A IRNA comunicou que um helicóptero da Guarda embarcou no MSC Aries e foi desviado para as águas territoriais do Irã por violar as leis marítimas e por não responder aos apelos feitos pelas autoridades iranianas.

A MSC – Mediterranean Shipping Company, que opera o navio sequestrado, emitiu um comunicado aos seus clientes, incluindo empresas brasileiras com mercadorias a bordo, informando que estão em curso negociações com as autoridades iranianas para a rápida libertação dos 25 tripulantes e descarregamento das cargas em segurança. A MSC aluga o navio Aries da Gortal Shipping, uma afiliada da Zodiac Maritime, que tem como um dos proprietários o empresário israelense Eyal Ofer. 

Em resposta aos relatos de apreensão, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, acusou o Irã de pirataria. A Câmara Internacional de Navegação classificou a apreensão como uma violação do direito internacional e um atentado à liberdade de navegação. Entretanto, o sequestro no MSC Aries não se trata de um ataque pirata, mas sim de um ato terrorista em retaliação durante um conflito entre países asiáticos

O sequestro de navios com o intuito de obter resgate, bem como o sequestro em si, representam ameaças significativas e reais para os navios dos armadores e para aqueles que servem a bordo, em todo o mundo. Gerenciar de forma adequada um sequestro ou um sequestro para obter resgate é fundamental para a proteção da vida e do bem-estar da tripulação e dos ativos de uma organização.

O mercado internacional de seguros oferece o K&R (Kidnap and Ransom Insurance), um seguro contra sequestro e resgate projetado para proteger indivíduos e empresas que operam em áreas de alto risco em todo o mundo. Este seguro protege os armadores contra perdas financeiras que podem surgir quando a tripulação e/ou embarcação é apreendida ou detida para resgate. Também protege o armador contra vários custos que podem não ser cobertos por outros seguros quando um navio é sequestrado e/ou a tripulação é sequestrada.

De acordo com as condições do seguro de transporte internacional, o ato terrorista, independentemente de seu propósito, está excluído do seguro. Os custos de resgate e imobilizações forçadas resultantes de sequestro podem ser cobertos pelo seguro de transporte, somente se forem considerados como despesas de avaria grossa.

Contudo, a cobertura adicional para os riscos de guerra concedida no seguro de transporte internacional garante o pagamento de indenizações por perdas e danos às mercadorias seguradas decorrentes de guerra, no entanto, não cobre prejuízos resultantes de atrasos, armazenagem, lucros cessantes e demurrage. Ocorre que, devido às tensões no Oriente Médio, as seguradoras não têm aceitado a cobertura de guerra para o transporte na região.

Aparecido Rocha – insurance reviewer