Como pais e filhos podem encarar o retorno à escola de forma mais natural e tranquila?
Crédito: pixabay.com_CC0 Creative Commons
Especialista dá dicas para que as crianças se sintam mais seguras nesta etapa do ano
As férias de verão chegaram ao fim e é hora das crianças voltarem para a escola. Para os que retornam a uma instituição que já frequentavam, o processo da volta costuma ser mais simples. Mas, para as crianças - e seus pais - que estão iniciando o ano letivo em uma nova escola, ou indo para a escola pela primeira vez, é normal que haja um certo nervosismo e ansiedade. Os pequenos estão vivendo a expectativa de conhecer um lugar novo, com novos amigos e professores, e os pais, por sua vez, anseiam por uma adaptação rápida e tranquila. Mas, a questão é: como conseguir isso da melhor maneira possível?
“O ideal é conversar bastante com a criança sobre a nova escola e inseri-la nos preparativos, como separar o uniforme, a mochila e os materiais que serão usados por ela. Transmitir segurança, alegria e, principalmente, interesse sobre a nova escola é fundamental para que todo o processo aconteça de forma harmoniosa”, explica o psicopedagogo e especialista em educação infantil, Junior Cadima.
O momento de adaptação escolar envolve o conhecimento de um novo ambiente em que a criança vai, aos poucos, situar-se. Neste período, que pode durar de poucos dias até um mês (em média, dependendo do perfil do aluno), é comum que a criança tenha crises de choro ao chegar à escola ou perca a motivação e não queira nem ir, principalmente quando a própria família demonstra insegurança ao deixá-la no local. Para o especialista, o recomendado é ter bastante calma e paciência e compreender as mudanças bruscas de comportamento, buscando entender o que está acontecendo e acolher o que a criança está sentindo.
“Se até nós, adultos, sentimos desconforto e estranheza em um primeiro dia de trabalho, evento ou viagem para um lugar desconhecido, imagine as crianças. Para elas, lidar com as emoções da adaptação escolar e com as mudanças, certamente, é desafiador”, reforça o professor.
Pensando em tornar o processo de adaptação escolar mais leve, Junior Cadima separou algumas dicas simples que podem ser adotadas pelos responsáveis:
1) Entender quais são as inseguranças: o que está resultando na dificuldade de adaptação da criança?
2) Trocar experiências com outros pais e responsáveis: é importante conversar para entender como eles têm vivenciado esse processo.
3) Aproximar-se dos professores da escola: caso seja necessário, pedir ajuda aos professores é fundamental, e eles estão ali para ajudar.
4) Conversar com a criança: mesmo que ela não consiga explicar ou externalizar com clareza aquilo que está sentindo, mostrar que você está ali para ajudá-la é essencial para construir confiança.
Na Base Nacional Comum Curricular - documento normativo que estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os alunos desenvolvam ao longo da escolaridade básica - é possível encontrar orientações sobre a fase de adaptação escolar. “O período de adaptação é fundamental para a aprendizagem e o desenvolvimento. Dessa adaptação, dependem a consolidação de uma relação de confiança, num ambiente seguro e acolhedor, e a construção das condições adequadas para que os bebês possam interagir e explorar o ambiente com autonomia” (BNCC, 2018).
A paciência e o diálogo são as palavras-chave para uma adaptação escolar bem sucedida. “Explique para a criança o motivo da mudança de uma forma com que ela possa compreender a necessidade e como isso pode ser positivo para ela. Além disso, demonstre companheirismo, dando força nesse momento delicado para ela”, finaliza o especialista.
Sobre Junior Cadima
Psicopedagogo e especialista em desenvolvimento infantil. Acredita e defende que o brincar é uma das ferramentas mais importantes para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças. Junior promove a formação de professores, de profissionais da área da saúde, de pais e de pessoas interessadas em aprender e compreender sobre o brincar na infância, compartilhando conteúdos baseados em evidências científicas e atividades práticas. Sua formação envolve cursos de especialização nas áreas da neuropsicologia aplicada à neurologia infantil, neurociência aplicada à educação e psicomotricidade. Como pesquisador da área da infância e da formação continuada de professores, seu trabalho de pesquisa envolve estudar as práticas docentes com movimentos corporais realizadas na Educação Infantil.
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