Novo seguro obrigatório : Quando percebo a carência de prestígio de nossas entidades
Explicitamente e com todo o meu respeito, quero expressar uma opinião. Inicialmente, elogiando todas as nossas entidades do mercado segurador. Em seguida, de maneira digna, enfatizando que, se realmente não houver o prestígio que havia anteriormente, acredito que essa responsabilidade negativa não recai sobre elas. Sou testemunha da grandiosidade e do exercício prático dessa qualidade em defesa da nossa indústria. Contudo, ao longo dos meus 61 anos de existência, observei a fluidez do prestígio e a conquista de amplos feitos, ou conquistas superiores, se preferir das seguradoras e corretores.
Não se trata de certo ou errado, mas de visões polarizadas do nosso mundo corporativo. Não é o mesmo que o bem contra o mal, nem outro ponto de vista que inibe a percepção do centro, a menor distância entre dois pontos é uma linha reta, apesar de a ciência já criticar essa ideia.
Mas quero realizar uma análise histórica do meu ponto de vista. Essa percepção está fortemente relacionada ao antes e ao depois dos dois últimos governos. O primeiro, de direita, e o segundo, de esquerda. Ambos com suas nuances, mas o de direita prejudicou mais a percepção dos métodos de fixação do poder até então utilizados em nossa carreira securitária do que o atual.
O que está acontecendo é a redescoberta da política pela estrutura esquemática do mercado segurador. Esse grande jogo, hoje jogado em silêncio, o que deveria ter sido feito sempre e sem rancor no coração, ficou mais sério em relação ao que foi deixado pelo governo administrado por Paulo Guedes. E minhas fontes indicam que há avanços significativos no retorno de uma posição hegemônica na indústria do seguro nacional. Mas não! Engano, pode acreditar em mim, apesar da volta de algumas nuances que eu sei que estão acontecendo hoje e acontecerão no porvir.
Algo mudou, porque a política é colaborativa. Nossa concepção não se move para o topo, pois o mecanismo é diferente. E o que tem contribuído para esse esforço são três fatores básicos, que se desmembraram: 1) a nossa terceirização da política, 2) o interesse manifestado por outros players de mercado e 3) o maior interesse dos governos nessa fatia que contempla um grande percentual do PIB. Como exemplo, cito a Proteção Veicular, que persiste em evidência, até que consiga o que deseja fixar em Lei. Concentrando no Senado e na Câmara seus maiores interesses.
Vamos à visão histórica:
Assim que assumiu o órgão público, a gestora anterior expressou seu ponto de vista e afastou, desde a cerimônia de posse, os maiores jogadores da época. A porta fechou. Foram mais ou menos três anos de posicionamentos que contrariavam a visão do nosso mercado. Nossa profissão quase terminou em sua legalidade e formalidade na Lei. Na época, entendi que estávamos lutando de forma errada e formalmente avisei que aceitaria tudo o que viesse depois da luta pela integridade de nossa profissão e a quem avisei sabe que eu não deixei isso claro. No entanto, se as outras coisas viessem primeiro, então eu tomaria minha própria ação, e assim fiz. Um exemplo está neste vídeo publicado quando da notícia de que nossa profissão iria acabar. Veja aqui o vídeo caseiro que fiz, logo após essa decisão de acabar com nossa profissão, tentando educadamente persuadir e apresentar um contraponto:
E não poderia deixar de falar sobre os avisos do futuro deixados pela atuação do gestor Luciano Portal Santana. Ali havia uma evidência de que o futuro poderia apresentar surpresas.
Após isso, dia a dia o mercado segurador se adaptou às coisas boas do governo de Paulo Guedes e sofreu com as restantes. Especialmente, nossa vida profissional foi fragilizada com a possibilidade de acabar. Infelizmente, a falta de silêncio e rubor fizeram nossas palavras ecoar de maneira negativa, e foi vista como desespero, o que acho que realmente aconteceu.
Hoje, no governo do ministro Fernando Haddad, percebe-se prioridade para o mercado de seguros. O superintendente Alessandro Octaviani é doutor em nossa área e compreende totalmente o desejo de crescimento do governo Lula. Então, com a objetividade de sua gestão, com a medida comedida da palavra, resultando em avanços que não podem ser contestados, sabendo dialogar e sendo firme em suas convicções.
Observando todos os avanços que nossa área faz sobre importantes temas de relevância comercial e profissional, situamos nossa aptidão de crença para o desprestígio momentâneo, em relação à temática que nos absorveu por completo. E a fragilidade é que no silêncio, diante de uma promessa possível, removemos outras questões tão importantes quanto aquilo que sonhamos para o nosso futuro.
E, por exemplo, é assim que eu enxergo sobre o Tema "Novo Seguro Obrigatório". Infelizmente, embora o caminho esteja correto, e eu veja uma grande oportunidade que deve ser tirada do papel, nosso prestígio não conseguiu movimentar para o lado que viabiliza necessariamente para o lado da necessidade da população. Este seguro, que mudou apenas a letra "S", em suma, diz o mesmo da mesma coisa ruim que existia no passado.
Onde está nosso antigo prestígio? Onde estão nossas forças? Como conseguir avançar sobre uma temática tão importante?
Talvez se pense que eu não dê apoio. Engano. Sou sindicalizado. Outro detalhe: nunca escrevi que os corretores não devem pagar o imposto sindical, por exemplo. Minha visão crítica é de crescimento orgânico. E olha que eu saberia fazer campanha, como já viram eu fiz em outros momentos. Também não quero que acredite que estou dando apoio agora, pois isso não é o ponto aqui e nada disso me interessa mais. O que estou buscando é justamente o prestígio do mercado em assuntos que eu particularmente saiba que interessa a esta indústria e especialmente ao consumidor de seguros.
E nada tão significativo como o novo Seguro Obrigatório é mais importante que outras coisas que hoje há. A grande questão é que o governo trabalha contra o tempo. Nossa grande sorte é que o texto pode não cumprir seu prazo na Câmara, mas ainda duvido que isso não aconteça este ano. Os aspectos constitucionais deste novo seguro obrigatório não devem ser negociados, porém, e também a Liberdade empresarial que todas as seguradoras deveriam querer está sofrendo um grande risco. Seguros são para seguradoras! Seguros devem ser comercializados por corretores. O consumidor de seguros deve ter a liberdade para adquirir os seguros, mesmo o obrigatório. Devemos incluir outros danos como ocorre em outros países, e nisso podem contar comigo para ações efusivas.
Finalmente, o que eu desejo neste momento é apenas um sopro de alguma ação que diga que ainda vale a pena acreditar na Livre Iniciativa para todos, que não tem pai em um governo, mas em uma Lei que foi aprovada pelo Congresso Brasileiro.
Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros
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