Conselho de Segurança discute avanço dos ataques cibernéticos
A proliferação de “ransomware”, uma praga cibernética usada para bloquear computadores, celulares, aparelhos domésticos e sistemas corporativos e exigir resgates em dinheiro para desbloqueá-los, entrou de vez no radar do Conselho de Segurança da ONU.
Em sua última reunião para discutir os ataques cibernéticos a partir dos ransomware, em novembro, a ONU e seus organismos pediram aos estados-membro que ampliem os investimentos em segurança cibernética, colaborem em investigações conjuntas, compartilhem informações de inteligência e criem leis mais severas para combater os criminosos.
Cadeia hospitalar torna-se alvos dos crimes
Em particular, há extraordinária preocupação com ataques contra unidades de saúde, cada vez mais frequentes e uma ameaça potencial à vida dos pacientes.
Em março de 2020, o Hospital Universitário de Brno, na República Tcheca, vítima de um ransomware e obrigado a desligar sua rede, promoveu uma transferência às pressas de pacientes, além de ter adiado procedimentos planejados. O ataque ocorreu na época em que o país adotou o estado de emergência em virtude da pandemia de Covid-19.
Em maio de 2021, o grupo criminoso Conti Ransomware comprometeu o sistema de saúde irlandês. Um e-mail contendo uma planilha como anexo, que quando aberta ativava o software malicioso, abriu caminho para o ataque, que se prolongou por toda a rede de saúde durante dois meses. Ao criptografar cerca de 80% dos dados e tornar a plataforma nacional de diagnóstico por imagem inacessível, os serviços de radioterapia para pacientes com câncer tiveram que ser pausados em cinco grandes centros. Em consequência disso, a maioria dos hospitais adiou consultas ambulatoriais e intervenções clínicas eletivas, com as equipes médicas recorrendo a processos baseados em papel para manter os serviços ativos, informa a publicação ONU News.
“Esses ataques não só ameaçam a segurança e a confidencialidade, mas também podem virar uma questão de vida ou morte”, afirma Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Questão de vida ou morte
Os ataques à infraestrutura digital das instalações de saúde se multiplicam no mundo. Uma enquete na cadeia biomédica, realizada em 2021, revelou que mais 30% dos entrevistados confirmaram pelo menos um ataque no ano anterior. Nesse grupo, 30% admitiram que pagaram resgates.
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