Numa certa manhã cinzenta de 2024, o telefone celular do corretor ressoou como um eco das vicissitudes cotidianas. Era Ana, uma cliente ansiosa por orientação diante de um sinistro. Pedro, com sua paciência não erodida pela repetição das tarefas, conduziu a conversa como quem desliza penosamente nas conflagrações da atividade securitária. Entre a burocracia e a empatia, tecia uma trama emaranhada que, por vezes, se confundia com a própria essência humana.

As noites também eram permeadas por emergências súbitas na corretora, chamados que ecoavam como clamores na penumbra. Pedro, a luz do escritório iluminando seu rosto cansado ou na própria cama que lhe serviria de descanso, emergia como um guardião destemido, enfrentando a maré de infortúnios do cliente com a seriedade de quem, embora carregue o peso do mundo nas costas, aprendeu a servir na adversidade. Cada cliente atendido era um elo fortalecido na corrente que conecta as vidas dos segurados a própria carteira, ainda que obscurecido pelo medo do momento.

Na frieza dos números e na desumanização dos contratos, Pedro encontrava a sua própria epopeia. Através das vírgulas e dos termos técnicos, desenhava uma narrativa de esperança e proteção na contratação do seguro. Seu ofício, embora aparentemente árido, era a encenação de um épico moderno, onde o corretor de seguros se tornava um herói silencioso, desbravando os labirintos da incerteza em busca de um final feliz para seus clientes. Assim, entre atendimentos e papeladas, Pedro continuava a escrever seu conto, onde a vida se enredou nas complexas tramas de risco, incerteza e atendimento.

Essa epopeia, esse conto fictício, de personagens, ilustra o ano novo do corretor, um sacerdote, um humanista, um solucionador, um anjo da guarda, um perito no assunto, um profissional abençoado por Deus. Que venha o Ano Novo e seus desafios nas vidas dos homens e mulheres corretores de seguros. Feliz Ano Novo!

Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros