Autovistoria, quem deve fazer, o segurado, o corretor de seguros ou a NASA?
Vamos analisar alguns pontos. Porém, com a atenção do leitor, quero informar que este texto não mede a atuação individual de cada corretor na questão, mas a lógica na possibilidade do corretor atuar na vistoria chamada erroneamente de “autovistoria”, que pode ser zero por cento na carteira do corretor, até 100% de todos os casos.
Pergunto:
Qual é a definição de existência de um corretor de seguros? Pare e pense, como diria o grande Gustavo Dória, do CQCS, a quem copio aqui e agradeço pela frase.
Não restando apenas nesta dúvida, vamos a mais perguntas:
Já que você poderá definir o conceito profissional, por que razão um corretor de seguros deve continuar existindo, a despeito da IA atingir o nosso mercado e a possibilidade de também sucumbir a nossa profissão?
E qual o resultado que ele (corretor) produz, que o diferencia da IA, ainda?
Por que ele não deve ou não pode participar como funcionário de seguradoras?
E o mais importante: o que ele ganha com isso?
Parou para fazer o exercício destas respostas? Então, o que você definiu? Não pensou nisso? Não quer pensar? Não entendeu? Volte e reflita! Pare e pense, de novo!
Pois bem, não vou definir essas respostas aqui! A resposta que você deu é a resposta que ilustra a sua ideia e a que vai ficar aqui!
Última vez: Pare e pense! Talvez essa seja uma verdade em nossa área. E aproveito para voltar, com outro exemplo, com o assunto da comissão sobre a venda do custo de apólice.
Algumas décadas atrás alguém incluiu a rubrica após o Prêmio Líquido do seguro, de um custo a mais para o segurado: o custo de apólice. Durante outras décadas, o corretor de seguros vendia a apólice, e vendia também o custo de apólice. Porém, ninguém reclamava dessa ação.
Entretanto, o corretor de seguros, Armando Luis Francisco, começou a escrever sobre isso mesmo: que, quanto ao custo de apólice, o corretor de seguros era um escravo moderno, causando alvoroço entre pares. E, bateu tanto nesse assunto, que os corretores começaram a perceber que de fato vendiam também o custo de apólice e não ganhavam comissão sobre isso, escapando-lhe R$ bilhões. Na época, muitas reuniões culminaram com o corretor ganhando 20% de comissão sobre o custo de apólice, independentemente da comissão que trabalhava no negócio. Entretanto isso prejudicava justamente o consumidor. Enfim, foi aí que o dito corretor tomou a decisão de lutar para que o custo de apólice fosse incluído em rubrica antes do Prêmio Líquido e este mesmo corretor conseguiu o intento! E tudo está devidamente documentado!
Pensem, não é o mesmo caso sobre as vistorias que o corretor de seguros têm que realizar, se envolver e não ganhar nada com isso? Afinal, quem ganha sobre o labor que este tem, quando se vê obrigado a fazer isso? De sair de seu escritório e usar o próprio veículo, gastar seu tempo e gasolina? Ah, e não me informem, por favor, que o corretor de seguros não se envolve em nada disso.. O corretor de seguros, desde a marcação da mesma, com acompanhamento etc e ,muitas vezes, com o segurado sem entender dessa tecnologia, muitas vezes idosos, donas de casa, trabalhadores que não se permitem sair do local de trabalho, em horário comercial com luz solar, sem treinamento, sem internet, ou com programas talvez falhos de vistoria, que caem em certos momentos e por muitas razões, ou mesmo por causa das várias ligações da corrente do êxito da vistoria, ou pelos aborrecimentos etc e não recebem nenhum valor há alguns anos por este trabalho? Me permitam: essa é uma discussão apropriada? A autovistoria ganhou terreno na pandemia, mas explodiu depois dela. Lembre-se, cada corretor tem sua percepção e atuação sobre o negócio, mas em comum têm o fato moral, ético e jurídico para generalizar isso tudo.
Data venia maxima, porque todos sabem o respeito profundo que sinto por todos deste mercado e pelo trabalho sem igual que realizam, tanto seguradoras como prestadoras de serviços, mas este assunto também deve ser tratado pelos próprios corretores de seguros, pois estão aqui para intermediar negócios, prestar atendimento ao segurado, manter honestidade, boa fé e capacidade nas seguradoras; ser o diferencial na competição com a IA e ganhar proventos com o seu trabalho.
Por fim, creio e opino, o corretor deve indicar e estimular a autovistoria em todos os produtos, como facilitadora. Entretanto, o prestador de serviços que resolve entrar nessa atividade de vistoria "auto", deve promover as soluções para não gerar conflitos com problemas de repasse gratuito de serviços para o corretor de seguros. A outra solução é contratá-lo, ou utilizar satélites da NASA para que realmente seja uma vistoria robótica "auto"!
Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros
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