Investir saldo do FGTS é uma possibilidade para muitos brasileiros
Dinheiro sacado do Fundo de Garantia pode ser aplicado em bons investimentos agora para realizar planos futuros
Com a intenção de ajudar a movimentar a economia, o governo de Michel Temer liberou acesso a contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço para mais de 30 milhões de brasileiros. A partir de uma Medida Provisória anunciada em dezembro de 2016, a expectativa é de que sejam injetados cerca de R$ 43 bilhões no mercado brasileiro.
A ansiedade para consultar o saldo do FGTS fez com que apenas na terça-feira (14) ocorressem mais de 15 milhões de acessos ao site da Caixa Econômica Federal. No mesmo dia, foi divulgado o calendário oficial de saques que serão liberados a partir de março deste ano.
Todo o alvoroço sobre o assunto tem fundamento. Antes, só era possível sacar dinheiro de contas inativas após três anos sem depósitos ou em casos específicos, como doenças graves e aquisição da casa própria. Após a MP, até mesmo os trabalhadores que foram demitidos por justa causa ou pediram demissão poderão sacar valores disponíveis em suas contas inativas.
Por ter o rendimento muito aquém do desejado, de apenas 3% mais correção monetária, espera-se que a maioria dos brasileiros realize o saque do Fundo de Garantia. Ao optar por retirar o saldo disponível, abre-se a possibilidade de planejar para aplicar o valor em alternativas mais rentáveis.
A busca por melhores investimentos parece estar predominante entre os brasileiros. Segundo pesquisa do aplicativo de controle financeiro GuiaBolso com mais de 1.400 usuários, 44,8% dos participantes pretende investir o dinheiro sacado do FGTS. Em segundo lugar, ficaram as dívidas com 33,6% das intenções de uso.
O pensamento da maioria em buscar a valorização do dinheiro do Fundo de Garantia pode indicar uma maturidade crescente em relação aos bons investimentos disponíveis no mercado.
Investindo para o futuro
Segundo dados da Caixa Econômica Federal, 10% dos cerca de 30 milhões de trabalhadores elegíveis para realizar saque em contas inativas detém metade dos R$ 43 bilhões disponíveis. Deste modo, de acordo com as estimativas, são aproximadamente 3 milhões de brasileiros que em breve irão sacar entre R$ 3 mil e R$ 50 mil.
Entre os trabalhadores que devem receber quantias mais altas, a compra da casa própria é uma alternativa para utilizar o dinheiro do FGTS. Todavia, o valor pode não ser suficiente para fechar um bom negócio no momento. Por isso mesmo, é importante buscar possibilidades para aplicar o dinheiro agora e potencializá-lo visando a aquisição de um imóvel futuramente.
De acordo com Rafael Panonko, chefe da equipe de análise da Toro Radar, quem hoje ainda não possui recursos financeiros suficientes para realizar o sonho da casa própria deve buscar rentabilizar suas reservas de capital de forma inteligente, para que esse sonho seja possível no futuro.
Assim sendo, ele não recomenda aplicar o valor retirado do FGTS na caderneta de poupança. “Hoje sabemos que a poupança é uma carta fora do baralho para os investidores que buscam rentabilizar seu patrimônio. A poupança está entre os piores investimentos de 2016, com rentabilidade real de apenas 1,28%”, explica.
Para o especialista com grande experiência no Mercado Financeiro, o investidor deve procurar uma diversificação de investimentos de acordo com seu perfil. Visualizando um cenário para 2017 e 2018 com queda na taxa de juros, uma das recomendações de Panonko para um perfil moderado é uma elevação na renda fixa prefixada com objetivo de obter melhores taxas no médio e longo prazo. Segundo ele, boas opções nesta perspectiva podem ser Certificados de Depósito Bancário com carência e prazo de 3 anos e títulos públicos prefixados (LTN).
Em relação à renda variável, Rafael Panonko ressalta que o cenário para a Bolsa de Valores em 2017 deve repetir o excelente ano de 2016. “Se o atual governo conseguir ser efetivo, implementando as propostas de reformas sugeridas, o país deve voltar a crescer. Isso atrai investimentos externos que, em grande parte das vezes, são canalizados para as empresas listadas na Bolsa de Valores. Portanto, acredito que o momento sugere exposição a uma carteira de ações”, assevera.
Ainda de acordo com as possibilidades apresentadas pelo analista, não se pode esquecer as oportunidades de curto prazo. Para ele, a modalidade é uma boa opção para incremento no percentual alocado em renda variável, já que em 2016 essas operações rentabilizaram 43,22%.
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