Mortalidade de startups cresce em 2023: como reverter esse cenário?
Por Alexandre Pierro
Vender uma grande ideia de forma atrativa. Esse foi, por muitos anos, o principal objetivo e estratégia das startups, buscando atrair investidores e parceiros que acreditassem neste mesmo potencial e que as rentabilizassem para alavancar o crescimento do negócio. Hoje, contudo, aquelas que tentam insistir nessa mentalidade, percebem que o jogo virou. Ter um grande sonho não basta para tirá-lo do papel neste novo cenário econômico desafiador, e depende de uma nova mentalidade inovadora pautada em uma gestão robusta para garantir que esses empreendimentos prosperem e não acabem fechando rapidamente pela falta de aportes financeiros que os sustentem.
Grande parte do cenário preocupante que presenciamos atualmente se deve pelo fato de o Brasil apresentar seus dois lados da moeda quando falamos sobre seu espaço propício para empreender. Afinal, apesar de, nos últimos dez anos, mais de sete mil startups terem sido abertas no país, segundo dados do relatório Inovação em Movimento, realizado pela Cortex, muitas não resistiram e acabaram fechando suas portas.
Este ano foi brutal para estes negócios. Informações divulgadas pela empresa de gestão Carta identificaram que, apenas até o terceiro trimestre de 2023, mais startups encerraram suas atividades do que o total registrado em 2022 inteiro – em uma queda de mais de 60%. No geral, 90% delas morrem em menos de três anos de atividade, principalmente devido à insistência em uma filosofia que, nitidamente, não faz mais sentido para elas.
Além da enorme mudança no cenário macroeconômico global e o aumento significativo das taxas de juros que, por si só, já fazem com que os investidores pensem duas vezes antes de apostar seu dinheiro em uma startup, as guerras a Ucrânia e em Israel e, claro, os efeitos devastadores da pandemia no mercado mundial mexeram drasticamente com a questão de logística e de bens de consumo. Agora, muitos preferem, como exemplo, investir nos famosos tesouros americanos, justificados como opções mais seguras economicamente, trazendo maiores resultados sob um risco reduzido.
Não há mais espaço para essas startups unicórnios, já que se tornou um verdadeiro desafio conseguirem o aporte necessário para crescerem a nível exponencial até atingirem o valor de mercado de US$ 1 bilhão. A mentalidade precisa mudar, dependendo minimamente destes investimentos externos, arriscando menos, e compreendendo que precisam adotar estratégias de gestão semelhantes à de qualquer microempresa – por meio de processos e metodologias bem estabelecidos que fortaleçam seu ambiente favoravelmente à conquista de resultados cada vez melhores.
Essa é a premissa das startups camelo: mais resistentes, adaptáveis e flexíveis frente aos cenários externos perante a sobrevivência de suas operações. Em seus modelos de negócios, ao invés de focar nestes recursos financeiros de terceiros, elas entendem que precisam estar preparadas para se adequar às mudanças mercadológicas que podem surgir, compreendendo para atingir isso a importância de uma gestão e robusta em seus processos.
E, ao contrário do que muitos ainda acreditam, não é preciso esperar atingir um patamar e renome elevados no segmento para iniciar essa estratégia. A própria ISO de Inovação, metodologia reconhecida internacionalmente, defende que uma boa governança inovadora pode – e deve – ser implementada por qualquer negócio, independentemente de seu porte ou segmento. Ela irá oferecer as melhores diretrizes a serem seguidas pelo empreendimento conforme suas metas e condições, prezando pela flexibilidade e adaptabilidade para possíveis ajustes necessários conforme o desenrolar do projeto.
Existem diversos modelos de governança que podem ser adotados pelas startups, desde as voltadas à padronização dos processos, até aquelas destinadas mais a questões ambientais, para saúde dos colaboradores, compliance, dentre tantos outros. O importante é que busquem o apoio de uma consultoria especializada no tema para que identifiquem a melhor opção conforme sua realidade e objetivos e estruturem o melhor formato possível, de forma que consigam trazer essas inovações em seus processos e entreguem produtos e serviços de alta qualidade aos seus clientes.
Muitas startups trouxeram inovações extremamente importantes para o mercado, assim como as fintechs que, como exemplo, geraram uma tremenda revolução no setor financeiro. Porém, dificilmente conseguirão manter a prosperidade com o antigo mindset corporativo pautado nos aportes externos. Hoje, muito mais do que ter uma ideia brilhante, é preciso saber como tirá-la do papel com efetividade, investindo em uma governança de inovação robusta que crie o ambiente ideal para este processo.
Dessa forma, quanto mais compreenderem seu ecossistema e adotarem medidas favoráveis às suas operações, maior será a chance de atraírem, naturalmente e com maior segurança, investidores dispostos a se juntarem a este sonho.
Alexandre Pierro é mestrando em gestão e engenharia da inovação, bacharel em engenharia mecânica, física nuclear e sócio fundador da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.
Saiba mais sobre a ISO de inovação:
A ISO de inovação é uma metodologia internacional de governança para a inovação que vem sendo adotada por empresas de todos os portes e segmentos ao redor de todo o mundo. Estima-se que mais de 400 companhias já adotaram o modelo, sendo mais de 10 apenas no Brasil. Há casos de indústrias, serviços e até empresas públicas. Baixe o e-book e leve essa ferramenta de gestão para sua empresa também.
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