Era do cancelamento: como um executivo pode impactar a imagem da empresa?
Por Ricardo Haag
Todos nós somos reféns do que falamos, especialmente, em um cenário de extrema digitalização global. Hoje, um mero post em redes sociais pode gerar impactos imensos para nossas vidas pessoais e profissionais. No ambiente corporativo e, especialmente, analisando esse comportamento em talentos de alta hierarquia como os executivos, uma exposição negativa pode gerar impactos graves para o negócio – comportamento que precisa ser melhor compreendido e gerenciado para evitar riscos não só à empresa, como para sua carreira como um todo.
Construir uma boa imagem perante o mercado é um processo gradual que requer muitos esforços e estratégias que reforcem o posicionamento desejado. Uma reputação positiva é capaz de diferenciar a marca perante concorrentes, atrair investidores e stakeholders e, consequentemente, seu crescimento orgânico perante clientes. Do outro lado, comportamentos prejudiciais podem comprometer, seriamente, a perpetuidade do negócio em seu segmento.
Por mais que a própria empresa deva investir neste posicionamento através de estratégias complementares como, por exemplo, através do uso das redes sociais – as quais se tornaram amplamente exploradas pelo mercado global – os próprios times são capazes de se tornarem verdadeiros promoters de seus negócios. Ao mesmo tempo, podem, também, serem responsáveis por posicionamentos prejudiciais ao nome corporativo.
Em se tratando dos executivos, essa exposição pública se torna ainda mais delicada. Afinal, além de ocuparem, por si só, uma posição de extremo protagonismo social envolvendo parceiros, clientes e as próprias equipes, qualquer comportamento compartilhado nessas plataformas pode gerar impactos positivos e negativos não apenas da porta para fora, como também da porta para dentro, com seus gestores e times.
Sete em cada dez pessoas têm o hábito de pesquisar as marcas na internet, segundo o relatório Digital 2024: Brazil. Diante desta alta conectividade, qualquer comentário equivocado dos profissionais e, acima de tudo, dos executivos em seus perfis pode desencadear consequências preocupantes, capazes de quebrar o laço de confiança entre as partes e, consequentemente, a continuidade das operações a longo prazo.
Nesse sentido, dada a maturidade e responsabilidade do executivo em seu ambiente de negócios, é dever dele ponderar, seriamente, a forma pela qual irá se comportar publicamente. Até porque, não há mais como separar, em muitos casos, as vidas pessoais e profissionais, além de que, uma palavra má escrita pode gerar interpretações diversas que, nem sempre, irão refletir a real intenção de quem a publicou.
Se, até mesmo no processo de recrutamento, as redes sociais dos candidatos podem ser analisadas para determinar se seus perfis estão adequados aos ideais e valores da marca para prosseguirem na avaliação, a influência no caso dos executivos será ainda maior. Os microfones digitais estão amplamente abertos e, para evitar consequências graves para o próprio profissional e para a empresa como um todo, é preciso muito cuidado antes de se posicionar neste ambiente online.
A consciência é o grande capitão deste mar aberto, e sua experiência conseguirá auxiliar os tripulantes a navegarem com destreza, sendo guiados com assertividade. Adotando essa bússola, as redes sociais não precisam se tornar motivo de medo para ninguém, mas sim serem aproveitadas como excelentes canais de networking, promoção da marca, para estreitar relacionamentos, e muitas outras oportunidades.
Aqueles que souberem investir nessa influência de forma estratégica, certamente, terão ferramentas poderosas nas mãos, capazes de desenvolver uma aproximação mais humana entre esses agentes e, com isso, promover uma imagem bem melhor e de impacto para o mercado.
Ricardo Haag é sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.
Sobre a Wide
Com mais de 60 anos somados de recrutamento especializado, o propósito da Wide, empresa de recrutamento e seleção de alta gerência, é construir legados, seja o das empresas contratantes, o dos candidatos e o seu próprio.
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