Apagão: um lembrete incômodo sobre a importância da continuidade de negócios
Crédito: Freepik
As recentes interrupções no fornecimento de energia elétrica em São Paulo, ainda que breves para a maioria, serviram como um alerta incômodo. Afinal, a energia elétrica é algo tão onipresente em nossas vidas que raramente consideramos sua ausência, e, no entanto, ela nos faltou.
Em 2023, foram mais de 284 mil interrupções no fornecimento de energia registradas nas áreas de concessão da Enel na Grande SP, segundo levantamento da Globonews com dados da Enel SP e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O último desabastecimento de energia elétrica em São Paulo, devido à última forte tempestade que derrubou várias árvores e estruturas pela cidade, afetou diretamente mais de 2 milhões de pessoas e, em alguns lugares, levou mais de uma semana para ser restabelecida.
Façamos um paralelo quanto aos sistemas de sua empresa, imagine o impacto disso em empresas que dependem integralmente de sistemas digitais para operar. De quantos negócios interrompidos, transações perdidas e, consequentemente, prejuízos financeiros estamos falando?
Este cenário, embora indesejável, reforça a crucial importância de se investir em estratégias robustas de contingência e disaster recovery. A falta de energia, apesar de parecer um evento improvável em grandes centros urbanos, é apenas um exemplo dentre inúmeras possibilidades de interrupção dos negócios.
Desastres naturais, ataques cibernéticos, falhas de hardware, erros humanos – todos esses fatores podem paralisar as operações de uma empresa e causar danos significativos.
A pergunta que todo gestor deve se fazer é: "Minha empresa está preparada para o imprevisto?"
É muito importante ter um plano de contingência eficiente definido, o chamado Disaster Recovery Plan (DRP). Ele deve contemplar a identificação de pontos críticos, análise detalhada de riscos, estratégias de mitigação, um roteiro detalhado para restaurar os sistemas e operações em caso de desastre, incluindo backups regulares, redundância de infraestrutura, e procedimentos de failover (quando um sistema ou componente de backup assume o controle automaticamente quando o sistema principal falha).
Investir em DRP não é um gasto, mas um seguro. É a garantia de que, mesmo diante de eventos imprevistos, a empresa poderá retomar suas atividades o mais rápido possível, minimizando perdas e mantendo a confiança de clientes e parceiros. Afinal, no mundo dos negócios, tempo é dinheiro, e a capacidade de se recuperar rapidamente de uma crise pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso.
A nuvem (cloud computing) desponta como uma ferramenta poderosa para habilitar e simplificar estratégias de disaster recovery. A flexibilidade e escalabilidade da nuvem permitem a criação de infraestruturas redundantes em diferentes zonas geográficas, garantindo a continuidade das operações mesmo em caso de falha em uma determinada região. O modelo de custo por consumo também se torna um aliado, permitindo que as empresas dimensionem seus recursos de acordo com a necessidade, sem investir em infraestrutura ociosa para cenários de contingência. Além disso, a nuvem oferece uma gama de serviços que facilitam a implementação de backups, replicação de dados e recuperação automatizada de sistemas.
Contudo, a simples adoção da nuvem não garante a resiliência. É fundamental contar com uma consultoria especializada que possa auxiliar em todas as etapas do processo, desde o mapeamento das necessidades e a análise de riscos, até a implementação e o gerenciamento da solução de disaster recovery na nuvem. Uma consultoria experiente pode ajudar a escolher as melhores ferramentas e serviços, otimizar custos e garantir que a estratégia adotada esteja alinhada com as melhores práticas de segurança e conformidade.
Não espere o próximo “apagão” para se preparar. Comece agora a construir uma estratégia de continuidade de negócios sólida e garanta a resiliência da sua empresa diante de qualquer desafio. A tranquilidade proporcionada por um plano bem estruturado vale muito mais do que o custo de sua implementação.
Por Bruno Viscaino Pinto, Diretor de Tecnologia e Arquitetura da Ninecon.
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