Tive que formalizar minha empresa para poder trabalhar, pois não estava tendo oportunidades no mercado profissional desde que perdi a audição

Diversos fatores colaboram para que exista um deficit profissional de PCDs no mercado profissional, com carteira registrada e com direitos. Anafalbetismo e inacessibilidade a ensinos superiores são alguns dos motivos que afastam PCDs do mercado de trabalho formal, além do capacitismo gerado por muitas empresas.

Em cada 10 brasileiros PCDs, 7 estão fora do mercado de trabalho e mesmo assim, os que estão atuando no mercado não têm todos os direitos garantidos, muitos deles trabalhando como autônomos, segundo uma pesquisa realizada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) - Pessoas com deficiência.

PhaVick Santos, Ceo da Lics Produções, após perder a audição do ouvido esquerdo, passou a ter dificuldades de conseguir trabalhos formais, precisando formalizar a sua empresa, para poder conseguir trabalhar, pois muitas empresas não aceitam PCDs nos seus quadros de funcionários, principalmente em cargos que sejam de atendimento direto ao público: "Tive que formalizar minha empresa para poder trabalhar, pois não estava tendo oportunidades no mercado profissional desde que perdi a audição."

O uso da fita de identificação dos girassóis amarelos , instituído por lei para identificar PCDS com deficiências não visíveis. Ainda é um símbolo pouco conhecido pela população brasileira, chegando a ser confundido com um simples adereço.

Victor Teixeira, 38 anos, morador do bairro Portão, relata que muitas vezes não consegue atendimento prioritário, mesmo usando a fita do girassol amarelo no pescoço. Em uma unidade dos Correios próxima de casa, Déborah precisa retirar o cordão do pescoço e segurar com a mão no alto para que possa ter atendimento prioritário, devido ao fato de ainda não conhecerem o real significado, tendo sempre que ficar explicando o uso da fita.