Percepção de declínio amplia-se no mundo
Pesquisa mostra que população descrente de suas nações e de seus políticos. Brasil ocupa 3º lugar no ranking mundial
A pesquisa Global Advisor da Ipsos, realizada em 22 países, mostra que mais da metade da população mundial (57%) acredita que seu país está decadente, ao concordar que o sistema tradicional de política e o governo estão quebrados. No ranking mundial, o Brasil ocupa o terceiro lugar entre as nações mais decepcionadas (72%), só superado pela Coreia do Sul e Itália (ambos com 73%) e África do Sul (77%). Na ponta contrária, indianos (22%) e canadenses (38%), para quem não prospera a percepção de decadência de suas nações.
O estudo "O sistema está quebrado?” investigou ainda o apoio a líderes dispostos a romper com as regras vigentes e opiniões sobre os efeitos da globalização. "A Ipsos está monitorando altos níveis de descontentamento com a maneira tradicional de fazer política há algum tempo. Isso pode assumir muitas formas - insegurança econômica, sentimento anti-imigração e uma percepção geral de declínio. Nosso estudo sugere que muitos países em todo o mundo compartilham a visão de que o sistema não lhes serve mais. Além disso, esse sentimento não tem restrições a fronteiras. Das economias emergentes ao mundo desenvolvido, das Américas à Europa e à Ásia, há frustrações e insatisfações. Esse clima de descontentamento provavelmente desempenhará um papel crucial em 2017 também com mais eleições chegando a países como França e Coreia do Sul", afirma Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs.
A percepção de declínio, no entanto, não é seguida de descrença em relação ao futuro, relata o estudo. Tanto que dois em cada três entrevistados globalmente (67%) acreditam que seu país pode se recuperar e apenas 15% considera que o quadro é irreversível. Os mais otimistas são os peruanos (85%), seguidos pelos mexicanos e israelenses, empatados em segundo lugar (84%).
O Brasil aparece em quinto lugar no ranking - 80% dos respondentes acham que é possível reverter o cenário atual e começar uma recuperação. Um líder que esteja disposto a quebrar as regras será bem-vindo para 49% dos entrevistados globais.
França (80%), Israel (69%), Itália (68%), Coreia do Sul (66%), Turquia (66%) e Índia (65%) são os países mais favoráveis ao que pode resultar na ascensão de outsiders do sistema político tradicional ou líderes populistas. No Brasil, os favoráveis são 48%.
Já alemães (21%) e suecos (23%) são os menos propensos a aprovarem um líder com esse perfil. O estudo ainda mostra que 69% da nação brasileira sente que os políticos e seus partidos não se importam com a população. O sentimento é global - 64% nos 22 países possuem a mesma visão.
A globalização também foi abordada na pesquisa e, em média, 42% pensam que abrir a economia do seu país a negócios e comércios estrangeiros é uma oportunidade contra 26% que consideram uma ameaça.
Os mais positivos sobre o potencial da globalização são Peru (55%), África do Sul (54%) e Reino Unido (54%). Os que menos veem como oportunidade são França (26%) e Japão (27%). Outro tema abordado que apontou um sentimento pessimista em todo mundo é comparação entre gerações.
As pessoas sentem que a sua geração teve uma vida pior do que os seus pais (43%). Europeus (Hungria - 65%, França - 61%, Itália - 60% e Espanha - 56%) e asiáticos (Coreia do Sul - 56% e Japão - 54%) estão mais insatisfeitos do que os latino-americanos (México 38%, Brasil 35% e Argentina 30%).
As pessoas são ainda mais descrentes com as perspectivas de futuro dos jovens de hoje: 48% acham que a vida deles será pior que a dos seus pais e 48% pior, especialmente em países europeus como França (67%), Bélgica (66%) e Espanha (65%).
Realizada entre 21 de outubro e 04 de novembro, a pesquisa aconteceu em 22 países: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Hungria, Índia, Israel, Itália, Japão, México, Peru, Polônia, Suécia e Turquia. Foram entrevistadas 16.096 pessoas, sendo adultos de 18 a 64 anos nos Estados Unidos e no Canadá e de 16 e 64 anos nos demais países. A margem de erro é de 3,5%.
A Ipsos é uma empresa independente global na área de pesquisa de mercado presente em 88 países. A companhia tem mais de 5 mil clientes e ocupa a terceira posição na indústria de pesquisa. Maior empresa de pesquisa eleitoral do mundo, a Ipsos atua ainda nas áreas de publicidade, fidelização de clientes, marketing, mídia, opinião pública e coleta de dados.
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>