SAPOVAT, a causa da indústria seguradora ainda não está perdida

O pior não tem a ver com mais um imposto na goela abaixo do povo e das cias. seguradoras. Sinceramente, acompanhei o discurso de todos. E o que percebi é que desconhecem muitas coisas, inclusive o que significa a indústria do seguro.

Total desrespeito ao ordenamento legal e jurídico do Brasil. O que vi foram pessoas dizendo que o preço não pagava uma cerveja que desce redonda, a cerveja “SAPOVAT” . Pode descer redondo na boca do brasileiro mais uma sanha de um imposto que ninguém deseja? Pode descer redonda a falta da Livre Iniciativa para todas as seguradoras? Pode descer redondo colocar um banco para vender a cerveja que desce redonda? Pode descer redondo um sinal que a aparência desse imposto é a mesma do anterior? Pode descer o gole redondo com a imaginação que algumas pequenas coisas negativas podem voltar aos poucos? Pode imaginar descer redondo com a minha desconfiança de quem sem atributos técnicos pode haver “terceirização e pagamento” das tarefas?

Vamos esclarecer um pouquinho:

- Se começar com R$50,00, não significa que vai ficar esse valor daqui alguns anos. Aliás, isso é um cala-te que eu sei como fazer. Também, se foi inserido um JABUTI para gastar mais e aumentar o teto de gastos, isso não significa que esse seguro vai dar conta de indenizar de maneira correta a verdadeira necessidade dele existir. Ainda, se isso não tira a vergonha de nossa indústria em passar por esse vexame, também, data venia maxima, demonstra que ela talvez tenha "demorado demais" para enxergar o perigo. Vou acrescentar: e a indústria deixou esse monstro passar. Daqui algumas horas teremos motivo para comemorar?

Nós sabemos que essa antecipação vai colocar as contas em ordem, mas não do Brasil e não da nossa indústria. Pessoalmente, não estou de pijamas ainda. Pessoalmente, tenho estimulado a manutenção de nossa guarda quanto a questão. Empresas seguradoras do mundo inteiro estão olhando para nós. Acionistas, com quem tenho falado, não daqui, também. Talvez estejam pensando: por que deixaram isso acontecer? Quem representa eles? Como agiram no congresso nacional? Não mediram que se os seguradores individuais precisam da LIPT?

O que eu sei é que o SINAPP fez um esforço para não ter esse imposto e esse produto do jeito que foi confeccionado neste PLP. Isso eu sei. O que eu sei é que apesar de entender os dramas de todos, foi o SINAPP quem escreveu isso em palavras e com quase duas dezenas de seguradores. Foi ele quem deu a cara para bater. Foi ele que, ainda que tardiamente, manifestou uma representatividade para todos nós e é um exemplo a ser louvado. Lógico, não estou criticando outros representantes e representados, mas colocando o que eu acho que deu o melhor testemunho sobre a necessidade de somente seguradoras venderem seguros. O que eu sei é que o barco, apesar de tantos furos e com água quase a virá-lo, ainda não afundou.

Resta ainda alguma chance? Duas possibilidades remotas. Uma, contar com os senadores, que contam com as verbas para suas localidades. Outra, o STF, com uma ADI. Então, há chance? Estou contando primeiro e consistentemente com o Plenário do Senado. Porém, se houver gritaria depois, vou simplesmente pensar: será que este ato representa mesmo o que se quer para a indústria do seguro? Será mesmo que essa ação no último minuto da prorrogação, de um time desesperado e o público torcendo pelo gol vai ser um novo milagre?

Não estamos vivendo no último momento da prorrogação, mas no minuto final dos 90 minutos. Repito, ainda há uma chance, remota, mais para descrença na nossa técnica, do que um resultado nulo! para nossa indústria. Sim, nulo, ninguém vai ganhar nada se ganhar e se perder mostra o nosso fracasso E se existe um culpado, insisto, sou eu: Armando Luis Francisco. Somente, eu! Ninguém mais que eu!

Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros