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Projetos de estudantes paranaenses são apresentados em feira científica da USP

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Maior feira de ciências do Brasil, a Febrace, tem início na próxima terça-feira, 17, em São Paulo

A democratização do acesso ao absorvente por mulheres de baixa renda e a substituição de agrotóxicos por composto orgânico são os temas de projetos paranaenses que estão entre os finalistas de todo o país para serem apresentados na 18ª Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia 2020), que acontece entre os dias 17 e 19 de março, na USP, em São Paulo.

O evento é considerado um “vestibular das feiras científicas pré-universitárias”, segundo explica a coordenadora de Pesquisa Científica e Empreendedorismo do Colégio Positivo, Irinéia Inês Scota. Para a 18ª edição da feira, 66 mil estudantes desenvolveram trabalhos de pesquisa científica e tecnológica, que foram submetidos diretamente ou se destacaram em uma das 123 feiras regionais promovidas pelas instituições afiliadas. Toda a crescente agenda de eventos valorizando a produção científica pré-universitária demonstra o impacto positivo de oportunizar o contato com a pesquisa aos estudantes desde os primeiros anos do ensino, a fim de criar um ambiente favorável à inovação. “Quem participa e toma gosto pela pesquisa no Ensino Básico se empodera, rompe os limites da sala de aula para interferir no mundo. Aprende muito cedo a lidar com dados, a trabalhar com metodologia, a analisar resultados e a persistir com o estudo quando algo dá errado até chegar a uma conclusão. Isso muda a mentalidade e faz toda diferença na vida”, defende a coordenadora.

Distribuição de itens para saúde íntima via unidades de saúde e presídios

Os três anos de Ensino Médio no Colégio Positivo Internacional serviram para que o estudante João Henrique Hofmeister, hoje calouro do curso de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, aprimorasse seu projeto de Distribuição de itens para a saúde íntima feminina nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e de presídios femininos no município de Curitiba. A pesquisa na área de Ciências Sociais, segundo ele, veio do interesse por olhar para todos os lados da sociedade, em especial, “aqueles sem condições mínimas de vida no mundo”. “Lembro bem de ver a propaganda do governo durante o carnaval sobre distribuição gratuita de preservativos e foi aí que surgiu a ideia de desenvolver o projeto, inspirado nessa distribuição já existente”, afirma.

Ele conta que, ao pesquisar sobre o tema, se deparou com o fato de as pessoas nunca terem cogitado esse tipo de distribuição simplesmente por ignorarem a diferença que isso faz na vida de uma mulher. “Diversas pessoas nem sequer imaginam como é a situação vivida pela mulher que não tem condições de bancar itens básicos de higiene. Meninas em idade escolar perdem dias de aula por conta disso. E as improvisações geram diversas infecções e doenças que custam mais caro aos governos do que distribuir o absorvente”, explica. Tais dados ele comprovou na pesquisa, com a orientação do professor Eduardo Berkenbrock Lopes.

Também foi na insistência de melhorar o projeto que João chegou ao modelo de absorvente reutilizável para a viabilidade financeira da sua solução. “Hoje em dia, no mercado, está na faixa dos R$ 30 reais, porém, como pode ser usado por até 5 anos, torna o produto bem mais barato do que os descartáveis”, explica. A implementação da produção desses absorventes nos presídios também passa pelos caminhos apontados na pesquisa de João. Para ele, chegar à Febrace pode servir como meio de “abrir portas para uma mudança de pensamento da população sobre esse tema e também uma mudança na atual política social adotada pelo governo brasileiro”.

AgroAtóxico

As estudantes Sarah Bernard Guttman e Luiza Fontes Bonardi começaram em 2018, quando estavam no 9º ano do Ensino Fundamental, a pesquisa de um produto orgânico que fosse capaz de substituir os agrotóxicos. “Nossa motivação veio de um cartaz alertando para o fato do Brasil ser o país que mais consome agrotóxicos no mundo. Na hora, veio a ideia de fazer algo para mudar isso”, recorda Sarah, hoje estudante do 2º ano do Ensino Médio. Dentre as preocupações das estudantes envolvendo o meio ambiente e a saúde, elas também levaram em conta o prejuízo para os agricultores que têm contato direto com todos os pesticidas.

Até chegar ao AgroAtóxico, a orientadora Suellyn Homan conta que houve uma série de pesquisas com plantas medicinais que desempenhassem o mesmo papel de um agrotóxico. “Para nossa surpresa, nos testes iniciais, o produto foi tão bom que estimulou o crescimento das plantas. Mas decidimos mudar a formulação, pois utilizamos própolis, um ingrediente que acabava encarecendo o produto”, revela.

Segundo Sarah, o AgroAtóxico consegue suprir o uso de agrotóxicos em pequenas e médias propriedades, mas ainda falta testar em larga escala. “Com os resultados que temos hoje, indicamos para pequenas plantações e hortas caseiras”, detalha. O objetivo da equipe é patentear a fórmula para entregar a solução para cooperativas e agricultores familiares. “Queremos distribuir esse conhecimento. Apresentar o projeto na Febrace vai ajudar a conseguir uma bolsa para darmos continuidade à pesquisa”, revela Sarah.

Sobre a FEBRACE

Participam da FEBRACE projetos desenvolvidos por estudantes de todo o país. Estudantes podem participar desenvolvendo projetos científicos ou de Engenharia, individualmente ou em grupo com no máximo 3 estudantes. Os estudantes devem ter a orientação obrigatória de um adulto maior de 21 anos.

Os estudantes devem desenvolver o projeto seguindo a Metodologia Científica ou a Metodologia de Engenharia. Essas Metodologias são usadas pela comunidade científica e são a base do pensamento científico. Os autores dos melhores projetos serão julgados por um Comitê de Avaliadores composto por professores universitários, pesquisadores e especialistas voluntários. Os melhores projetos, em diversas categorias, ganharão troféus, medalhas, bolsas do CNPq, intercâmbios e visitas técnicas, num total aproximado de 300 prêmios e oportunidades no Brasil e no exterior.

Os finalistas também concorrem a uma das nove vagas de projetos (até 18 estudantes e nove professores orientadores) para representar o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia (ISEF), que acontece de 10 a 15 de maio, na cidade de Anaheim, no sul da Califórnia (EUA).

Serviço

Mostra pública da FEBRACE 2020: Dias 17, 18 e 19 de março, das 14h às 19h, no Centro de Convenções Rebouças da Faculdade de Medicina da USP (Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 23 – Pinheiros – São Paulo). Entrada é gratuita com inscrição prévia pelo site www.febrace.org.br/agendar.

Sobre o Colégio Positivo

O Colégio Positivo compreende oito unidades na cidade de Curitiba, onde nasceu e desenvolveu o modelo de ensino levado a todo o país e ao exterior. O Colégio Positivo - Júnior, o Colégio Positivo - Jardim Ambiental, o Colégio Positivo - Ângelo Sampaio, o Colégio Positivo - Hauer, o Colégio Positivo - Internacional, o Colégio Positivo - Água Verde, o Colégio Positivo - Boa Vista e o Colégio Positivo - Batel atendem alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, sempre combinando tecnologia aplicada à Educação, material didático atualizado e professores qualificados, com o compromisso de formar cidadãos conscientes e solidários. Em 2016, o grupo chegou em Santa Catarina - onde hoje fica o Colégio Positivo - Joinville e o Colégio Positivo - Joinville Jr. Em 2017, foi incorporado ao grupo o Colégio Positivo – Santa Maria, em Londrina (PR). Em 2018, o Positivo chegou a Ponta Grossa (PR), onde hoje está o Colégio Positivo - Master. Em 2019, somaram-se ao Grupo duas unidades da escola Passo Certo, em Cascavel (PR), e o Colégio Semeador, em Foz do Iguaçu (PR).


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