Autovistoria: um dilema moral e ético?
"Os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio". (Autor: Nicolau Maquiavel)
A questão moral apenas se justifica nos seres humanos, nenhum outro animal passa por isso. Entretanto, isso nos diferencia para bem ou para mal, na corrente da vida humana.
A maioria das pessoas, entretanto, fica tranquila quando tudo vai bem para o próprio lado. Isso inclui um ponto sagrado: o trabalho. Porque, enquanto temos essa solução em nossas vidas, novamente, não importa muito o que acontece com o restante da população, pois apenas sentimos tristeza, sem acionar a ação que envolve sanar o problema.
Felizmente, em se tratando de unir os facilitadores da vida humana, há virtudes na genialidade de nossa espécie em sanar os próprios problemas: máquina de lavar, geladeira, GPS, automóvel, computador, internet, aparelhos usados na medicina e bilhões de inventos que produzem bem estar em nossas vidas.
Porém, quase sempre temos que medir a utilidade de nossas ações e o resultado que isso produz. E isso vale para tudo. Ademais, observamos o exemplo de uma bomba atômica. Cito Hiroshima e Nagasaki. Neste evento calcula-se perto de 250 mil mortos, mas há uma discussão de que esse evento encerrou uma guerra. Então, foi uma ação de que tipo?
No nosso mercado há muita evolução nos conceitos. E a discussão sobre a autovistoria realizada ou pelo segurado ou por seu corretor deve vir à tona.
O primeiro ponto é que milhares de pessoas perderam o sustento do trabalho nessa atividade. Consequentemente, milhares de pontos de serviços, que fizeram uma cadeia produtiva em torno disso ou acabar ou diminuir.
Quando o Uber atracou no nosso mundo houve uma discussão muito célere a este respeito. E o resultado deixou sua âncora na questão moral e trabalhista. Nessa discussão estamos entendendo que o modelo de negócio dos aplicativos de transporte se baseia em intermediação, onde esses mesmos aplicativos levam uma parte dos 100% do negócio e os motoristas de aplicativos o restante. Portanto, uma discussão que se permite até o dia de hoje. Aliás, engana-se quem acha que a total discussão se baseia em motoristas de táxi.
No meu entender, a questão da autovistoria é mais grave que essa questão dos aplicativos de transporte. A frase de Maquiavel citada neste meu escrito ilustra isso. E seria extremamente necessário que as seguradoras em geral pensassem nessa questão. Afinal, o debate sobre a escravidão moderna talvez perpasse por uma discussão mais acentuada sobre os direitos e moral vigentes no nosso mundo. Portanto, não é exatamente isso que todos nós desejamos combater? A escravidão, um dilema ético e moral!
Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros
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