Com onda de aposentadoria e dificuldade de atrair novos talentos, indústrias de processo sofrem com escassez de profissionais
Estudo do BCG aponta quatro estratégias para que essas organizações se tornem mais atrativas e tenham ganhos de produtividade
O recente estudo do Boston Consulting Group (BCG), intitulado “Four Ways Process Industries Can Break Out of the Talent Trap”, analisou as indústrias de processo – que inclui setores como metais e mineração, química, materiais de construção, papel e celulose e agricultura – para entender o que pode ser feito para garantir que elas tenham um crescimento sustentável da força de trabalho nos próximos anos.
De acordo com o relatório, o segmento vem enfrentando uma escassez de talentos devido à aposentadoria de profissionais experientes e à competição com os segmentos de serviços e de tecnologia, mais atraentes para jovens profissionais. Por essa razão, em 2023, 77% dos empregadores reportaram dificuldades em contratar candidatos com as capacitações adequadas – mais que o dobro do que em 2013, conforme levantado pela Organização Internacional do Trabalho.
O BCG aponta que em mercados emergentes, incluindo Brasil e Índia, cerca de 65% da população atingiu a idade de trabalhar em 2022, mas as regiões ainda sofrem com as baixas taxas de participação da mão de obra e com a falta de habilidades especializadas.
“Para enfrentar esses desafios, as indústrias devem repensar a maneira de atrair e motivar talentos, além de alavancar tecnologias digitais, como a inteligência artificial (IA), para capturar ganhos de produtividade. O planejamento estratégico da força de trabalho, juntamente com o redesenho das organizações para aumentar a eficiência, vão ser cada vez mais críticos para empresas industriais”, afirma André Selva, diretor executivo e sócio do BCG.
O relatório do BCG destaca quatro áreas principais de foco para as indústrias que buscam superar esses obstáculos:
Implantação do planejamento estratégico da força de trabalho (SWP). As empresas precisam adotar uma abordagem proativa para atrair e desenvolver talentos. O SWP, que envolve a previsão de necessidades futuras da força de trabalho com base em objetivos organizacionais e tendências do mercado, permite que as organizações identifiquem lacunas de habilidades, explorem mercados de trabalho emergentes e otimizem seus métodos de recrutamento e treinamento.
Adoção da automação para melhorar a produtividade. Para aumentar a produtividade de seus funcionários, as indústrias devem combinar o redesenho de atividades por meio do zero-based design (ZBD) com tecnologias digitais como IA generativa (GenAI) e automação. O ZBD permite a reengenharia de estruturas organizacionais, simplificando processos e liberando funcionários para tarefas de maior valor. As tecnologias digitais, por sua vez, devem ser integradas a treinamento de força de trabalho e novos modelos operacionais para gerar ganhos significativos.
Repensar o papel do centro corporativo. Em um mundo cada vez mais conectado, indústrias de processo precisam a definir os princípios orientadores da organização, como sua visão e estratégia. Empresas com portfólios focados se beneficiarão de uma abordagem centralizada para gerar economias de escala e técnicas padronizadas. Por outro lado, organizações com múltiplas soluções podem deixar que unidades de negócios estratégicas assumam a liderança na geração de vendas, o que aumentará as receitas mais rapidamente.
Desenvolvimento de líderes generativos. Para atrair e reter talentos em um mercado competitivo, as indústrias precisam ir além de salários e benefícios, priorizando a sensação de realização no trabalho. A pesquisa Making Work Hyperscale, do BCG, confirma que funcionários que apreciam seu trabalho têm 49% menos chances de considerar mudar de emprego. Por isso, líderes generativos, que se concentram em inspirar e enriquecer a experiência humana, são essenciais para promover a satisfação no trabalho. Esse tipo de liderança resulta em um aumento no engajamento dos trabalhadores em cinco a sete pontos percentuais que, por sua vez, desencadeia aumento de até 17% na produtividade, redução de 25% na rotatividade e uma queda de 41% no absenteísmo.
“As empresas que adotarem uma abordagem proativa e holística para o planejamento da força de trabalho estarão mais bem posicionadas para superar a iminente escassez de talentos e prosperar na próxima década”, complementa Selva. “A capacidade de atrair, desenvolver e reter talentos será um diferenciador crítico no futuro da indústria”.
O estudo completo está disponível, em inglês, no site do BCG.
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