Relação comercial entre Argentina e Brasil e suas consequências com o novo governo
A vitória do ultraliberal Javier Milei como presidente da Argentina, conquistada nas eleições realizadas em 19 de novembro de 2023, pode afetar as relações institucionais e econômicas entre a Argentina e o Brasil, considerando as declarações de Milei durante a campanha, quando sinalizou um possível afastamento do Brasil. Isso pode acontecer de diferentes maneiras, dependendo das políticas adotadas pelo presidente e da postura que ele adotar em relação ao país.
A balança comercial entre o Brasil e a Argentina é influenciada por fatores econômicos e políticos, tais como flutuações cambiais, barreiras comerciais, acordos bilaterais e conjunturas internacionais. O comércio entre os dois países é caracterizado pelo intercâmbio de bens e serviços. Ao longo dos anos, tanto o Brasil quanto a Argentina têm sido importantes parceiros comerciais, sendo a Argentina o terceiro maior mercado para o Brasil, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
Caso o presidente Milei adote políticas econômicas mais liberais e favoráveis ao livre comércio, isso poderia fortalecer a relação com o Brasil, uma vez que ambos os países possuem economias importantes na região e poderiam se beneficiar de uma maior integração econômica. Por outro lado, se o presidente Milei adotar políticas econômicas mais protecionistas, isso poderia prejudicar a relação com o Brasil, que é um dos principais parceiros comerciais da Argentina. Medidas como o aumento de tarifas ou restrições ao comércio poderiam criar tensões e impactar negativamente as relações bilaterais.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), no último balanço anual fechado, de 2022, o Brasil registrou um saldo positivo de US$ 2,2 bilhões no comércio com a Argentina. A Argentina apareceu como o terceiro maior importador de produtos do Brasil, com US$ 13,09 bilhões na balança comercial, e o terceiro maior exportador de produtos brasileiros, com US$ 15,34 bilhões.
Na balança parcial de 2023, entre janeiro e outubro, a Argentina aparece como o terceiro maior exportador (US$ 14,90 bilhões), mas perde posição para a Alemanha nas importações e fica em quarto lugar (US$ 10,15 bilhões). Neste ano, as principais exportações para a Argentina foram soja, partes e acessórios de veículos automotivos, veículos automóveis de passageiros, energia elétrica e minério de ferro e seus concentrados. As principais importações foram veículos automóveis para transporte de mercadorias e usos especiais, veículos automóveis de passageiros, óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos crus, trigo e centeio não moídos, e motores de pistão e suas partes.
Na hipótese do presidente Javier Milei optar por procurar outros parceiros comerciais mais alinhados ideologicamente com ele e seu governo, e decida distanciar-se um pouco do Brasil, diminuindo assim os negócios entre os países, o mercado argentino ainda continuará sendo relevante para o Brasil. Por parte do governo brasileiro, poderá ser considerada uma opção ajudar a Argentina a superar a crise em que se encontra, o que representa uma oportunidade que os argentinos certamente não devem dispensar.
Essas são apenas algumas possíveis consequências, e a relação entre os dois países dependerá de uma série de fatores, incluindo as políticas adotadas por ambos os governos e a vontade política de promover uma cooperação mais estreita.
Aparecido Rocha – insurance reviewer
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