisual: Rubens Crispim Jr
Música: Eric Jorge e Kiko Pessoa
Arranjos e direção musical: Eric Jorge
Dramaturgismo: Ana Carolina
Elenco: Júlia Sanchez, Ananza Macedo, Stacy Locatelli, Felipe Hideky,
Luísa Grillo, Daniel Costa, Cassio Colares e Harry Adams
Banda: Eric Jorge, Pedro Batista e Victor Januário
Assistente de Direção: Stacy Locatelli
Desenho de luz: Aline Santini
Assistente de desenho de luz: Pajeú Oliveira
Operadores de luz: Pajeú Oliveira e Melissa Varela Oliveira
Microfonista: Pedro Romão
Cenografia: Mayume Maruki e Emílio Rogê
Pintura de objetos cênicos: Diogo Fusco
Figurinista: Heloisa Faria
Primeira assistente de figurino: Natasia Gulusian
Segundo assistente de figurino: Matheus Baz
Costureira: Maria Aparecida da Silva
Visagismo: Victor Paula
Direção Técnica: Maria Clara Venna
Assessoria de Imprensa: Agência Fática
Assessoria Jurídica: Juliana Castejon
Produção Executiva: Thaís Cólus
Direção de Produção: Rodrigo Primo
Professor de Libras: Harry Adams
Intérprete de Libras: Jorge Luiz Martins
Audiodescrição: Pharus Comunica
Narração: Aressa Marque e Roteiro: Pedro Bizelli
Mídias Sociais: Rosana Brandão, Gutiere Nobre e Daniel Costa
Fotografia: Rubens Crispim Jr e Ronaldo Gutierrez
Transporte escolar: Laurino Transportes
Testes covid: Laboratório Maricondi
Equipamentos de iluminação: Armazém da Luz
Microfones: Radar Sonorização
Realização: Agência Dramática
O MUSICAL DA PASSARINHA É APRESENTADO PELO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, ATRAVÉS DA SECRETARIA DE CULTURA E ECONOMIA CRIATIVA. COM O APOIO DA AMIGOS DA ARTE E DO TEATRO SÉRGIO CARDOSO.
SERVIÇO
O MUSICAL DA PASSARINHA
Teatro Sérgio Cardoso Digital
17 de abril e 1º de maio, domingos, 16h
Ingressos: R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada) e R$ 10 (contribuição social)
Venda e transmissão da peça: Sympla
Classificação: Livre
Duração: 50 minutos
Sobre a Amigos da Arte
A Amigos da Arte, Organização Social de Cultura responsável pela gestão dos teatros Sérgio Cardoso e de Araras e diversos programas de difusão cultural e economia criativa, trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e iniciativa privada desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo difundir a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em seus 17 anos, a entidade desenvolveu 12 mil ações culturais, atingindo mais de 25 milhões de pessoas.
Sobre o Teatro Sérgio Cardoso
Localizado no boêmio bairro paulistano do Bixiga, o Teatro Sérgio Cardoso foi inaugurado em 13 de outubro de 1980, com uma homenagem ao ator. Na ocasião, foi encenado um espetáculo com roteiro dele próprio, intitulado “Sérgio Cardoso em Prosa e Verso”. No elenco, a ex-esposa Nydia Licia, Umberto Magnani, Emílio di Biasi e Rubens de Falco, sob a direção de Gianni Rato. A peça “Rasga Coração”, de Oduvaldo Viana Filho, protagonizada pelo ator Raul Cortez e dirigida por José Renato, cumpriu a primeira temporada do teatro.
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