Homenagem: Adauto Ornilo de Farias Neto

Ele era um sacerdote, não somente porque servia como presidente do sindicato maranhense, mas porque era corretor. Todo corretor serve, mas atende como um sacerdote. Infeliz, geralmente, o segurado não tem um corretor servindo suas necessidades.

Mas Adauto tinha duas premissas: o amor à esposa Ely e seu movimento no sindicato.

Conheci Adauto há pouco, que pena! Nos poucos momentos que conversamos, em que tentava dar um pouco de esperança, recebia dele uma paz profunda, com inteligência e sabedoria. Adauto, animava mais do que recebia ânimo na doença. Vibro, ainda, só de pensar.

Ely, uma voz meiga no telefone. A esperança sempre presente em seu coração, que não vacilava em falar na fé, na cura, no milagre que tanto almejava. Meses a fio e noites por semana sem dormir, mas a vibração não lhe faltava quando estava próxima do seu amado.

Eu me lembro de muitas coisas nas conversas com os dois. Na realidade eu me lembro de tudo. E digo com todas as letras que tenho a firme convicção que vou me encontrar com o amado Adauto, logo após a volta de Jesus.

Fica a Ely. Não consigo pensar em seu sofrimento de maneira correta, pois é muito maior do que imagino. As lágrimas, a percepção de solidão, a falta do amor de sua vida. A dor!

Os corretores maranhenses também perdem. Perdem um líder nato. Uma pessoa alegre e feliz. Também perdem os corretores brasileiros e suas lideranças mais eficazes. Adauto vai fazer falta!

Eu oro, não pelo Adauto, que vive o sono profundo no Senhor. Eu oro pela Ely, eu oro pelos amigos dele mais íntimos, eu oro pelos demais familiares, eu oro pela liderança dos corretores e por nós, também, no rito que segue a corretagem e a nossa indústria.

Mas, não é uma despedida. Talvez, um até breve, Adauto! Naquele dia, com Jesus nos altos céus e todos os anjos reunidos nas nuvens, um anjo virá até onde Adauto está e dirá: levanta-te, tu que dormes no pó e vá com o teu Deus! Nesse dia glorioso, sim, nesse dia sensacional, Ele enxugará dos olhos toda a lágrima e a morte não existirá mais! Aleluia, Amém!

Ely, termino essa pequena homenagem pedindo para você não esmorecer. As palavras não podem alcançar sua dor. E ninguém pode conseguir te consolar, a não ser Deus. Mas saiba uma coisa: você foi uma das mais valentes mulheres que conheci, apesar de apenas por telefone. Seus valores, suas preces, seus anseios não foram em vão e não ficaram por terra. Você foi o amor do Adauto, a ternura dele, o suporte, a luz no caminho e a forte realização desse homem nordestino. Ely, a esperança não morre! A volta de Jesus é a solução, só ela é a solução. Continue, continue sua trajetória e com os amigos ao seu lado. Você sabe que os tem em grande medida, não precisaria eu estar escrevendo isso. E eu te peço que continues a jornada com toda essa qualidade que você demonstrou. Um grande abraço e também o desejo do Consolador em seu coração.

Armando Luís Francisco
Jornalista