O contexto da blockchain nos seguros e o corretor de apólices
"A blockchain é, basicamente, uma tecnologia de registro de transações, como um livro-razão, só que compartilhado e imutável. Trata-se de uma corrente de blocos e cada bloco contém informações digitais.
A tecnologia surgiu em 2008, em um artigo de Satoshi Nakamoto — cuja identidade até hoje é desconhecida, entre as especulações, é de que se trata de um pseudônimo para um indivíduo ou um grupo de desenvolvedores". Ref 1
O mundo mudou. Corretores e seguradores estão tentando entender essa mudança. Obviamente, as companhias estão zilhões de anos luz à frente.
No universo do segurador brasileiro há muita perspectiva competitiva para tirar-lhe o sono. E sua saída mais premente é exatamente a burocracia e a Legislação do país, que o favorece radicalmente no compêndio competitivo, por isso o lucro astronômico enxerto no ano 2023, mas com menos produção de objetos, naturalmente.
Já no quesito corretagem de seguros, há um infortúnio. De todos os corretores, a maior parte deles é de pequenos vendedores e sem poder de barganha, e sem qualquer ciclo de mandatários nas relações comerciais. Entenda, o corretor de seguros não define a comercialização. Por lógica, ele não influi mais que a intermediação do negócio. Então, ele é a ponta solta ou a ponta fraca na relação entre consumidores de seguros e seguradores.
Nisto, temos que os pequenos corretores devem se abster de ficarem sozinhos na intermediação dos negócios, o que os levam a se associar com médias e grandes corretores, a fim de adquirirem volume de produção em um único par relacional e na observância da própria sobrevivência.
Porém, ledo engano achar que eu faço elogios gratuitos- e nem mesmo é uma expressão de um dilema fortuito ou a continuidade das posições de intermediadores sob o céu azul da antiguidade, mas diz respeito a utilizarmos as mesmas ferramentas utilizadas por seguradores: a burocracia e a legislação. Sem elas, não há que se achar que haverá a necessidade da continuidade desta profissão, porque estamos enfraquecidos pela inércia passada e precisamos dessa proteção por mais algum tempo.
Para que a inutilidade da atividade intermediadora não se concretize imediatamente e ameace toda a cadeia produtiva desses mesmos intermediadores, no canal corretor, há a necessidade de Lobby. Esse modo reflexivo de fincar posição frente uma concorrência destruidora, se define com a Legislação e a defesa intransigente da atividade corretagem.
E, para isso, precisamos de algumas coisas que pretendo enumerar em importância:
1) Uma profissão muito forte. Apesar dos números da corretagem serem horríveis, que os seguradores os digam, ainda temos o poder de barganha, justamente por causa da burocracia legal. Porém, nada disso se conseguiu sem um sindicalismo forte. Então, não se desvinculando de uma grandeza, ter uma profissão forte diz respeito a ter uma representação forte. Portanto, sindicalismo forte ou um interesse objetivo e profissional em tê-los musculosamente fortes.
2) Legislação. Obviamente, as leis favorecem os corretores de seguros, mas são alguns emaranhados tão decadentes, que a luta pela não modernização desses conceitos é esdrúxula e retroativa, do que vem de mal. Assim, e neste meu texto não brinco com as palavras e nem uso qualquer humor, afirmando que o relógio conta ao nosso desfavor. Por isso, para continuar favorecendo os profissionais em lobby, há a necessidade de fincar as raízes no próprio legislativo. E isso diz respeito aos deputados e senadores, que poderiam representar os corretores de seguros, consumidores de seguros e seguradores, na ponta e na confecção das Leis.
Atualmente, não temos muito dessas duas coisas. O que temos são Leis e Normas que favorecem o corretor, e algum tempo para conseguir se manter. Infelizmente, data venia maxima, por causa dos próprios representados, dos quais eu me incluo, não possuímos uma representação com poder máximo de um lobista, por causa da baixa adesão social e por falta de recursos financeiros legais, como no caso do imposto sindical ; mas não porque ela (a liderança) - ou a estrutura - não saiba disso, mas por evidência de cancelamentos e, perdoe-me, talvez por erradas atitudes em caminhos passados (?!). Vale refletir sobre isto!
Hoje, infelizmente e com muito choro, não termos alguns pés direitos no ambiente legislativo, apenas terceirizamos o pedido e damos procuração para intermediar a nossa grandeza profissional.
Não se trata da luta entre o bem e o mal, nada disso! Estou falando de interesses aqui. Aliás, estou escrevendo sobre caminhos, sobre lutas, sobre união e sobre ação, por causa da fé no que queremos e no que enfrentamos de ameaças. Explico: Dois times estão disputando a final da copa do mundo. Lá estão Brasil e Argentina. As duas torcidas oram para que seu time ganhe e fazem promessas aos oráculos. De joelhos, alguns torcedores brasileiros dizem que o divino é brasileiro. A azul celeste diz que o papa representa o divino. Então, na realidade é somente um jogo!
Em toda a minha existência como corretor, jamais lutei contra a política de representatividade. E isso jamais farei, por entender que se quero preservar o meu sacerdócio como corretor de seguros, isso inclui a força por trás desta minha profissão.
De certa forma, o que está saindo deste meu escrito é uma inauguração para a realidade e o futuro da corretagem. Aliás, tocando no assunto do título que foi desenhado para dar importância às nossas ações, a nossa atividade se compara à atividade cartorial, onde ainda há a necessidade de se comparecer de forma física ou digital em certos lugares. Portanto, AINDA, necessária!
Agora, e finalizando, vou descrever o futuro da corretagem com um texto copiado, que fala por si: "[...] a inexistência de intermediário na proposta [qualquer que seja] do blockchain visa promover agilidade nas operações, conectando diretamente cliente e empresa (vendedor e comprador), além de minimizar falhas humanas e conflitos de interesses ao nortear a rede de consenso com um protocolo de governança". (acresci grifos)
Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros
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