Metodologia aliada à tecnologia proporciona bons resultados

Foram encontrados bons resultados em estudo científico que analisou como a metodologia ativa da aprendizagem baseada em problemas (PBL), aliada à tecnologia da informação e comunicação (TIC), pode auxiliar na construção do pensamento crítico reflexivo sobre os direitos humanos.

Na pesquisa junto ao Programa de Mestrado em Educação da Unoeste, aplicada com alunos do 2º ano do ensino médio e professora, a advogada e docente universitária de Direito Penal Danielle Yurie Moura da Silva constatou que a metodologia e a tecnologia propiciaram desenvolver habilidades investigativas, reflexivas e de resolução de problemas.

Na análise feita pelo grupo pesquisado, a avaliação foi positiva, especialmente em razão da estrutura didática que proporcionou a construção de conceitos sobre direitos humanos a partir das vivências dos problemas, com o processos de aprendizagem mais ativo e mais colaborativo. Os estudantes e a professora trabalharam as temáticas injustiça/desigualdade social e direito a moradia.

Para auxiliar na discussão dos problemas propostos, foram utilizados textos, reportagens e objetos educacionais. As discussões em grupo envolveram os alunos em funções de relator, líder e membros, com a professora voluntária atuando como tutora. Na coleta dos dados foram seguidos os sete passos do PBL, com o documento de resolução elaborado de forma colaborativa no Google Docs.

Outra ferramenta digital utilizada foi o Google Forms para o questionário de autoavaliação e avaliação dos membros do grupo pesquisado e outro para avaliar a influência da metodologia ativa na reflexão da temática central, os direitos humanos. Danielle foi orientada pela Dra. Raquel Rosan Christino Gitahy, que tem conduzido várias pesquisas sobre o uso de novas tecnologias na educação.

A dissertação produzida por Danielle foi levada à defesa pública nesta quarta-feira (29), avaliada pelos doutores Sidney de Oliveira Sousa e Adriana Aparecida de Lima Terçariol, convidada junto à Uninove (Universidade Nove de Julho). Danielle foi aprovada para receber o título de Mestre em Educação.

Escala de autoeficácia

O psicólogo especialista em docência e gestão na educação superior Leonardo Santos de Souza também fez a defesa de sua orientação nesta quarta-feira (29), sobre a construção e validação de uma escala de autoeficácia docente para o uso de metodologias ativas de ensino e aprendizagem na educação superior em saúde. Sua pesquisa foi financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e orientado pela Dra. Camélia Santina Murgo.

A pesquisa compreendeu três estudos, um sobre a revisão integrativa da produção acerca do uso de metodologias ativas na educação superior brasileira em saúde, sendo que uma das constatações foi de que 73,8% da literatura advém de estudos de baixo nível de evidência sobre Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) publicados em 2016 e 2017 por pesquisadores de instituições públicas. Também encontrou outros dados apresentados em artigo científico.

O segundo estudo descreveu os processos de construção, validade de conteúdo, análise semântica e as propriedades psicométricas da Escala de Autoeficácia Docente para o uso de Metodologias Ativas (Eadoma). Na análise de seis juízes foram descartados 11 itens que não obtiveram coeficiente de validade de conteúdo. Na análise semântica não foi encontrada necessidade de ajuste. Na análise da estrutura e da consistência interna, envolvendo 317 professores brasileiros de instituições públicas e privadas, houve a constatação de que a estrutura unifatorial com 32 itens obteve o melhor ajuste.

No terceiro estudo, com os mesmos professores, apresentaram alta autoeficácia e nas análises relacionando a Eadoma com os fatores dos demais instrumentos, apontaram correlações positivas em realizações de expressividade e profissional; e correlações negativas em relação à exaustão emocional. As análises de regressão indicaram que a escolaridade prediz negativamente nas crenças e positividade quanto às metodologias ativas.

De acordo com o autor da pesquisa, pelos resultados encontrados foi possível concluir que o instrumento apresentou qualidades psicométricas excelentes e que seu uso é recomendado para docentes do ensino superior de diversas áreas do conhecimento. Souza foi aprovado para receber o título de Mestre em Educação, avaliado pelo Dr. Sidnei de Oliveira Sousa e pela Dra. Ana Paula Porto Noronha, da Universidade São Francisco, em Campinas, que participou da avaliação por videoconferência.