Ondas de calor e chuvas intensas: como empresas de energia podem gerenciar os riscos climáticos com tecnologia?
*por Flávio Souza
As chuvas severas que assolam o país têm gerado uma série de consequências para as empresas de energia elétrica. Quedas de árvores e falta de energia em residências e estabelecimentos comerciais são alguns dos exemplos. Por outro lado, temos o aumento do consumo de energia em função das ondas de calor. Somente no mês de fevereiro, o sudeste e o centro-oeste registraram recordes de consumo de energia, chegando a utilizar 60% de toda energia consumida no país.
Apesar dos riscos climáticos não serem controláveis, o setor pode se preparar para essas adversidades adotando soluções tecnológicas inovadoras que proporcionem mais resiliência e eficiência operacional, o que só é possível com uma gestão de dados eficiente. Para começar, é preciso implementar um Data Lake para realizar a gestão de riscos climáticos. Essa base, composta por dados estruturados e não estruturados, quando combinados com redes inteligentes (smart grids), análise de dados e inteligência artificial (IA), traz informações precisas para gerenciar os padrões de consumo e prever eventos extremos, criando um ambiente mais controlado e resiliente.
No contexto das ondas de calor, por exemplo, a análise preditiva de dados de consumo permite que as empresas de energia antecipem períodos de alta demanda e ajustem a distribuição de energia de forma eficiente. Além disso, ao integrar sistemas de armazenamento de energia e monitoramento com IoT (Internet das Coisas), as empresas podem otimizar a gestão da infraestrutura elétrica, prevenindo sobrecargas e garantindo a continuidade do fornecimento, mesmo após eventos climáticos extremos.
Já em situações de chuvas intensas, essas ferramentas ajudam a identificar áreas mais vulneráveis, permitindo ações preventivas como emissão de alertas para mitigar riscos na infraestrutura elétrica de consumidores. A utilização de canais de comunicação integrados, como o WhatsApp com assistentes de IA, proporciona uma gestão de crises mais eficiente, permitindo que as empresas identifiquem com mais precisão quais regiões estão sem energia e direcionem as equipes de campo para restabelecer o serviço de forma mais rápida e precisa, evitando deslocamentos desnecessários e contribuindo para a redução de custos e da emissão de CO2, alinhando-se às práticas ESG (governança ambiental, social e corporativa) da organização..
Por outro lado, a implementação de tecnologias como microgrids, que podem ser alimentados por fontes renováveis, como solar e eólica, e armazenam energia localmente, e blockchain, que criam registros imutáveis e transparentes das transações de energia e das condições operacionais, facilitando o rastreamento do consumo e o gerenciamento de redes de distribuição, aumentam ainda mais a resiliência do sistema energético contra falhas, tornando o setor mais dinâmico e sustentável.
Os problemas se repetem ano após ano. Cabe às empresas do setor se prepararem para os futuros eventos, que são previsíveis, porém, cada vez mais agressivos, por meio de tecnologias que já estão disponíveis e trazem possibilidades de avanço para a gestão eficiente a partir dos dados. Com essa estratégia robusta, as empresas de energia podem não só lidar com as crises, mas também se antecipar a elas, garantindo um serviço mais eficiente, sustentável e resiliente para os consumidores.
*Flávio Souza é diretor da vertical de utilities na SONDA Brasil, líder regional em Transformação Digital.
Sobre SONDA
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