Apesar da degradação, Baía de Guanabara tem grande potencial de regeneração
Para apoiar a recuperação da região hidrográfica da Baía, a Fundação Grupo Boticário prorrogou o prazo de inscrições para o LAB Viva Água até o dia 7 de março. Melhores projetos terão apoio financeiro de até R$ 1 milhão
Patrimônio do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil, a região hidrográfica da Baía de Guanabara abriga mais de 7 milhões de habitantes em 17 municípios, indo muito além do espelho d’água que envolve o Pão de Açúcar. Com áreas urbanas consolidadas, ambientes costeiros, rurais e vegetação nativa, como florestas, manguezais e restingas, o entorno da Baía apresenta potencialidades, riquezas naturais únicas e inúmeros desafios socioambientais.
A região hidrográfica da Baía enfrenta pressões causadas especialmente pela poluição de suas águas pelo esgoto não tratado, mas também sofre com a destruição de áreas naturais e perda de qualidade dos ecossistemas costeiro-marinhos. Estudo recente do economista Riley Rodrigues, assessor especial da Casa Civil do Governo do Rio de Janeiro, apontou que a degradação da Baía de Guanabara resultou em um prejuízo de R$ 31 bilhões entre 2002 e 2013. O cálculo considera a redução de 68% no volume de peixes pescados na região, gastos com saúde pública decorrentes da contaminação da água, perda de receitas com o turismo e desvalorização imobiliária.
Para contribuir com a restauração ecológica, ampliando a resiliência hídrica e adaptação às mudanças climáticas na região, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza lançou o LAB Viva Água, um laboratório de inovação e cocriação de soluções práticas e multidisciplinares, que será realizado de forma totalmente on-line. Pessoas de todo o Brasil podem participar gratuitamente, inscrevendo-se individualmente até o dia 7 de março. As melhores soluções desenvolvidas receberão apoio financeiro de até R$ 1 milhão.
O objetivo é estimular a participação da sociedade nas atividades de preservação e recuperação da natureza na região e apoiar produtores rurais, pescadores, artesãos, pesquisadores, ambientalistas e empreendedores que desenvolvem ou pretendem desenvolver atividades econômicas sustentáveis, como o ecoturismo, pesca artesanal sustentável, agroecologia e agricultura sustentável.
“A Baía de Guanabara tem importância histórica, simbólica, turística e ambiental para o Brasil, mas enfrenta processos de degradação há anos. Por isso, a necessidade de agirmos para protegê-la e recuperá-la, algo que só será possível com a participação de múltiplos atores sociais”, comenta a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes. “Queremos impactar toda a região hidrográfica que abastece a baía e a vida de milhares de pessoas. Uma área que conta com nascentes e rios importantes que chegam até o mar e precisam ser cuidados e recuperados”, completa.
Baía que resiste
Atualmente, a região hidrográfica da Baía de Guanabara conta com 172 mil hectares de cobertura florestal, o que representa 36% do território. São 154 mil hectares (32%) distribuídos entre campos e pastagens e outros 112 mil hectares (23%) com ocupação urbana. O LAB Viva Água pretende cocriar projetos para qualquer área que precise de recuperação ambiental, inclusive nas zonas urbanas. "Queremos demonstrar que a recuperação da baía é possível e traz benefícios para todos. Além dos retornos diretos dos serviços ambientais que a natureza proporciona, é possível gerar renda para a comunidade local por meio de diversos negócios sustentáveis", explica Malu.
Os 17 municípios que integram a região hidrográfica da Baía de Guanabara possuem 155 unidades de conservação, entre parques, Áreas de Proteção Permanente e reservas particulares. Cerca de 14% das APPs (38 mil hectares) atualmente estão sem cobertura vegetal. Dentro das áreas protegidas, 38,4 mil hectares são considerados de alta e muito alta prioridade para a restauração florestal em Áreas de Interesse para Proteção e Recuperação de Mananciais (AIPMs).
Websérie
Com exemplos inspiradores de pessoas engajadas na recuperação e na defesa da Baía de Guanabara, a websérie documental “Guanabara: baía que resiste” foi lançada em dezembro último. Uma realização de ((o))eco, com patrocínio da Fundação Grupo Boticário, a série tem três episódios, com duração média de 10 minutos cada, e mostra a grande diversidade de espécies marinhas encontradas na baía, com projetos de restauração e recuperação em áreas mais preservadas, além de casos de empreendedorismo sustentável e geração de renda que podem ajudar a mudar a história da região hidrográfica da baía. Clique para assistir a websérie.
A websérie e o LAB reforçam a atuação do movimento Viva Água na região hidrográfica da Baía de Guanabara. Uma iniciativa que envolve múltiplo atores de diferentes setores com o objetivo comum de contribuir com a segurança hídrica, adaptação às mudanças climáticas e desenvolvimento de negócios com impacto socioambiental positivo a partir de ações de conservação e restauração da natureza na região.
Serviço
LAB Viva Água: soluções para a restauração da região hidrográfica da Baía de Guanabara
Inscrições individuais prorrogadas até 07/03/2022
Inscrições de soluções prontas ou em desenvolvimento: 16/03 a 11/04/2022
Mais informações no site: lab.teiadesolucoes.com.br
Sobre a Fundação Grupo Boticário
Com 31 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para proteger a natureza brasileira. A instituição atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e apoia ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Já apoiou cerca de 1.600 iniciativas em todos os biomas no país. Protege duas áreas de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera. Com mais de 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas. A Fundação é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial.
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