Marca empregadora: a cultura de inovação
Por Fernando De Vincenzo*
Costumo dizer que a construção de uma marca empregadora forte depende de uma cultura organizacional inovadora, que vai além das práticas convencionais de gestão de pessoas, ainda mais diante de um mercado competitivo e dinâmico ao qual vivemos atualmente. Isso nos norteia ao enxergar que empresas que adotam estratégias diferenciadas ao longo de toda a jornada profissional de seus colaboradores conseguem se destacar com excelência em diferentes aspectos.
Tal ponto é percebido, principalmente, no processo de desligamento, também conhecido como offboarding, que vem crescendo e tornando-se oportunidade estratégica para reforçar a imagem da companhia e criar uma experiência positiva, mesmo no fim do ciclo profissional, evitando conflitos e contribuindo para uma relação respeitosa e de portas abertas para o funcionário que está se saindo para outros caminhos.
Hoje, sem dúvidas, o offboarding é mais do que uma formalidade administrativa; é uma extensão da cultura organizacional e que tem um papel decisivo na construção de uma marca empregadora. Empresas inovadoras têm compreendido que tratar o colaborador com respeito e consideração no momento de saída é tão importante quanto na admissão. Esse processo inclui boas práticas como entrevistas de desligamento, feedbacks construtivos e suporte para recolocação no mercado de trabalho, demonstrando - por parte da companhia - maturidade organizacional e fortalecimento da reputação.
Ainda, a gestão estratégica dessa metodologia também impacta a percepção externa, onde ex-colaboradores satisfeitos tornam-se embaixadores espontâneos da marca, recomendando a organização a potenciais talentos, a futuros clientes ou até mesmo criando a possibilidade de retornar futuramente. Um estudo da Workplace Trends, 15% dos profissionais que deixam determinada empresa acabam retornando. Num mundo onde as opiniões circulam rapidamente nas redes sociais e em plataformas de empregabilidade, as experiências compartilhadas têm um poder significativo.
Outro fator crucial que reflete essa preocupação em toda a jornada profissional é a concepção de uma cultura de inovação sustentável. Organizações que investem em desenvolvimento contínuo, reconhecimento e planos de carreira motivam seus profissionais a entregar melhores resultados.
Para que isso ocorra de forma eficiente e personalizada, é fundamental que haja a implementação de políticas transparentes, comunicação objetiva e uma liderança orientada para pessoas. Inovação não significa apenas tecnologia, mas também pessoas e processo. A capacidade de ouvir, aprender e adaptar-se às necessidades dos colaboradores cria um ambiente fértil para novas ideias.
A gestão da jornada profissional como um todo, especialmente o momento do offboarding, deve ser encarada como parte integrante da estratégia de todo e qualquer negócio. Falar sobre crescimento sólido e de qualidade, com visão de futuro e preparado para as transformações do mercado é, certamente, falar desse conceito como guia principal.
Companhias que adotam essa abordagem são vistas como pioneiras e estão mais à frente em competitividade e relevância, ao mesmo tempo que reforça a valorização de sua equipe e progride como referência de uma marca empregadora de sucesso e admirada.
*Fernando De Vincenzo é general manager e sócio da Cornerstone Career Services, divisão especializada da Cornerstone Havik dedicada a transformar a maneira como profissionais e empresas lidam com suas jornadas de carreira
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