Aliança Francesa do Brasil e o Sesc Digital São Paulo apresentam a mostra "Afrofuturismo - Diásporas e Fronteiras”, na série Curta em Francês, no âmbito do mês da Consciência Negra
Tendo a língua francesa como princípio, a mostra compila 10 curtas-metragens com legendas em português e 3 masterclasses ao-vivo, para abordar sobre o tema da mostra: o afrofuturismo, suas lutas sociais e os filmes selecionados pelas curadoras e especialistas desta temática, Kariny Martins e Kênia Freitas.
A programação é gratuita e acontece de 17 de novembro a 16 de dezembro de 2021, na plataforma SESC Digital: sescsp.org.br/curtaemfrances
Acesso gratuito pela plataforma SESC Digital:
sescsp.org.br/curtaemfrances
Lançamento: 17 de Novembro até 16 de dezembro de 2021
Exibição de 10 curtas-metragens com legenda em português
Curadoras: Kariny Martins e Kênia Freitas
Cartaz : Gê Viana
A Aliança Francesa do Brasil, em parceria com o Sesc Digital São Paulo e com o apoio do Institut Français de Paris e da Embaixada da França realizam de 17 de novembro a 16 de dezembro, a mostra "Afrofuturismo - Diásporas e Fronteiras”, na série Curta em Francês. A iniciativa integra o festival Novembre Numérique, que celebra a cultura digital em suas mais diversas formas: webnários, podcasts, realidade estendida e muito mais.
Tendo a língua francesa como princípio, a mostra compila 10 curtas-metragens, com legendas em português e 3 (três) masterclasses ao-vivo, que abordarão sobre o tema da mostra: o afrofuturismo e alguns filmes selecionados pelas curadoras e especialistas desta temática, Kariny Martins e Kênia Freitas. As três masterclasses serão transmitidas ao vivo e gratuitamente online aqui : https://youtu.be/2_OUcukKii0. A artista visual e fotografa Gê Viana, também sensível às lutas sociais, participou da mostra, criando o cartaz e as artes (https://www.premiopipa.com/ge-viana/).
Os filmes trazem a potência das narrativas de ficção especulativa intermediados pela ancestralidade e pela tecnologia dentro das perspectivas negras, concebendo um olhar crítico para reimaginar o passado, intervir no presente e, consequentemente, transformar o futuro. Com passagens entre Burkina Faso, Congo, Guadalupe, Bélgica, Martinica, Madagascar, Reunião, França e Brasil, as obras estão divididas em dois programas: “Utopias Pretas”, “Infância, Juventude e Fabulação”.
Atravessando diásporas e fronteiras nos afrofuturos, a mostra convida os espectadores a ressignificarem os sentidos de utopia e de fabulação a partir das perspectivas negras. Assim, a utopia pode ser percebida como uma imaginação radical, que desafia a linearidade temporal e as barreiras especiais. E a afrofabulação como um meio crítico a esta realidade, que abre caminhos para que outros sentidos possam ser definidos e vivenciados.
Programa das Masterclasses:
· Dia 17 de novembro, às 18h, encontro com as curadoras Kariny Martins e mediação de Kênia Freitas - Apresentação da curadoria: Kariny Martins e Kênia Freitas
· Dia 24 de dezembro, às 18h, com os diretores Wally Fall e Ana Pi, e mediação de Kênia Freitas - Airetores: afrofuturismo em debate 1.
· Dia 1 de dezembro, às 18h, com os diretores Irmãos Carvalho e Raphaelle Benisty, e mediação de Kariny Martins - Afrofuturismo em debate 2.
Intitulado Utopias Pretas, o Programa 1 de curtas-metragens reúne títulos que possuem o território como premissa para pensar e fabular espaços outros em África e em suas diásporas. O contexto histórico em que as narrativas estão inseridas saem de lugares que confrontam as versões dos fatos já pré-estabelecidas, fazendo com que haja uma força utópica ao supor outras linhas possíveis na história oficial do mundo. Em Bablinga (Fabien Dao, Burkina Faso/França, 2019) lembranças fantasmagóricas do passado se misturam com perspectivas de um futuro em que seja possível regressar à vila natal, em uma narrativa que migração e assombro se conjugam. Fouyé Zétwal (Plowing the Stars, Wally Fall, Guadeloupe, 2020) faz chocar a história pessoal e história política de Guadalupe, em um exercício poético de experimentação. Radical também é a especulação histórica proposta por MADA ou l'histoire du premier homme (Laurent Pantaléon, La Réunion, 2021), falso documentário que re-imagina com muito humor a origem da humanidade fora das perspectivas eurocêntricas. Em NoirBLUE – les déplacements d’une danse (Ana Pi, Brasil, 2018) as fronteiras afrodiaspóricas são refeitas como coreografias de uma dança transnacional e atemporal. Fechando o programa, a criação visual e musical afrofuturista de Baloji explode nos belos Peau de Chagrin / Bleu de Nuit (Baloji, RDC/Belgique, 2018). Nesse conjunto de filmes, a imaginação surge como uma possibilidade de enfrentar o passado para pensar em outras maneiras de construir futuros mais habitáveis.
BABLINGA
Burkina Faso, França | 2019 | 15’
Direção: Fabien Dao
Classificação Indicativa: 10 anos
Sinopse:
Moktar sempre disse que, quando conseguisse fechar seu bar Bablinga, ele voltaria para Burkina. Esse dia chegou, mas ele não está pronto para partir. Nesse dia, fantasmas se convidam para celebrar a última noite do bar.
FoUYÉ ZÉTWAL (Plowing the Stars)
Guadeloupe | 2020 | 14’
Direção: Wally Fall
Classificação Indicativa: 10 anos
Sinopse:
A jornada em direção ao pai leva uma mulher a uma reflexão vigorosa e urgente sobre a vida. Cada passo se manifesta como um ato político de memória questionando o que significa a história de Guadalupe. A narração crioula investiga a violência sistêmica de certos símbolos, confronta o silêncio opressor e evoca forças de libertação. Da intensa fruição desta poesia fílmica surge o convite descolonial a transformar a realidade viva para sonhar com um futuro ligado à própria natureza.
MADA ou l'histoire du premier homme
La Réunion | 2021 | 10‘
Direçao : Laurent Pantaléon
Classificação Indicativa: 10 anos
Sinopse:
Há muitos anos antes de muitos anos atrás, as ilhas do Oceano Índico formavam um enorme continente. Há muitos anos antes de muitos anos atrás, na província de Madagascar, nasceu o primeiro homem. Há muitos anos atrás, os homens falsificaram essa história. É hora de restabelecer a verdade.
NoirBLUE – les déplacements d’une danse
Brasil | 2018 | 27’
Direçao : Ana Pi
Classificação Indicativa: Livre
Sinopse:
No continente africano, Ana Pi se reconecta às suas origens através do gesto coreográfico, engajando-se num experimento espaço-temporal que une o movimento tradicional ao contemporâneo. Em uma dança de fertilidade e de cura, a pele negra sob o véu azul se integra ao espaço, reencenando formas e cores que evocam a ancestralidade, o pertencimento, a resistência e o sentimento de liberdade.
Peau de Chagrin
Peau de Chagrin / Bleu de Nuit
RDC/Belgique | 2018 | 10’
Direcçao : Baloji
Classificação Indicativa: 10 anos
Sinopse:
"Meu amor, podemos combinar o fútil com o agradável antes de ser reduzido a uma pele de tristeza?"
Já o Programa 2 de curtas-metragens, “Infância, Juventude e Fabulação” permeia o universo infantil e jovem que também têm o imaginário como linha de força. Os filmes desse programa entendem o corpo infantil/juvenil como potência criadora de outras possibilidades de existir. Em Invencível (Cédric Ido, Burkina Faso/França, 2013) a realidade complexa de uma Burkina Faso em ebulição ganha contornos fantásticos do universo dos super heróis, através do olhar infantil do protagonista do filme. Le fantôme du roi (Raphaële Bénisty, França, 2018) persegue o fantasma e as lembranças de Michael Jackson na Costa de Marfim, lar dos ancestrais e, agora, de seu espírito. Doubout (Sarah Malléon & Pierre Le Gall, França, 2018) transforma a tristeza da partida para longe de casa em um jogo infantil de caça aos monstros. Passando-se em um futuro próximo, Chico (Irmãos Carvalho, Brasil, 2016) aborda a impossibilidade das crianças negras vivenciarem plenamente a sua infância, sendo desde muito novas criminalizadas pelo Estado. Já em Inexorable (Philippe Lugsor, Martinique, 2018) o futuro da juventude negra é ameaçado pelo desastre ecológico e o domínio das grandes corporações. Esse é então um programa que vislumbra novas formas de contato com o mundo que já existe - seja para suspendê-lo ou substituí-lo por outros mundos (im)possíveis.
Invencível
Invencível (Twaaga)
Burkina Faso/França | 2013 | 30’
Direçao: Cédric Ido
Classificação Indicativa: 12 anos
Sinopse:
Burkina Faso em 1985 é um país com espasmos de revolução. Manu, um jovem garoto que adora histórias em quadrinhos, busca a companhia do irmão Albert. Quando Albert decide passar por um ritual de magia, Manu percebe que existem poderes reais que podem fazer frente aos super heróis.
le fantome du roi
Le fantôme du roi
França | 2018 | 21’
Direçao: Raphaële Bénisty
Classificação Indicativa: 10 anos
Sinopse:
Dez anos após sua morte, a memória de Michael Jackson não está apenas viva na Costa do Marfim, mas seu fantasma está lá, vagando pela terra de seus ancestrais.
Doubout
Doubout
França | 2018 | 19’
Direçao: Sarah Malléon & Pierre Le Gall
Classificação Indicativa: Livre
Sinopse:
Joseph, 8 anos, recusa-se a aceitar a partida de seu irmão mais velho para a Metrópolis. Influenciado pelas histórias tradicionais de seu avô, ele está convencido de que Lentikri, um monstro martinicano ancestral, ronda pela casa para atacar sua família. José decide confrontá-lo.
Chico
Chico
Brasil | 2016 | 23’
Direçao: Irmãos Carvalho
Classificação Indicativa: 12 anos
Sinopse:
2029. Treze anos depois de um golpe de Estado no Brasil, crianças pobres, negras e faveladas são marcadas em seu nascimento com uma tornozeleira e têm suas vidas rastreadas por pressupor-se que elas irão, mais cedo ou mais tarde, entrar para o crime. Chico é mais uma dessas crianças. No aniversário dele, é aprovada a lei de ressocialização preventiva, que autoriza a prisão desses menores. O clima de festa dará espaço a uma separação dolorosa entre Chico e sua mãe, Nazaré.
Inexorable
Inexorable
Martinique | 2018 | 16’
Direcçao: Philippe Lugsor
Classificação Indicativa: 12 anos
Sinopse:
Uma jovem e seu pai moribundo lutam para sobreviver em uma ilha devastada, destruída por algas marinhas venenosas que eles agora são forçados a coletar para uma megacorporação do mal chamada Sunryse.
Kariny Martins Sobre as Curadoras:
Kariny Martins é curadora, pesquisadora, roteirista e sócia na Cartografia Filmes. Atualmente é autora-roteirista na Globo, coordena a curadoria do Griot – Festival de Cinema Negro Contemporâneo, coordena e faz parte da diretoção artística do FIANb – Festival Internacional do Audiovisual Negro do Brasil e integra a equipe de curadoria do Olhar de Cinema. Mestre em Cinema e Artes do Vídeo pela Universidade Estadual do Paraná com pesquisa sobre Ficção especulativa no Cinema Negro brasileiro e Doutoranda em Comunicação da Universidade Federal Fluminense com investigação em curadoria.
Kênia Freitas é pesquisadora e crítica de cinema. Fez estágios de pós-doutorado em Comunicação na UCB (2015-2018) e na Unesp (2018-2020). Doutora em Comunicação e Cultura pela ECO-UFRJ (2015). Realizou diversas curadorias, entre elas a das mostras "Afrofuturismo: cinema e música em uma diáspora intergaláctica" (2015), "Diretoras Negras no Cinema brasileiro" (2017-2018), sessão "PretEspaços" na LÂMINA — Mostra Audiovisual Preta (2021) e sessão "Movimentos fabulares" na mostra Cinema Brasileiro: Anos 2010, 10 Olhares. Integrou as equipes curatoriais do IX CachoeiraDoc (2020) e Festival de Cinema de Vitória (2018). Escreve críticas para o site Multiplot!. Ministra cursos e oficinas sobre crítica, cinema negro, afrofuturismo e fabulações.
Sobre a Aliança Francesa
Completando 136 anos de atividades no Brasil, a Aliança Francesa é uma referência no idioma e, sem dúvida, a instituição mais conhecida do mundo, quando o assunto é a difusão da língua francesa e das culturas francófonas. Possui, atualmente, mais de 830 unidades em 132 países, onde estudam cerca de 500.000 alunos. Na França, ela conta com escolas e centros culturais para estudantes estrangeiros. O Brasil tem a maior rede mundial de Alianças francesas com 37 associações e 68 unidades.
É a única instituição no Brasil autorizada pela Embaixada da França, a aplicar os exames que dão acesso aos diplomas internacionais DELF e DALF, reconhecidos pelo Ministério da Educação Nacional francês. A Aliança Francesa também é centro de exames oficial para aplicação de testes internacionais com validade de dois anos TCF (Teste de Conhecimento do Francês) e TEF Canadense (Teste de Avaliação de Francês) e do teste nacional com validade de um ano Capes (reconhecido pelas agencias CAPES e CNPq do MEC).
Neste ano, em comemoração ao seu 135º aniversário, a Aliança Francesa terá grande quantidade de novidades. Dentre elas, a mudança no método de ensino, que trará maior dinamismo para as salas de aula, com ferramentas digitais e conteúdos muito atuais sobre toda cultura francófona, transformando as aulas em verdadeiros centros de debates de ideias e aprendizado colaborativo.
Serviço:
Mostra: "Afrofuturismo - Diásporas e Fronteiras”, na série Curta em Francês
Acesso gratuito pela plataforma SESC Digital:
sescsp.org.br/curtaemfrances
Lançamento: 17 de Novembro até 16 de dezembro de 2021
Exibição de 10 curtas-metragens com legenda em português
Masterclasses ao-vivo
Três masterclasses serão transmitidas ao vivo e gratuitamente online: https://youtu.be/2_OUcukKii0
1. Apresentação da curadoria: Kariny Martins e Kênia Freitas
Data: 17 de novembro – Quarta-feira
Horário: 18 horas
Duração: 1h
2. Airetores: afrofuturismo, em debate 1 com os diretores: Wally Fall e Ana Pi
Mediação: Kênia Freitas
Data: 24 de novembro – Quarta-feira
Horário: 18h hora do Brasil
Duração: 1h / 1h30
3. Afrofuturismo, em debate 2, com os diretores: Irmãos Carvalho e Raphaële Bénisty
Mediação Kariny Martins
Data: 1 dezembro – Quarta-feira
Horário: 18h hora do Brasil
Duração: 1h / 1h30
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