Corretagem de seguros abre portas para novos profissionais
Atividade é ótima opção para realização profissional e até construção de segunda carreira
O administrador de empresas aposentado Ricardo Pereira tinha 59 anos quando decidiu fazer o curso de habilitação para corretores de seguros da Escola Nacional de Seguros. Após 40 anos de serviços prestados ao funcionalismo público, ele ainda sentia que deveria procurar uma atividade para exercer. Atualmente, aos 60 anos, ele relembra com carinho de um ano atrás, em 2015, quando concluiu as aulas e tornou-se um corretor profissional de seguros habilitado.
Originário do funcionalismo público, Pereira não possuía nenhuma experiência no mercado, mas foi na sua função, como Pregoeiro do Estado, que teve os primeiros contatos com o segmento. Foi através das licitações para prestação de serviços, onde o Estado exige garantias no contrato e uma delas pode ser o seguro garantia, que ele visualizou uma lacuna a ser preenchida. “As empresas tinham dificuldades neste produto, pois não sabiam com quem e onde fazer”, conta. “Pelo que eu constatei na época, são poucas corretoras especializadas na área, eram duas ou três só que faziam, o que levava muitas empresas a fechar com empresas de São Paulo”, acrescenta.
Um fato que surpreendeu Ricardo Pereira neste pouco mais de um ano de atuação na corretagem é a disputa entre os colegas que, na opinião dele, muitas vezes ultrapassa o limite da concorrência saudável. “As vezes percebo desespero entre os colegas, pois você trabalha e dá um preço e logo vem outro baixando cada vez mais a comissão para pegar aquela conta”, comenta. Mas o profissional procura tirar algo positivo desta situação: “Fazer com coberturas corretas e estar atento aos detalhes é muito importante. Eu enxergo a profissão com muita responsabilidade, pois a partir do momento que você orienta as pessoas, você tem essa responsabilidade”, diz.
Sobre o curso oferecido pela Escola Nacional de Seguros, ele lembra que as aulas o proporcionaram, além de um conhecimento apurado, o contato com outras pessoas que já atuavam na área. “95% dos meus colegas já atuavam no segmento, o que tornou a troca de experiências algo muito grande”, menciona. Além disso, ele compara sua vida antes e após os estudos e é categórico: a mudança foi grande. “Eu diria que o relacionamento com as pessoas ampliou muito. Antes, como funcionário público, eles vinham a mim e agora eu vou a eles. Estou muito mais focado e preocupado com a segurança dos outros”, revela.
Diferentemente de Pereira, a corretora de seguros Júlia Fetter Bueno (33), já possuía uma relação com o ramo de oito anos. Os dois foram colegas na turma de 2015 da Escola Nacional de Seguros de Porto Alegre (RS). A carreira dela foi marcada por passagens em seguradoras e empresas do ramo. “Ter começado dentro de uma companhia, me deu muito mais maturidade e conhecimento da profissão, pois vivenciei os dois lados da moeda”, avalia. “As aulas da Funenseg são indispensáveis, pois são muito mais completas, profissional e abrangente. Além da convivência com os professores e colegas, que agregam muito, em conhecimento e relacionamento de mercado”, considera.
O curso de habilitação para corretores de seguros é conhecido pelo seu grau elevado de dificuldade. Ela pondera que, mesmo para quem já vem do mercado e tem conhecimento prático do negócio, encontra bastante dificuldade, pois a Escola ministra conteúdo teórico e técnico da profissão, o que surpreende muitos pela complexidade das matérias. “Prestar atenção nas aulas presenciais e trocar informações com os professores é fundamental. As apostilas são extensas e, num curto período, não há como absorver toda a matéria somente com leitura. É preciso concentração e envolvimento”, julga ao recordar que o apoio da família foi essencial para o seu momento.
Para ela, todo esforço é recompensado, pois “a qualidade da formação profissional é grande parte do profissional que uma pessoa se tornará”. “Professores experientes, material didático completo e atual, além do ambiente que também influencia. A Escola Nacional de Seguros te proporciona todas as ferramentas necessárias para te desenvolveres no mercado”, confia.
Júlia, que se especializou no segmento de vida e atua como pessoa jurídica, lembra que no começo de sua carreira, uma história a sensibilizou quanto à importância do profissional e da instituição seguros: enquanto era responsável pelo atendimento de sinistros de uma seguradora e recepcionava os familiares para entrega de documentações, atendeu uma viúva e seu filho que estavam visivelmente emocionados e gratos. “Ela agradecia muito o corretor que insistiu muito para o marido assinar a proposta de contratação. Aquele valor, mesmo pequeno, resolveu muito e fez toda a diferença para aquela família. Neste exato momento, me apaixonei completamente por aquela profissão”, recorda.
A Fetter Bueno, empresa gerida por Júlia, completará um ano de atuação em março. No início, algumas dificuldades marcaram o caminho, como custos fixos e o contexto econômico do país em 2016. “O poder de compra do consumidor caiu bastante, e quem tem uma situação mais confortável, está segurando tudo que pode. Na atual conjuntura, os empresários são sobreviventes”, comenta. Mas nenhum destes inconvenientes foi capaz de diminuir a vontade ser uma especialista atuante: “A minha visão de plano de carreira é estar em movimento, ampliando, agregando e compartilhando. Nossa profissão é indispensável para a manutenção financeira das famílias brasileiras. Hoje, o corretor se tornou um consultor muito amplo, trazendo soluções para as preocupações e necessidades de cada cliente, independentemente da idade ou do perfil consumidor”.
Futuros corretores fazem planos de carreira
O contador Maurélio de Ávila (50) e a ex-securitária Eliziane Ibanez (41) são dois dos 55 alunos aprovados no curso para corretores de seguros que se formarão no dia 07 de março. Eles entrarão para o grupo dos 4.395 profissionais que existem no Rio Grande do Sul.
Os dois possuem perfis diferentes, Maurélio só tinha relação com o seguro enquanto segurado, enquanto Eliziane já atuou na área. “Entrei nesta atividade pra fazer a diferença, planejo para este ano constituir uma carteira de negócios, no intuito de aprender na prática o dia a dia da profissão, suas dificuldades, os relacionamentos, a prática comercial e, para isto, necessito de um suporte físico a fim de proporcionar aos segurados um atendimento por excelência e assim garantir a fidelidade na carteira”, projeta entusiasmado Maurélio.
Para ele, a ideia de se habilitar surgiu durante uma conversa com um familiar. Seu tio o incentivou, pois sua esposa, embora não atuasse mais na área, no pouco período em que exerceu a atividade, conseguiu constituir uma considerável carteira.
“Acreditei na indicação, pois inicialmente eu poderia, após concluído os estudos, conciliar minha atual atividade profissional com a nova atividade, e é o que estou fazendo. Vislumbrei também que poderia ter sucesso devido minha extensa rede de contatos”, expõe.
Foram 27 disciplinas durante 9 meses, das 18h45 às 22h15, com provas elaboradas, em busca de, no mínimo, uma média 7, e, para muitos após uma jornada de trabalho durante o dia. “O curso nos proporciona obter conhecimento com professores muito qualificados e experientes, nos dando segurança no exercício da profissão”, acredita. “Oferecer um produto ou serviço sem o conhecimento devido nos torna vulneráveis e potencialmente fadados ao fracasso. A certificação nos proporciona exercermos a atividade na sua plenitude convivendo com outros profissionais, negociando com as companhias seguradoras, participando com sugestões e voto no Sindicato dos Corretores (Sincor-RS)”, complementa.
Além disso, Maurélio, que é pai de dois filhos e pretende se especializar em previdência complementar, visualiza a importância e responsabilidade da profissão em que se empenhou para se formar. Para ele, o corretor age como um agente social: “Nos dias atuais, em que nosso patrimônio está tão desprotegido devido a falta de segurança, catástrofes naturais, planos econômicos de Governo mal sucedidos, saúde pública na UTI e ainda as aposentadorias correndo o risco de não serem adimplidas, o corretor de seguros poderá fazer a diferença, oferecendo produtos adequados que protegerão as pessoas, tornando-as mais felizes”.
Já Eliziane Ibanez atuou em companhias e como consultora. Foi no início de 2016, enquanto exercia a atividade sua atividade numa consultoria da Capital gaúcha, que ela sentiu a necessidade de buscar a formação para uma maior autonomia em sua carreira. “Resolvi me habilitar e vender por mim as coisas que eu gosto e os produtos que eu pretendo me especializar, como os de pessoas”, menciona. Na opinião dela, a habilitação só veio a esclarecer e a somar: “É uma qualificação que abre portas, gera oportunidades, passa a trabalhar bem mais segura, além de passar confiança para os clientes de se estar habilitado e possuir registro como qualquer outra profissão”.
Além disso, uma palestra que assistiu há alguns anos atrás, ficou na memória de Eliziane: o palestrante era ninguém menos que Miguel Junqueira Pereira, ex-presidente do Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul (SindSeg-RS) e renomado sábio do mercado segurador brasileiro, e ele defendeu que o bom corretor de seguros é aquele que protege a vida do cliente, desde o automóvel, residência, família, empresa, etc. “Ele protege o cliente por todos os lados e contra qualquer situação. Esse era o bom profissional na visão dele e quem sou para discordar? Eu concordo e vou seguir esse conselho que nunca saiu da minha cabeça”, crê.
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