Quais as opções de atuação profissional para os especialistas em ESG?
Coordenadora do Senac EAD detalha informações da especialização, mercado de trabalho e performance do setor empresarial em sustentabilidade
O termo ESG foi um dos mais comentados no ano de 2023, por estar diretamente ligado à imagem de diferentes setores da economia mundial. A sigla inglesa Environmental, Social and Governance pode ser traduzida literalmente para o português, como: meio ambiente, social e governança.
Mas, o importante é compreender o significado de ESG, já que se trata de um método multidisciplinar empregado para analisar se as organizações desenvolvem práticas socialmente conscientes, sustentáveis e com gestão eficiente.
Outra informação que deve ser evidenciada é que o fenômeno não é recente, já que foi criado em 2004. No entanto, só foi se popularizar a partir de 2020, com a pressão de iniciativas como a Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU) e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A adesão das empresas aos conceitos de ESG tem aumentado ao redor do mundo, e um relatório recente divulgado pela consultoria KPMG confirma essa afirmação. No levantamento mais recente da empresa, 96% das 250 maiores empresas (marcas) do mundo, declararam ter adotado ações e projetos de sustentabilidade no cotidiano de trabalho.
Silvia Fazzolari Corrêa é coordenadora de pós-graduação na área de meio ambiente e do curso ESG - Governança Ambiental, Social e Corporativa, do Senac EAD. A doutora em Ciências Biológicas avalia que as estratégias com foco no meio ambiente, governança e ações sociais está atraindo cada vez mais, os empresários brasileiros.
“É importante esclarecer que a adoção dos conceitos ESG pode ser aplicada em negócios de qualquer tamanho ou atividade econômica. O que realmente fará a diferença são: atitudes inovadoras na utilização consciente dos recursos naturais, preservação do meio ambiente, respeito a todos os interessados no negócio e transparência nas negociações comerciais”, argumenta.
Setor industrial se destaca na adoção de ESG
A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) produziu um Mapa Estratégico da Indústria (2023-2032) no qual identificou que seis dos oitos fatores-chaves de competitividade do setor estão diretamente relacionados com os seguintes aspectos: ambientais, sociais e de governança.
Comparando a atual informação com a anterior, apresentada em 2022, verifica-se que o setor está comprometido em implementar os critérios de sustentabilidade na estratégia corporativa. Naquele período, foi informado que a preocupação das lideranças, sobre o impacto das questões referentes a ações socioambientais, teve crescimento de 29% para 41%.
Uma informação relevante apresentada pela coordenadora de pós-graduação do Senac EAD é de que uma das mudanças mais observadas nas empresas, em relação aos conceitos de ESG, são as Ambientais.
“A pressão dos diversos stakeholders e de vários níveis da cadeia produtiva está aumentando, sobretudo, na atualidade, onde é possível comprovar a modificações ambientais resultantes das ações humanas. Desta forma, as empresas estão tomando atitudes, não apenas para cumprir as leis, mas de modo a inovar em quesitos como, conservação de áreas nativas e recuperação de solos degradados”, detalha Silvia.
Em contrapartida, no item Governança, o Brasil obteve uma avaliação negativa em termos mundiais. Os casos de comprovações de crimes de corrupção minaram a confiança externa sobre os negócios nacionais, e o resultado pode ser comprovado no Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional de 2023.
“Perdemos 10 posições, ocupando a 104ª posição entre 180 países pontuados com nota média de 36 pontos. Esse número está abaixo da média global e da média regional das Américas que é de 43 pontos”, explica a professora.
Quais os principais impactos do ESG no mundo do trabalho?
Inicialmente, os profissionais da área de engenharia e gestão em meio ambiente são os que precisam, urgentemente, de atualizações sobre ESG, principalmente os que ocupam cargos de liderança ou assumem papeis determinantes nas tomadas de decisões das organizações, explica Silvia.
“Vale acrescentar que a especialização em ESG é essencial para carreiras nas quais os profissionais atuam em: cargos ligados ao meio ambiente, administração de empresas, gestão pública e finanças, por exemplo. Por meio dos conhecimentos adquiridos, eles podem propor caminhos diferentes na condução das questões ambientais e sociais”, acrescenta.
Sobre a questão de governança das organizações, os profissionais com domínio dos conhecimentos de ESG podem alertar os gestores, sobre os riscos de adotarem práticas de “greenwashing” (lavagem verde). Em termos gerais, trata-se de estratégias empregadas para supervalorizar ou até enganar o público externo, sobre adoção de ações sustentáveis. Trata-se de uma prática enganosa e que, quando comprovada, resulta em prejuízos legais e no comprometimento da reputação da organização.
Mudanças que reforçam a credibilidade das empresas
Como dito anteriormente, a sociedade mundial acompanha atentamente as empresas que divulgam ações sustentáveis e a reformulação de negócios, focados nas questões sociais e de governança. Contudo, vale destacar que nesse grande cenário de observadores estão presentes os investidores, um dos grupos com maior força para pressionar o mercado.
“O setor de investimentos financeiros defende que empresas com práticas ESG tendem a ter menor índice de prejuízos relacionados a má gestão ou ocorrências de acidentes que resultam em altas multas e indenizações. Outra análise que determina a seriedade do negócio é a não ocorrência de interrupção das operações por causas legais, ou falta de algum componente essencial, como a água”, reforça a coordenadora do Senac EAD.
Portanto, a pressão pela reformulação sustentável dos negócios e a avaliação detalhada do atendimento dos conceitos ESG, são ações muito positivas pontuadas pelos investidores. A metodologia utilizada na análise por esse setor monetiza aspectos relacionados à natureza e às pessoas, que antes não eram considerados com tantos detalhes.
Por fim, mas não menos importante, a tecnologia é uma ferramenta que chegou para consolidar o planejamento, execução e monitoramento das práticas de sustentabilidade. Os dispositivos digitais, cada vez mais eficazes, conseguem extrair dados importantes em todas as etapas de uma cadeia produtiva, colaborando para diminuição dos impactos ambientais e manutenção ou aumento da produtividade.
“São muitas as opções apresentadas pelas atuais tecnologias, e um dos debates mais atuais, está em como transformar linhas de produção em ciclos mais encadeados, de modo a diminuir a formação de resíduos e aumentar o aproveitamento dos recursos”, conclui.
Como foi possível observar, a pós-graduação em ESG - Governança Ambiental, Social e Corporativa atende às principais demandas do setor empresarial, oferecendo os conhecimentos mais procurados por quem deseja se aperfeiçoar profissionalmente.
Ainda na área de meio ambiente, os profissionais do setor têm mais duas opções de especialização: Avaliação de Impactos Ambientais e Processos de Licenciamento Ambiental e Sistemas de Gestão Integrados da Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde no Trabalho e Responsabilidade Social (SGI).
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Sobre o Senac EAD
Com mais de 77 anos de atuação em educação profissional, o Senac foi pioneiro no ensino a distância no Brasil. A primeira experiência nessa modalidade se deu em 1947 com a Universidade do Ar, em parceria com o Sesc, que ministrava cursos por meio do rádio.
A partir de 2013, com o lançamento do portal Senac EAD, a instituição ampliou a sua atuação em todo o país. Hoje, oferece um amplo portfólio de cursos livres, técnicos, de graduação, pós-graduação e extensão a distância, atendendo todo o Brasil e apoiados por mais de 380 polos presenciais para avaliações. Acesse aqui a programação completa de cursos do Senac EAD.
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