2º Super Fórum destaca comportamento do consumidor, tendências e soluções do varejo
Realizado pela DMCard, evento mostrou que o Brasil ainda precisa assumir um novo papel mais digital no setor, com o uso de dados, novos indicadores e a integração das lojas físicas com o e-commerce
A segunda edição do Super Fórum, que aconteceu nesta quinta-feira (5) no Expo Center Norte, em São Paulo, reuniu mais de 800 participantes para debater sobre os principais aspectos do cenário econômico atual para a indústria varejista, o futuro do setor do ponto de vista tecnológico, as transformações de trabalho e atendimento, e as novas tendências do consumo.
O evento, que teve como mestre de cerimônias a jornalista Izabella Camargo, teve início com depoimento de Denis Correa, presidente da DMCard e idealizador do evento. Para ele, fundador da empresa que já tem 17 anos, promover pela segunda vez só é possível graças a dedicação de todos os colaboradores da empresa. “O segredo do sucesso do negócio é a paixão pelo que se faz”, disse.
O primeiro painel do Super Fórum foi comandado por Zeina Latif, da Ex-Chief Economist da XP Investimentos, que começou o debate analisando o atual cenário econômico brasileiro e especificando como a crise tem impactado tanto os empresários, como o próprio cliente final. “Temos capacidade de crescimento de acordo com a nossa infraestrutura. Hoje este potencial é muito baixo devido aos problemas estruturais que se agravaram com a crise prolongada no país”, explicou, acrescentando que mesmo com reformas aprovadas pelo congresso, o Brasil demorará a sentir os efeitos positivos.
Mudança de Comportamento do Consumidor
No segundo painel, liderado por Renato Meireles - Presidente do Instituto de Pesquisa Locomotiva - os presentes puderam compreender um pouco sobre as recentes mudanças de comportamento do consumidor por conta dos efeitos da crise econômica. Segundo o executivo, nos últimos quatro anos grande parte da população sofreu com a recessão e, atualmente, ao menos 57,9 milhões de brasileiros se preocupam com dívidas.
Apesar do poder de compra estar reduzido, o consumidor, no entanto, não abre mão da qualidade dos produtos que adquire. “Houve uma radicalização na demanda por custo e benefício. 81% dos representantes dizem estarem mais atentos à qualidade dos produtos do que no passado”, ponderou, frisando que, por conta deste novo posicionamento de mercado, o processo de compra acabou virando um espaço de frustração para o cliente final.
“O consumidor não quer mudar o padrão de qualidade, mas tem menos poder aquisitivo o que dificulta a conciliação de suas expectativas”, explicou.
Para Eduardo Terra, Presidente da SBVC e terceiro a subir no palco do evento, o cenário atual aponta para as necessidades cada vez mais personalizadas dos consumidores, que demanda uma relação única com a marca. De acordo com estudo da Salesforce, apresentado durante este terceiro painel, 51% dos consumidores tem a expectativa de que as empresas antecipem as suas necessidades de compra e façam sugestões relevantes.
Com a reflexão do executivo, entendeu-se que a tecnologia tem ajudado, o mercado a estreitar laços com o consumidor por conta da mudança de comportamento no atendimento.
Apesar disso, no Brasil o consumo virtual ainda apresenta um crescimento tímido. Um exemplo é a penetração do e-commerce pelo mundo: 30% do volume no mercado chinês, 18% no inglês, 12% no americano e apenas 5% brasileiro.
Por isso, para ele o Brasil ainda precisa assumir um novo papel mais digital no setor, com o uso de dados, novos indicadores, integração das lojas físicas com o e-commerce, experiência e afins.
Para encerrar a manhã do Super Fórum tivemos a presença de Fábio Silva, presidente da Fábrica do Bem Consultoria e Porto Social, que abordou o tema “Empreendedorismo Social: Mobilização Engajamento Cívico”, Ele contou a história de como tornou-se um defensor do bem e, ao ser questionado pela plateia a respeito do limite entre o oportunismo e a divulgação do crescimento do trabalho com a ONG nas redes sociais, ele pontuou: "Se você dorme em paz, está certo o que faz".
Segundo ele, em 2022 seremos 5 milhões de brasileiros vouluntariando. “Os prefeitos das cidades seremos nós, fazendo uns pelos outros”, disse Silva. “Não é tempo de desemperança. É tempo de esperançar”, concluiu.
Tecnologia 4.0
Martha Gabriel, especialista em inovação, foi a primeira palestrante da tarde e iniciou provocando os participantes sobre a importância do mercado se atrelar às novas tendências de tecnologia. “Hoje em dia, se a experiência digital é ruim, a experiência total fica ruim”, disse, explicando que a “mentalidade digital é saber utilizar a tecnologia quando ela é útil e ajuda a resolver problemas”.
Para a especialista, o mundo está acelerando e estamos adentrando à socidade 5.0. “Tudo o que a gente aprende se torna obsoleto cada vez mais rápido”, explicou frisando a necessidade de o mercado se ajustar às tecnologias no setor. “Novas formas de trabalhar impactam o processo de criação de valor”.
Martha Gabriel ainda frisou que o mercado digital é tão importante, que mesmo um serviço mediano pode se tornar mais efetivo do que um “analógico”. “Uma pessoa mediana empoderada por tecnologia torna-se melhor do que o maior expert humano trabalhando sem tecnologia”.
Ainda falando sobre este mercado 4.0, Bruno Nardon, sócio e co-fundador da Rappi Brasil, veio em seguida e explicou brevemente sobre como a atenção do consumidor atual se voltou para o digital, especialmente no âmbito mobile. “Atualmente, 70% da população possui acesso à internet, sendo 150 milhões de internautas e 140 milhões destes via celular”.
Segundo Bruno, atualmente 56% das vendas físicas começam no online, com as próprias pesquisas. Portanto, todo o processo de atendimento deve surpreender os consumidores, inclusive no âmbito digital. “Não tenha medo de errar. Planeje os testes, executa, meça os resultados e escale ou reitere”.
Finalizando o segundo Super Fórum, o economista Ricardo Amorim apresentou dados sobre a economia atual brasileira e as expectativas para o setor nos próximos anos. Segundo o executivo, a China e a Índia são os novos motores globais, já que contribuem com grande parte do PIB mundial: o primeiro com 32,7%, e o segundo com 13,5%.
Atualmente, com a alta do dólar e o enfraquecimento do real, o mercado brasileiro se tornou atrativo para os investidores externos, já que o valor da moeda americana, hoje, representa um desconto de 30% na taxa cambial para as empresas estrangeiras.
Este cenário se fortifica ainda mais pelo fato de as ações norte-americanas estarem em alta de 110%. “A economia brasileira está melhorando. Se o governo parar de se pronunciar de maneira errada, os investimentos vão começar a acontecer”, pontuou.
O economista ainda citou a revolução financeira e tecnológica que vem acontecendo no Brasil por conta do surgimento das fintechs. “Os bancos começaram a ter competição, então o preço do serviço automaticamente caiu e a expansão do crédito melhorou”.
Para Ricardo Amorim, houve uma revolução tecnológica nos últimos 20 anos e, por isso, a renda das pessoas aumentou mais do que nos últimos 2.000 anos anteriores. “Nunca se ganhou tanto dinheiro tão rápido”.
O economista terminou o seu painel pontuando que ainda há muitas incertezas sobre o cenário econômico brasileiro, mas que ainda existem boas chances de crescimento. “As oportunidades não caem no colo. Nós é que precisamos criá-las”.
Sobre o Super Fórum 2020 e a DMCard
O Super Fórum é um evento bienal realizado pela DMCard com o objetivo de incentivar o desenvolvimento do setor supermercadista brasileiro. Já em sua primeira edição, realizada em 2018, o encontro consolidou-se como o maior radar de tendências e tecnologias do varejo alimentar e de bens não duráveis no Brasil.
Representantes do primeiro escalão da DMCard monitoram os caminhos pelos quais o varejo internacional segue para, então, convidar os maiores pensadores brasileiros sobre o tema e criarem um agenda de palestras totalmente focada na realidade do país.
Assim como na primeira edição, os executivos da empresa estiveram em Nova York, na NRF 2020 (Retail’s Big Show) que é o maior evento do varejo mundial. Por lá, fizeram a curadoria de todas as novas tendências e tecnologias aplicáveis varejo alimentar e de bens não duráveis, além dos possíveis caminhos para o desenvolvimento e crescimento desse setor. Com isso, o Super Fórum se tornou o único grande evento do varejo brasileiro que conta com conteúdo pós-NRF dentro de sua programação.
Além de ter a apresentação pós-NRF, que é a única do Brasil customizada para este setor, o Super Fórum conta com uma agenda intensa que cobre todas as áreas que refletem nos resultados do varejo, como novas tecnologias, tendências futuras de comportamento de consumo e análise do cenário econômico e político.
A DMCard é uma administradora de cartões de crédito que viabiliza a redes de supermercados a possibilidade de oferecerem aos seus consumidores um cartão de marca própria que, além de aumentar as vendas, fideliza seus clientes.
Hoje, conta com uma completa e integrada estrutura de administração e processamento de operações, e atua em diversas regiões do Brasil. A empresa já ultrapassou a marca de 3 milhões de cartões emitidos para mais de 360 redes e 2.300 lojas.
Com nota alta em qualidade de serviço, a DMCard é uma das únicas empresas de cartões que possui o selo RA1000, garantindo o compromisso da marca em oferecer o melhor atendimento para seus parceiros e clientes.
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