Workshop CIST debate oportunidades e desafios no seguro de transporte com mais de 200 profissionais
Encontrar meios para oferecer valores mais justos, evitar prejuízos e buscar novas oportunidades para o mercado segurador de transporte está entre os desafios para 2017
O ano começou movimentado para o mercado de seguro de transportes no Brasil, principalmente depois das declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meireles, que prevê um crescimento de 1,6% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano de 2017. Tendência de alta acima das expectativas anunciadas no final do ano passado, de 0,5%. Essa boa perspectiva de crescimento foi destacada durante o primeiro Workshop do ano realizado pelo Clube Internacional de Seguros de Transportes (CIST), realizado nesta quinta-feira (16), em São Paulo.
Preocupado com o futuro do mercado de seguro de transporte e os prejuízos que muitas seguradoras acumulam, por não precificar o risco de forma adequada, o especialista em seguro marine da XL Catlin, Paulo Robson Alves, destacou a importância da troca de informações entre as companhias. “O objetivo é termos dados confiáveis que possam oferecer ao cliente um custo justo e evitar prejuízos por uma análise incompleta dos riscos envolvidos”, afirmou.
Paulo Robson destacou também questões legais que envolvem o seguro do transportador e embarcador, sendo importante para as empresas uma reflexão sobre o crescimento do setor e os custos com indenizações. “Em muitos casos vamos verificar que a conta não fecha. Os roubos de carga, por exemplo, só têm aumentado e a precificação do seguro nem sempre reflete essa realidade. O preço é reflexo da subscrição, caso não fosse assim teríamos as mesmas taxas”, destaca.
O roubo de cargas alimentícias, segundo Paulo Robson, já ultrapassou a de eletrônicos, sendo que 54% deles ocorreram no estado de São Paulo, nas regiões próximas de Campinas. “Trata-se de um reflexo do que acontece em todo o país”.
Pensando nisso, Rosevaldo Silva, superintendente de transportes na Tokio Marine, afirmou que a qualidade da informação é de extrema importância para a subscrição do risco. “Quando há um sinistro, uma série de agentes são afetados: segurador, ressegurador, entre outros. Por isso, a importância de sabermos o real tamanho desse risco para evitar perdas desnecessárias”.
Para o presidente do CIST, Geraldo Silva, nem todo o cenário é negativo, uma vez que a indústria de seguros continua registrando crescimento acima das expectativas econômicas, contabilizando índices próximos aos 10% ao ano. “O que precisamos é reduzir as fraudes e sonegação. Não tenho dúvidas que trabalhando esses dois aspectos teremos uma melhora significativa no desenvolvimento do seguro de transportes no Brasil. ”
Perspectivas e oportunidades
Para ajudar os participantes no desenvolvimento do setor, o superintendente comercial da Bradesco Seguros, João Carlos Machinick Vieira, falou sobre perspectivas e oportunidades nos seguros de transportes. “Em 2016, o mercado de seguros como um todo registrou um crescimento de 9,2% e a área de transportes apresenta um crescimento fantástico chegando a R$ 2,3 milhões. Porém, nossos números de prêmios ficaram estagnados na mesma média dos últimos cinco anos. Uma clara demonstração de dificuldade de crescimento”.
Segundo João Carlos, essa dificuldade não se deve ao mercado, mas à falta de aproveitar as oportunidades. “Neste ano, por exemplo, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) projeta um crescimento de suas operações, que deve resultar em um movimento de 120,59 milhões de toneladas de cargas, ou seja, um aumento de 6,3% em relação ao resultado previsto em 2016”, contou.
O executivo enfatizou que uma série de contas acaba sendo absorvida pelo mercado sem um rumo definido. “Isso é péssimo para a confiabilidade e equilíbrio da carteira. Será que não está na hora de buscarmos soluções? Criarmos comitês para ajudar no desenvolvimento do mercado e maior aproximação com o cliente? ”, questiona.
Em meio a todas essas indagações, João Carlos, propôs a criação de uma agenda positiva, que permita diminuir a distância entre os envolvidos no processo, encontrando soluções para manter uma carteira saudável. “O cliente tem o direito de escolher entre uma ou outra companhia, o que não pode ocorrer é essa mudança motivada por altos índices de sinistralidade, que encontram guarida em seguradoras desavisadas”, destacou.
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