Executivos do IRB(Re) debatem investimentos em infraestrutura e mudanças climáticas no Brazil-UK Insurance Forum
O “Fórum de Seguros Brasil – Reino Unido”, promovido pela CNseg e ABI em Londres, reuniu mais de 100 participantes para discutir mudanças climáticas, avanços tecnológicos e investimentos em infraestrutura, destacando a importância da colaboração entre Brasil e Reino Unido em temas como transição digital, riscos cibernéticos e oportunidades de seguro. Marcos Falcão e Daniel Castillo, CEO e vice-presidente de Resseguros do IRB(Re), respectivamente, marcaram presença no encontro e destacaram o papel dos resseguradores na adaptação às novas demandas globais de cobertura e mitigação de riscos.
Falcão foi um dos especialistas presentes no painel “Oportunidades de investimento na infraestrutura brasileira” (Investment opportunities in Brazilian infrastructure, em inglês). À frente do maior ressegurador do Brasil, o executivo comentou sobre o crescimento do seguro garantia “baseado na capacidade oriunda do mercado internacional de resseguros”. No Brasil, com a retomada do PAC, o produto passa de 5% para até 30% do valor do contrato, possibilitando cláusulas que assegurem a conclusão das obras caso a contratada não cumpra suas obrigações. Hoje, cerca de 40% das obras públicas estão paralisadas. A gestão de riscos, neste caso, se torna crucial.
Atualmente, existe um sistema mundial de proteção dos riscos, composto pela seguradora (B2C) e pela resseguradora (B2B), que assume os riscos não retidos pela empresa. A resseguradora pode, então, passar esses riscos para outra resseguradora, conhecida como retrocessionária, que os divide entre outras companhias que atuam no mesmo formato. Esse sistema de repartição opera com fluidez.
“Deve se ter o risco mitigado quando existe a diversificação e divisão por geografias”, explicou o CEO do IRB(Re). “Esse mecanismo do risco ser dividido, sair do Brasil e ser repartido por resseguradoras internacionais, seja por meio do resseguro ou da retrocessão, é saudável”, destacou.
E por falar em riscos, Castillo, presente no painel “Desafios climáticos globais para o mercado de seguros” (Global climate challenges for the insurance market, em inglês), relembrou a situação na região Sul do Brasil, com apenas 7% da perda econômica coberta pelo seguro, e a importância de se ter um modelo de catástrofes. “Em um cenário normal, utilizam-se cálculos matemáticos para se precificar os riscos. No Reino Unido, sabemos que tem se criado formas de calcular eventos catastróficos. Precisamos [Brasil] de um modelo de catástrofes”, afirmou o vice-presidente de Resseguros do IRB(Re).
As mudanças climáticas devem, nos próximos anos, despertar a necessidade de deslocamento por parte da população brasileira. Segundo o levantamento “Visões Globais Sobre As Mudanças Climáticas” (Global Views On Climate Change), realizado pelo Ipsos para a Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP 28), 61% da população acredita que, nos próximos 25 anos, precisará se mudar da região onde vive por causa do impacto das mudanças climáticas. O Brasil ocupa o 2º lugar em um ranking mundial formado por 31 países.
De acordo com Castillo, as pessoas pensavam que o Brasil não teria eventos de grandes proporções como o ocorrido no Rio Grande do Sul. “As mudanças climáticas têm piorado cada vez mais”, disse o executivo. “É preciso olhar para o aumento que essas mudanças podem trazer no futuro e considerar a oportunidade de mostrar às pessoas que eventos catastróficos podem acontecer com mais frequência. Os seguradores e resseguradores precisam ser capazes de proteger a sociedade neste sentido”, enfatizou.
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>