A Desigualdade e o Seguro: Uma Unanimidade Burra
“Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar.” – Nelson Rodrigues
Se todos concordássemos com essa afirmação, e se essa concordância se tornasse unânime, estaríamos igualmente sujeitos ao adjetivo de “burros”. Hoje, vivemos em um cenário de direções divergentes. Em um mundo polarizado, onde esquerda e direita dominam o debate, o que se percebe é que a bússola aponta para outra direção: o norte, não para leste, oeste ou sul. Assim, a voz do povo pode não ser, de fato, a voz de Deus.
No setor de seguros, a unanimidade também desempenha um papel na manutenção da "unanimidade burra". Esta unanimidade refere-se aos variados interesses, que podem ser considerados bons ou maus, dependendo da perspectiva. No latim, a palavra "unaminate" deriva de acordo ou interesse em alcançar um consenso.
Quando há um acordo que compromete a individualidade e a qualidade opinativa, muitas vezes ignorando princípios de consciência, moralidade ou as novas normas de grupo, cria-se uma unanimidade burra. Essa unanimidade não é tola por causa da discordância que possa gerar, mas porque limita o acesso da consciência e inteligência, deixando a sabedoria de lado. O homem, a natureza, as empresas e os mercados foram feitos para evoluir, e a evolução não ocorre em um ambiente de unanimidade. Observando que toda evolução que houve ocorreu em ambiente disruptivo.
No nosso mercado, algumas pequenas seguradoras são as que frequentemente rompem paradigmas por sobrevivência. Empresas de proteção veicular, por exemplo, são notórias por quebrar convenções definidas e unânimes. Nossa própria abordagem – e me incluo nesse contexto – muitas vezes não oferece o inédito com a mesma assertividade que aqueles que não seguem a corrente da unanimidade.
A desigualdade surge justamente ao restringir aqueles que não fazem parte do consenso unânime. Esse sistema funciona, mas não para todos. A regra se quebra quando o cerco é tão rigoroso que não deixa espaço para alternativas. Geralmente, quando isso ocorre, a saída se dá por cima ou se enterra por baixo. Geralmente, o que se enterra é o crescimento e a solução.
A unanimidade desfaz o interesse em argumentar, falar e conversar, tudo em relação ao parlatório da divergência para convergência da mente unânime. E a unanimidade se quebra. Observe que no exemplo já citado, nosso mercado correu para acordar com quem não queríamos nele. Hoje, felizmente, se percebeu que antes de se tentar enterrar um mercado marginal como da “Proteção Patrimonial” poder-se-á olhar o céu do universo como um novo horizonte. Isso mesmo, no futuro do presente da nossa indústria.
A desigualdade posta pelo seguro é burra. A conclusão é fácil de se obter. E quem deveria crescer com a unanimidade está literalmente estagnado. Porque seu esforço visa o inevitável. Seu esforço compreende manter apenas. E manter é o zero da economia, das empresas e da vida!
Armando L. Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros
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